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Palmeiras: os maiores ídolos da história do clube

Em 110 anos, o clube alviverde teve uma enorme quantidade de atletas lendários

Em 110 anos, gerações de torcedores construíram lendas e idolatraram jogadores que fizeram a História a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Desde 1914, por razões diferentes, vários atletas representaram o sentimento e o amor da torcida em campo. Destes, alguns furaram as bolhas de tempo em que estavam inseridos para se tornarem eternos. Confira os nomes que representam esse sentimento:

Os 10 maiores ídolos do Palmeiras

  • Ademir da Guia
  • Marcos
  • Evair
  • Oberdan
  • Heitor Marcelino
  • Luis Pereira
  • César Maluco
  • Edmundo
  • Dudu
  • Abel Ferreira

Ademir da Guia: O Divino

Ademir da Guia, antes da final do Campeonato Paulista de 2021 (Foto: Imago)
Ademir da Guia, antes da final do Campeonato Paulista de 2022 (Foto: Imago)

Os anos passam, mas nenhum jogador a vestir a camisa do Palmeiras supera a divina lenda de Ademir da Guia. Com 902 aparições, ninguém jogou mais vezes pelo Verdão que esse carioca filho do lendário Domingos da Guia, formado no Bangu.

Com sua elegância e falsa lentidão, o meia clássico que nunca era derrubado marcou época nos anos 1960 e principalmente 1970, como grande maestro da Segunda Academia de Futebol. É constantemente lembrado como um injustiçado por ter tido pouco espaço na Seleção brasileira. 

Ademir conquistou cinco dos Campeonatos Brasileiros levantados pelo Palmeiras: 1967 (Taça Brasil), 1967 (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), 1969 (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), 1972 e 1973, além de cinco Campeonatos Paulistas e um Torneio Rio-São Paulo.

Aos 82 anos, ainda joga pelos Másteres do Palmeiras.

Marcos: O Santo

Marcos, durante seu jogo de despedida no Pacaembu, em 2012
Marcos, durante seu jogo de despedida no Pacaembu, em 2012 (Foto: Imago)

Marcos (533 jogos) não foi o melhor goleiro da História do Palmeiras. Mas, sem dúvida, ninguém foi maior do que ele defendendo a meta do clube.

Nascido em 1973 na pequena cidade de Oriente, no interior de São Paulo, o Santo (alcunha dada e ele pelo narrador Galvão Bueno) chegou ao clube em 1992 e esperou até 1996 por uma chance entre os profissionais em um jogo oficial.

Em 1999, com uma contusão séria de seu ídolo Velloso, o gigante virou titular com Felipão e se tornou o grande nome do Palmeiras na conquista da Copa Libertadores de 1999 e na campanha do vice de 2000, quando defendeu pênati de Marcelinho Carioca na semifinal.

Além da Libertadores de 99, Marcos ganhou os Brasileiros de 1993, 1994 e 2003 (Série B); Paulistas de 1993, 1994, 1996 e 2008; Copa do Brasil de 1998; Copa Mercosul de 1998; Rio-São Paulo de 2000 e Copa dos Campeões de 2000. Pela seleção, foi titular no Penta, em 2002.

Evair: o Matador

Evair, durante evento na Academia de Futebol, CT do Palmeiras, em 2018
Evair, durante evento na Academia de Futebol, CT do Palmeiras, em 2018 (Foto: Imago)

Negociado ao Verdão pela Atalanta em 1991, como parte do pagamento de Careca Bianchesi, Evair Aparecido Paulino, nascido santista em Crisólia, Minas Gerais, tornou-se não só um dos maiores jogadores do Palmeiras, mas também um palmeirense apaixonado.

Para os chamados “Filhos da Fila” — torcedores que cresceram nos anos 1980 e 1990, enquanto o Palmeiras viveu 16 anos sem conquistar um título — o Matador, como o batizou o locutor José Silvério, é inigualável.

Autor de gols tanto na final do Paulista de 1993, que encerrou o jejum, quanto na final da Libertadores de 1999, o camisa 9 balançou as redes 126 vezes em 245 partidas.

