Brasil

10 jogadores desprezados pela seleção brasileira no passado que seriam titulares hoje

Listamos craques que nunca disputaram uma Copa do Mundo, mas seriam titulares absolutos atualmente

A fase da Seleção Brasileira não é nada boa. Depois de passar 2023 inteiro sem técnico, sendo comandado apenas por interinos, o Brasil inicia 2024 em busca de uma virada de chave. Fato, no entanto, é que Dorival Júnior, o novo comandante, terá trabalho para lidar com uma safra de jogadores que não enche muito os olhos de ninguém. Bem diferente do que foi no passado.

Não precisamos voltar muito no tempo para encontrar diversos nomes que tiveram poucas chances com a Seleção, que nunca chegaram a jogar uma Copa do Mundo, mas que são considerados extremamente talentosos. Ademir da Guia, um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, é talvez o jogador que encabece essa lista, que conta com uma quantidade generosa de atletas.

Pensando nisso, Trivela separou dez nomes de jogadores que, em suas épocas, tiveram poucas chances na Seleção, sempre preteridos por outros talentos. O detalhe desta lista, no entanto, é o seguinte: na nossa concepção, todos eles seriam titulares (não absolutos, mas titulares) no time atual devido às lacunas encontradas. Mas vamos ao que interessa com nosso top 10 e o pedido para que você deixe, na caixa de comentários, quais os atletas que, para você, deveriam entrar neste grupo.

Jogadores que não tiveram muita chance na Seleção no passado, mas hoje seriam nomes certos:

  1. Neto, ex-Corinthians – meia-atacante, teve seu auge nos anos 90
  2. Mancini, ex-Roma e Atlético-MG – ala-direito, teve seu auge nos anos 2000
  3. Ademir da Guia, ex-Palmeiras – meio-campista, teve seu auge nos anos 1960 e 1970
  4. Vagner Love, ex-Palmeiras, Flamengo e Corinthians – atacante, segue em atividade, mas teve seu auge nos anos 2010
  5. Alex, ex-Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahçe – meia-atacante, teve seu auge nos anos 1990 e 2000
  6. Amoroso, ex-Guarani, São Paulo e Borussia Dortmund – atacante, teve seu auge nos anos 1990 e 2000
  7. Djalminha, ex-Flamengo, Palmeiras e La Coruña – meia-atacante, teve seu auge nos anos 1990 e 2000
  8. Zé Maria, ex-Portuguesa – lateral-direito, teve seu auge nos anos 1990 e 2000
  9. Evair, ex-Palmeiras – atacante – teve seu auge nos anos 1990
  10. Antônio Carlos Zago, ex-São Paulo, Palmeiras e Roma – zagueiro, teve seu auge nos anos 1990

Neto

José Ferreira Neto viveu o auge de sua carreira no começo dos anos 90. Era quase inimaginável que um jogador da categoria do camisa dez do Corinthians ficasse de fora da Copa do Mundo da Itália. Mas o comportamento temperamental e até certo ponto rebelde do atual comentarista fez Sebastião Lazaroni optar por não o levar para o Mundial.

Ainda que pela equipe olímpica Neto tenha tido algum sucesso, conquistando a prata nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, e nos Jogos Pan-Americanos de Caracas, em 1983, o ex-meia do Corinthians poderia ter feito muito mais pela seleção brasileira e ter ajudado a equipe a chegar mais longe em 1990. A falta de um jogador mais cerebral no meio-campo do Brasil cobrou seu preço contra a Argentina nas oitavas de final daquele mundial disputado há 34 anos.

Neto ainda disputou a Copa América de 1991, ficando com o vice-campeonato mais uma vez, em competição disputada na Bolívia. Hoje, no entanto, Neto seria o meia-armador e responsável pelas bolas paradas que falta à Seleção há tanto tempo. Se na década de 1990 ele teve poucas chances e perdeu uma Copa, é difícil ver o cenário se repetindo no atual deserto de criação que é o meio-campo canarinho.

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Mancini

Natural de Ipatinga, Minas Gerais, o lateral-direito Mancini, revelado no Atlético Mineiro, passava pela melhor fase de sua carreira na Roma, equipe que defendeu até 2008, quando se transferiu para a Internazionale. Infelizmente para o excelente jogador, a concorrência na posição era quase desleal para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Ali Cafu ainda era um líder nato da Seleção, que começava a abrir espaço para Maicon e Dani Alves, dois jogadores que tomaram conta da posição na década seguinte.

O jogador ainda foi campeão da Copa América em 2004, quando Carlos Alberto Parreira levou ao Peru uma seleção alternativa, formada por jovens prospectos e mesmo assim conseguiu vencer a Argentina de Marcelo Bielsa, mas nada que pudesse fazer com que Mancini conseguisse alguma vaga para a Copa de 2006. Parreira foi criticado na época, já que o atleta estava em ótimo momento. Ao longo de 222 jogos com a camisa da Roma, o jogador marcou 59 gols e 40 assistências, sendo até hoje reconhecido como um dos grandes nomes da história do clube italiano.

