Palmeiras encara ‘euricadas’ de John Textor com únicos tons possíveis – galhofa e silêncio
Presidente do Botafogo ainda parece sentir muito a virada sofrida por sua equipe diante do Palmeiras em novembro
John Textor, mais uma vez, forçou uma rota de colisão com o Palmeiras nesta terça-feira (23). Ao se deparar com uma notícia dando do conta do interesse do clube paulista por Júnior Santos – irreal, segundo fontes ouvidas pela Trivela – o empresário, dono do Botafogo, sacou seu smartphone e correu para o X:
– O Palmeiras deveria fazer compras em outro lugar. Os jogadores do Botafogo gostam de jogar 11 contra 11.
A postagem faz referência (ainda) à virada do Palmeiras sobre o clube carioca, por 4 a 3, em 1º de novembro do ano passado. O jogo, que demoliu o moral do então líder do Campeonato Brasileiro, claramente ainda assombra o empresário.
Naquele dia, o zagueiro Adryel foi expulso em lance checado pelo VAR, quando o jogo ainda estava 3 a 1 para o Botafogo.
O Palmeiras não vai comentar as falas do empresário. Oficialmente, o assunto nem é levado a sério pela diretoria. Pessoas ouvidas pela reportagem variam entre o riso e o espanto diante das falas.
No passado, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, chegou a bater duro no botafoguense, em entrevista ao Globoesporte.
– Chega até a ser ridículo. Ele desprestigia, desvaloriza esse produto tão importante que é o futebol. Ele deveria ter mais serenidade. É uma parte de desequilíbrio do senhor John Textor – disse ela.
Fontes ouvidas pela reportagem no Palmeiras nesta terça-feira veem uma forçação de uma inexistente inimizade extracamapo por parte do norte-americano. E uma grande emissão de recibo (expressão que, curiosamente, Textor não entenderia nem com a ajuda do Google), por conta da derrocada de seu time.
– A perda do título mexeu demais com ele – acredita um interlocutor da Trivela no Alviverde, que vê Textor assumindo um comportamento de cartola das antigas.
Momento ruim do Botafogo
A conduta “à la Eurico Miranda”, o lendário dirigente do Vasco que adorava alimentar rusgas públicas com rivais, não condiz mesmo com a de um empresário que cobra seriedade e moralização no futebol nacional.
As bravatas ao microfone soam como populismo e, por um tempo, até tiveram eco na torcida. Mas, hoje, já não recebem tanto apoio.
O Botafogo hoje não vive um bom momento com seu torcedor, ainda decepcionado com 2023. Os jogos da equipe no Campeonato Carioca (1 a 0, no Madureira; 2 a 0, no Bangu) não receberam bons públicos e tiveram vaias e protestos contra jogadores como Marçal e Marlon Freitas.
Insistência de Textor é vista como ‘piada'
Ao seguir martelando no tema, além de não deixar a lembrança da goleada morrer, o dirigente demonstra o que pode ser encarado como pouca familiaridade com o futebol.
Seguir enfatizando o “11 contra 11” com um aspecto de honra é quase pueril. Expulsões acontecem em diversos jogos como decorrência de jogadas, está na regra. Cartões vermelhos não são induções direta a resultados. E o lance em questão era interpretativo.
Na partida, inclusive, vale lembrar que o Botafogo teve um pênalti a seu favor após a expulsão de seu defensor. Mas Tiquinho Soares parou em Weverton, e o resto é história.
Por fim, Junior Santos também há de discordar do seu chefe. Jogar contra dez tende a ser preferível a enfrentar um time completo. Em especial quando o cartão vermelho foi uma conquista da equipe em decorrência de uma jogada bem executada, que tinha grandes chances de se tornar gol.
Calendário do Palmeiras
O Palmeiras, que empatou com o Novorizontino, na estreia da equipe no Campeonato Paulista, vai enfrentar a Inter de Limeira quarta-feira, às 21h35, no Allianz Parque.