Conquistou os Paulista de 1993 e 1994; o Rio-São Paulo de 1993; os Brasileiros de 1993 e 1994 e Libertadores da América de 1999

Oberdan: Mãos Gigantes

Oberdan Cattani, goleiro do Palmeiras, nos anos 1940
Oberdan Cattani, goleiro do Palmeiras, nos anos 1940 (Foto: Acervo Palmeiras)

Enquanto foi capaz de entender o mundo, Oberdan Cattani (1919-2014) amou o Palmeiras. Só seu amor pelo clube impressionava mais que as suas mãos enormes. Oberdan conseguia segurar uma bola de capotão das antigas com apenas uma delas.

Nascido em Sorocaba, Oberdan trabalhava como ajudante de caminheiro e atuava na várzea quando apareceu a oportunidade de jogar no Palestra Itália, em 1941.

Emocionado, Oberdan contava com lágrimas nos olhos o dia em que o Alviverde entrou em campo pela primeira vez com o nome de Palmeiras, que foi forçado a adotar por conta da Segunda Guerra Mundial, em 1942, no Pacaembu. O episódio ficou conhecido como “Arrancada Heróica”.

— Alguns choravam e diziam: “essa não é nossa camisa…” — relembrava-se o goleiro, também campeão do primeiro torneio internacional de clubes da Fifa em 1951, a Copa Rio.

Principais títulos: Campeonato Paulista em 1942, 1944, 1947 e 1950; Torneio Rio-São Paulo em 1951; Copa Rio em 1951; Taça Cidade de São Paulo em 1945, 1950 e 1951.

Heitor Marcelino: O Primeiro

Heitor Marcelino, maior artilheiro da história do Palmeiras
Heitor Marcelino, maior artilheiro da história do Palmeiras (Foto: Acervo)

Escrever sobre Heitor Marcelino é garantia de usar muitas vezes a palavra “primeiro”: Primeiro ídolo do Palmeiras. Primeiro artilheiro do clube em um estadual. Primeiro alviverde a jogar pela seleção brasileira. Primeiro também na lista de maiores artilheiros alviverdes, Heitor fez absurdos 327 gols em 358 jogos.

Ettore Marcelino Domingues atuou pelo Palestra Itália entre 1916 e 1931. Foi campeão paulista em 1920, o primeiro do clube. Neste torneio, na vitória por 7 a 0 sobre o Mackenzie, fez o primeiro gol do time após a compra do estádio do Parque Antárctica.

O futebol não foi seu limite. Em 1928 e 29, conquistou o Campeonato Paulista de basquete. Foi o primeiro a vencer títulos pelo Palestra em dois esportes.

Em 1919, ao lado do mítico Friedenreich, formou o ataque titular da seleção brasileira na conquista do Sul-Americano, a primeira da história da seleção.

Heitor esteve no primeiro jogo internacional do Palmeiras, em 1925, contra a seleção paraguaia –vitória por 4 a 1 – e no primeiro disputado fora do Brasil: derrota por 3 a 2 ante o Uruguai, em Montevidéu.

Por fim, Tornou-se árbitro em 1934. Na inauguração do Pacaembu, apitou a primeira partida do seu Palestra Itália na inauguração do estádio: vitória por 6 a 2 sobre o Coritiba.

Luis Pereira: O Chevrolet

Luis Pereira, maior zagueiro da história do Palmeiras
Luis Pereira, maior zagueiro da história do Palmeiras (Foto: Palmeiras)

Camisa 3 do maior time do Palmeiras de todos os tempos, o baiano Luis Edmundo “Chevrolet” Pereira, apelido que recebeu por ter sido também jogador do time da montadora de automóveis, foi o maior zagueiro da história do Palmeiras.

Um dos primeiros da posição a se aventurar com desenvoltura no ataque,o baiano Luis Pereira chegou ao Palmeiras em 1968, vindo do São Bento de Sorocaba, onde se destacou no Paulistão. Craque, fez história também na seleção, sendo titular absoluto na Copa do Mundo de 1974.

No ano seguinte, seguiu para a Espanha, onde se tornou ídolo do Atlético de Madrid, clube no qual jogou entre 1975 e 1980, onde ainda trabalha como dirigente das categorias de base. Retornou ao Palmeiras em 1981 e ficou até 1984, completando 576 pelo Alviverde.

Principais títulos: Campeonato Brasileiro em 1969 (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), 1972 e 1973; Campeonato Paulista em 1972 e 1974; Torneio Laudo Natel em 1972.