Hoje, a lateral-direita canarinho é extremamente carente e Danilo, zagueiro na Juventus, tem sido a escolha dos últimos técnicos. Yan Couto, em boa fase no Girona, foi testado, mas é ofensivo demais e defensivo de menos. Na Itália, Mancini se tornou quase um meia-atacante, mas ainda possuia cacoetes defensivos. Poderia não ser titular absoluto hoje em dia, mas seria uma opção e tanto.

Ademir da Guia

O apelido de Divino dado ao ex-ídolo do Bangu e do Palmeiras não foi lhe conferido à toa, tendo em vista a classe e a serenidade do jogador em campo. Esta talvez seja uma das maiores injustiças da história do futebol brasileiro se tratando de Seleção. Afinal, Ademir defendeu o Verdão entre 1962 e 1977, tendo disputado 902 jogos (recordista máximo do clube), marcando 153 gols e vencendo por cinco oportunidades o Campeonato Brasileiro, além de também conquistar algumas vezes o Campeonato Paulista.

Ademir da Guia foi premiado com a Bola de Prata da Revista Placar e nos 15 anos em que defendeu o Palmeiras, foi convocado em somente 14 oportunidades para a seleção brasileira. O lendário camisa dez palmeirense disputou somente uma partida em Copas do Mundo, em 1974, na disputa do terceiro lugar do Mundial da Alemanha, quando o Brasil já estava eliminado.

Zagallo nem permitiu que Ademir da Guia disputasse a um jogo de Copa de forma completa, já que no intervalo daquele confronto diante da Polônia (derrota brasileira por 1 a 0), o jogador foi substituído por Mirandinha ainda no intervalo.

Nem precisamos falar o quanto Ademir da Guia seria titular atualmente. Seria 10, faixa, mal sairia de campo em um time que peca por não ter criadores internos e viver totalmente da dependência de seus pontas.

Vagner Love

Campeão da Copa América com a seleção brasileira em 2007, Vágner Love poderia ter feito mais pelo Brasil. Se não em 2006 por conta da forte concorrência com Ronaldo, Adriano e Fred, o ex-atacante do CSKA poderia ter sido lembrado em 2010, na Copa da África do Sul. Na temporada 2009/2010, o atacante disputou 31 jogos entre o time russo e o Flamengo, marcando 17 gols e dando oito assistências. Dunga optou por chamar Nilmar, Grafite, Robinho e Luis Fabiano para o Mundial.

Ainda atuando, Love, que disputará a Série A pelo Atlético-GO, não seria titular canarinho em sua versão atual, é claro. Mas esse que citamos acima, que fazia gols e jogava como segundo atacante, inteligente, rápido e matador, talvez fosse, pelo menos, uma opção e tanto para Dorival.

Alex

Depois de Ademir da Guia, para muitos a não convocação de Alex para as Copas de 2002, na Coreia e no Japão e principalmente em 2006 na Alemanha, foi outro exemplo de descaso e desrespeito com jogadores de alto nível técnico na seleção brasileira. No primeiro semestre de 2002, o meia fez sua primeira passagem pelo Cruzeiro e esperava ansiosamente pela sua convocação para o Mundial daquele ano. Felipão, três anos antes, foi campeão da Libertadores com o jogador e o conhecia muito bem.

Na cabeça da maioria dos jornalistas da época, a convocação de Alex era algo natural. Mas quando se trata de seleção brasileira, nada é realmente o que parece ser e o meia ficou fora do grupo que foi pentacampeão. O jogador não se abateu por isso, transformou a raiva pela não convocatória para fazer duas passagens espetaculares em sequência, sendo a segunda pelo Cruzeiro, culminando com o título brasileiro com mais de 100 pontos em 2003 e depois uma trajetória lendária pelo Fenerbahçe da Turquia.

A mágoa pela não convocação em 2002 havia passado e mais uma vez Alex tinha mostrado ao Brasil inteiro a sua capacidade de vestir a camisa do Brasil em uma Copa do Mundo. Na temporada que antecedeu a Copa do Mundo, o meia disputou 43 jogos, marcando 20 gols e dando 26 assistências. Chega o dia da convocação de Parreira e mais uma vez Alex ficou fora, deixando a mídia brasileira atônita pela ausência do craque, considerado o maior injustiçado da era recente da seleção.

Outro jogador extremamente cerebral e em falta na geração atual, Alex teria finalmente o espaço que tanto lhe faltou em sua época.

