O que dizem números e lances: Afinal, Vitor Roque está bem ou mal no Palmeiras?
Tigrinho tem dois gols em 14 jogos pela equipe e fez golaço contra o Cerro Porteño

Já existe uma divisão na torcida do Palmeiras quanto ao desempenho de Vitor Roque. Apesar dos dois gols anotados nos seus dois últimos jogos pela equipe — Vasco (1 a 0) e Cerro Porteño (2 a 0), o atacante despertou tanto defensores quanto detratores ferrenhos.
A cisão ficou mais clara depois de ele perder um gol absurdo contra o Cerro, aos 41 do 1º tempo, e fazer um golaço, aos 49 da etapa final, no mesmo jogo, selando o resultado no Paraguai pela Copa Libertadores.
Antes do gol na Libertadores, foram 12 jogos em jejum até que ele conseguisse desencantar no último domingo (4), pelo Campeonato Brasileiro.
Na frieza dos números, parece pouco. Mas uma análise do que ele produziu até chegar à atual marca de dois gols em dois jogos mostra que sua participação pelo clube não foi ruim.
Postura combativa e participação intensa
Vitor Roque não se omite nas partidas. Está sempre pedindo a bola, de deslocando para receber e saindo da área para tabelas e criação de jogadas.
Tem sido comum ele aparecer no corredor esquerdo externo, como um ponta, criando espaço para infiltrações de meias e atacantes, bem como para ganhar espaço para arrancar — uma característica marcante dele.
Roque não é de esperar a bola para finalizar. Não raro, parte para cima das defesas, criando as próprias chances de bater a gol.
Mostrando estar sentindo o jogo, também é comum vê-lo discutindo com adversários. Foi ele quem chegou atropelando Memphis Depay na final do Paulista, depois da famigerada subida sobre a bola.
Abaixo, com dados do “SofaScore”, a Trivela analisa como Roque se comportou nos 14 jogos desde sua chegada ao clube:
- - ↓ Continua após o recado ↓ - -
Estreia contra o São Paulo – Semifinal do Paulistão

O Tigrinho começou sua trajetória no Verdão com um compromisso difícil, direto em um Choque-Rei (1 a 0) valendo vaga na decisão do Estadual.
Em um jogo truncado, conseguiu apenas um chute, travado pela defesa. Mas sofreu o controverso pênalti que Veiga cobrou para levar o time à decisão, após roubar bola em tiro de meta mal batido pelo goleiro Rafael. Foi, portanto, decisivo.
Participou de lances importantes nas finais contra o Corinthians
Nos dois jogos da decisão, Roque também teve protagonismo. Na ida (0 a 1) foi o palmeirense que mais bateu a gol, com três tentativas.
Na volta (0 a 0), voltou a sofrer pênalti, após enfiada precisa de Facundo Torres e entrada totalmente atabalhoada de Felix Torres. Também deu a chegada em Depay.
Contra Botafogo e Sport, apareceu pouco
Já no Brasileirão, sucumbiu com o time no milagroso empate por 0 a 0 com o Botafogo na estreia da equipe no torneio. Era para o atual campeão ter vencido o jogo nos muitos ataques desperdiçados.
Vitor fez uma das dez finalizações erradas do time no jogo, num universo de 13 tentativas. Aos 29 da segunda etapa, perdeu gol de cabeça sozinho na risca da pequena área.
Contra o Sport (2 a 1), começou no banco e entrou só nos minutos finais. Nada fez.
Discreto contra Sporting Cristal, fez gol (anulado) contra o Cerro
Em seus dois primeiros jogos na Libertadores, Roque se destacou na pressão na saída de bola, além de aparecer à frente.
Deu um chute errado em cada jogo. Contra o time paraguaio (1 a 0), criou ainda uma boa chance aos 44, com direito a passe de calcanhar que deixou Estêvão livre para marcar. Mas o chute saiu ruim.
Teve também um gol anulado milimetricamente, logo aos 5 do segundo tempo, por impedimento bem discutível, mesmo após checagem do VAR.
Gol anulado e ótimos jogos contra Corinthians e Inter

Não se pode dizer que Vitor Roque some em jogos importantes. Em seu terceiro Dérbi (2 a 0), o Tigrinho foi mais uma vez bem e chegou a balançar a rede de cabeça, aos 22 do 2º tempo — o gol foi anulado por impedimento discutível na origem do lance.
No total, fez três finalizações, uma na direção do gol. Mesmo número que teve no Beira Rio contra o Inter, onde também fez bom jogo (1 a 0).
Reserva contra Fortaleza e Bahia, desencantou contra o Vasco
Vitor começou no banco os jogos contra as duas equipes do Nordeste. Nos 20 minutos que teve contra o time cearense, nada fez de marcante. Já na derrota para o Bahia (0 a 1), foi um dos que se salvou, com três finalizações.
Até que, contra o Vasco, fez seu primeiro gol pelo Palmeiras em um jogo no qual voltou a ter uma boa apresentação.

Vitor Roque em números
14 Jogos
948 Minutos
2 Gols
22 Finalizações
8 Finalizações no gol
3 Chances perdidas
2 Pênaltis sofridos
2 Grandes chances criadas
14 dribles certos
78% de passes certos
12 desarmes