César: O Maluco

César Maluco, ao lado de seu busto, na Sala de Troféus do Palmeiras
César Maluco, ao lado de seu busto, na Sala de Troféus do Palmeiras (Foto: Fabio Menotti/ Palmeiras/ By Canon)

Centroavante da Segunda Academia, César Lemos, inicialmente, detestava o apelido de Maluco. Com o tempo, porém, aceitou que aquilo falava menos de sua sanidade do que de sua impetuosidade em campo — e fora dele.

Chegou ao Palmeiras em 1967, vindo do Flamengo. Mas apenas nos anos 1970 viu a lenda em torno do seu nome ganhar peso eterno. Fora de campo, era conhecido por frequentar a noite paulistana e ser faixa-preta de Karatê.

Segundo maior artilheiro do Palmeiras, com 182 gols, o genial César fez 327 partidas com a camisa do Verdão. Em outubro de 2023, foi agraciado com um busto que atualmente está na Sala de Troféus do Palmeiras, localizada no Allianz Parque.

Principais títulos: Campeonatos Brasileiros de 1967 (Taça Rio e Roberto Gomes Pedrosa), 1969, 1972 e 1973. Paulistas de 1972 e 1974.

Edmundo: O Animal

Edmundo, durante jogo festivo no Allianz Parque, em 2019
Edmundo, durante jogo festivo no Allianz Parque, em 2019 (Foto: Palmeiras/ Divulgação)

Edmundo não cansa de dizer que se arrepende de ter deixado o Palmeiras em 1995, quando foi para o Flamengo. No clube alviverde desde 1993, ele se deixou seduzir pelos pedidos do então amigo Romário, que o queria como parceiro de ataque no centenário do Flamengo.

O Animal, apelido que ganhou de Osmar Santos, teve uma segunda passagem pelo Verdão entre 2006 e 2007. E, mesmo veterano, fez as pazes com o passado e eternizou-se de vez como um dos maiores a vestir o manto alviverde.

Em 223 jogos, fez 99 gols pelo Palmeiras.

Principais títulos: Campeonato Paulista em 1993 e 1994; Torneio Rio-São Paulo em 1993; Campeonato Brasileiro em 1993 e 1994.

Dudu: O Homem das Duas Academias

Ademir da Guia, Abel Ferreira e Dudu, na Academia de Futebol do Palmeiras
Ademir da Guia, Abel Ferreira e Dudu, na Academia de Futebol do Palmeiras (Foto: Reprodução/ Instagram)

Olegário Tolói de Oliveira nasceu em Araraquara-SP e iniciou a carreira profissional em 1959, na Ferroviária, já com o apelido que recebeu do avô, sr. Redente Toloi. Depois de cinco anos brilhando no interior, chamou a atenção do Palmeiras e foi contratado em 31 de março de 1964.

Dudu é um dos poucos a ter brilhado nas duas Academias de Futebol do Palmeiras, dos anos 1960 e 1970. Formou com Ademir da Guia a maior dupla de meio-campo do clube, na época em que o futebol era jogado quase sempre no 4-2-4. No total, fez 615 jogos com a camisa do Alviverde.

Tio de Dorival Júnior, atual técnico da seleção, que também vestiu a camisa 5 do Palmeiras, Dudu também foi treinador do Palmeiras. Inclusive em 1976, quando o time conquistou seu último título antes do jejum de 16 anos.

Principais títulos: Torneio Rio-São Paulo em 1965; Campeonato Paulista em 1966, 1972 e 1974; Campeonato Brasileiro em 1967 (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), 1967 (Taça Brasil), 1969, 1972 e 1973; Torneio Laudo Natel em 1972.

Abel Ferreira: Cabeça fria, coração quente

Abel Ferreira depois da conquista da Libertadores de 2020 (Foto: Icon Sports)

Abel Fernando Moreira Ferreira, português de Penafiel, nascido em 22 de dezembro de 1978, chegou ao Palmeiras em novembro de 2020, em meio à pandemia de covid-19. Em pouco tempo, de jovem técnico desconhecido, passou para maior treinador da história do Palmeiras.

Em quatro temporadas completas no comando da equipe, Abel se tornou o técnico mais vencedor da história alviverde, com duas Copas Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil, três Campeonatos Paulistas, uma Recopa Sul-Americana e uma Supercopa Rei, totalizando dez conquistas.

Hábil para montar equipes coesas taticamente, também soube, como poucos, mobilizar o elenco em torno dos objetivos. Mas, mais do que o que fez no campo, Abel se notabilizou por ter aprendido a ler e absorver como poucos o espírito palmeirense.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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