Amoroso

Um dos problemas apresentados por Zagallo durante o ciclo para a Copa do Mundo da França em 1998 era a quantidade enorme de jogadores talentosos que o Brasil dispunha em todas as posições do campo, principalmente do meio para frente. Voando baixo na Udinese e depois no Parma após sair do Flamengo, o veloz meia-atacante não foi lembrado pelo técnico da seleção na convocatória final e mesmo depois, o jogador foi menos lembrado do que o comum para um jogador do seu gabarito.

Amoroso disputou apenas 19 jogos pela seleção brasileira, marcando nove gols e tendo como maior destaque com a camisa do Brasil a participação e o título na Copa América de 1999, disputada no Paraguai. Atualmente, seria nome certo nas convocações graças à sua versatilidade, faro de gols e, principalmente, por ter uma personalidade de chamar a responsabilidade que anda em falta na Canarinho.

Djalminha

Djalminha fez parte de um dos maiores esquadrões do La Coruña na Espanha, em um raro momento na história do futebol espanhol no qual a hegemonia Real Madrid e Barcelona foi ameaçada. O brasileiro conquistou quatro taças na Espanha e ficou de fora da convocatória para a Copa do Mundo de 1998 e no ciclo seguinte, para o Mundial da Coreia e do Japão. Pouco tempo antes do Mundial de 2002, Djalminha acabou se envolvendo em uma briga com Javier Irureta, o que tirou o jogador da competição.

Na ocasião, o ex-meia atacante do Palmeiras deu uma cabeçada no seu treinador durante um treinamento e isso o fez ser cortado da seleção pelo técnico Luis Felipe Scolari. Djalminha seria convocado por Felipão, que mostrou a lista de convocados antecipadamente para Sandro Rosell, antigo presidente do Barcelona e que era diretor da Nike na época do acontecimento envolvendo o meia e Irureta.

Nem precisamos falar, não é? Criatividade, armação de jogadas, personalidade. Coisas que fazem falta na atual geração e que Djalminha tinha de sobra, fazendo dele nome certo nas convocações se jogasse hoje em dia.

Zé Maria

Lateral-direito de muita qualidade técnica, Zé Maria fez história na Portuguesa de Desportos antes de conquistar espaço de destaque no cenário internacional após passagens pelo Peruggia e Parma. Com a falta de nomes de destaque para a posição na época, Zé Maria poderia ter sido um reserva à altura de Cafu no Mundial da França em 1998 e ainda podia ter atuado no Mundial de 2002, quando ainda jogava muito bem na Europa.

Zé Maria disputou 25 jogos com a camisa da seleção brasileira entre 1996 e 2001 e foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996. Assim como Mancini, é mais um que usufruiria, e muito, do espaço criado pela ausência de laterais na atual geração.

Evair

Lenda do Guarani de Campinas e do Palmeiras, Evair é outro exemplo de jogador que merecia maior reconhecimento e destaque com a camisa da seleção brasileira. Foi convocado apenas 11 vezes entre 1989 e 1994 e não foi lembrado nas convocações de Lazaroni em 1990 e Parreira na Copa do Mundo dos Estados Unidos. Autor de 102 gols em 180 pelo Alviverde entre 1991 e 1994, o atacante viveu o ponto alto de sua trajetória como jogador na mesma época do Mundial.

Claro que a concorrência com Romário e Bebeto seria complicada de superar, mas Evair sempre foi mais técnico do que Viola, que foi para a Copa do Mundo. Ao longo da história, algumas escolhas da comissão técnica da seleção brasileira mudou o curso da trajetória do Brasil no cenário internacional, que poderia ter sido muito mais vitoriosa se realmente os melhores jogadores estivessem em campo.

Matador, com muita personalidade e cobrador de pênaltis que quase não errava, Evair estaria sem dúvidas nas listas atuais, sendo bem difícil de pensar que ele não teria suas chances como titular.

Antônio Carlos Zago

Zago defendeu a seleção brasileira em 37 jogos entre 1991 e 2001. Contudo, nem mesmo a sua classe com a bola nos pés, a frieza para defender e as vezes até armar o jogo de trás não foram suficientes para o zagueiro disputar uma Copa do Mundo sequer. Há quem diga que a derrota para Honduras na Copa América disputada na Colômbia foi a principal razão para Antônio Carlos e outros jogadores não terem sido convocados para a Copa de 2002.

Porém não podemos deixar de dizer que o zagueiro foi mais um injustiçado na seleção brasileira, já que demonstrou muito futebol para defender o país em um Mundial, mas acabou se tornando mais um bode expiatório entre a mídia e a torcida por conta dos insucessos da equipe no período que antecedeu a quinta conquista da Copa do Mundo ao Brasil.

Assim como laterais, a seleção vive uma seca de zagueiros, o que faria com que Zago e sua técnica, no mínimo, fosse bastante cogitado para ter uma vaga.

E você: tiraria alguém da lista, adicionaria mais alguém? Nos conte nos comentários!

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.

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