Brasil

Novorizontino mostra por que é o melhor time do interior e elimina o São Paulo no MorumBIS lotado

Após empate em 1 a 1 no tempo normal, Michel Araújo e Diego Costa isolam suas cobranças, e o Novorizontino elimina o São Paulo nos pênaltis

O São Paulo avançou como líder do Grupo D com 22 pontos. O Novorizontino conquistou a sua classificação na vice-liderança da chave com os mesmos 22 pontos. Era de se esperar que dois rivais separados apenas pelo saldo de gols travariam o duelo mais equilibrado das quartas de final do Campeonato Paulista. E eles entregaram tudo. De tão iguais, as duas equipes empataram por 1 a 1 no tempo normal da decisão deste domingo (17), no MorumBIS, e deixaram tudo para os pênaltis. E aí, prevaleceu aquele que é o melhor time do interior em 2024. Rafael até fez uma defesa, mas Michel Araújo e Diego Costa isolaram suas cobranças, e o Tigre calou um estádio lotado com a vitória por 5 a 4, já nas alternadas.

São Paulo sofre… Como vem sofrendo

Com o estreante André Silva na vaga de Calleri, lesionado, no ataque, se esperava que o São Paulo assumisse o controle do jogo e ocupasse o campo ofensivo para pressionar o Novorizontino. Não passou de expectativa. O Tricolor viveu um início de partida ruim, sem conseguir encaixar suas transições ao ataque. E o adversário ainda mostrou porque encerrou a primeira fase na quarta colocação, como melhor time do interior.

O Novorizontino não só segurou o São Paulo, como fez um duelo de igual para igual com o São Paulo e diante de 55 mil pessoas no MorumBIS. Se o Tricolor tinha dificuldades para atacar, os visitantes conseguiam escapar para levar certo perigo e inclusive para abrir o placar ainda cedo. Aos 12 minutos, Rômulo aproveitou cruzamento da direita para cabecear no contrapé de Rafael e fazer o Tigre largar na frente. Foi o 13º gol sofrido pela defesa são-paulina em 13 jogos.

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Mas Lucas e Ferreira resolvem

O São Paulo foi acometido de uma sensação que lhe é familiar neste Paulistão: por vezes, a equipe parece precisar levar um susto (ou até sofrer um gol) para acordar em campo. O Tricolor encerrou a primeira etapa com 68% de posse de bola e 11 finalizações. Muito pelo que fez após ver o Novorizontino abrir o placar. Ou melhor: muito pelo que Lucas fez.

O camisa 7 é o principal jogador da equipe e traduz este status em campo. Conduziu o São Paulo ao empate literalmente. Aos 22, o atacante arrancou em velocidade pela direita e fez um cruzamento milimétrico, perfeito para encontrar Ferreira dentro da área. Ele ganhou da marcação e deu um toquinho para tirar do goleiro e marcar seu terceiro gol em quatro jogos.

O autor do gol saiu para comemorar e logo sentiu dor na região da costela. Teve de ser substituído por Erick e preocupa o São Paulo. Mas a sua saída não esfriou a postura da equipe em campo. Mesmo sem Ferreira, o Tricolor criou três boas chances de marcar. Welington obrigou o goleiro Jordi a fazer grande defesa em uma finalização da entrada da área. Depois, Lucas chutou para fora, com perigo. E Luciano perdeu a melhor das oportunidades ao cabecear para fora da marca do pênalti.

Segundo tempo à altura do duelo mais equilibrado das quartas

São Paulo e Novorizontino mostraram que não foi à toa que as duas equipes avançaram às quartas de final com campanhas idênticas. O equilíbrio no Grupo D se refletiu no que foram 45 minutos de igual para igual, com chances lá e cá ao longo da segunda etapa. E aí é preciso reconhecer o mérito dos visitantes: o Tigre não se intimidou com um MorumBIS lotado, nem com o elenco são-paulino com seis jogadores de seleção.

E vale dizer mais. Enquanto o São Paulo dependeu quase que exclusivamente das arrancadas de Lucas Moura, o Novorizontino se impôs como equipe. Teve uma atuação coletiva muito mais consistente. Mas o equilíbrio, ao fim das contas, imperou. O Tricolor ameaçou com Luciano em chute de fora da área. Lucca respondeu na mesma moeda. Depois, o Tigre teve a melhor chance da segunda etapa, mas Chico parou em Rafael em um lance cara a cara. A resposta são-paulina veio em muitos lances do imparável Lucas em velocidade. Mas com tanto equilíbrio desde a primeira fase, a decisão só poderia ser adiada à disputa de pênaltis.

Nos pênaltis, deu Novorizontino

O São Paulo dependeu dos pênaltis para ser campeão da Supercopa do Brasil. Dependeu de um pênalti, convertido por Lucas Moura, para vencer o Ituano e avançar às quartas de final do Campeonato Paulista. E agora dependeu de novo das penalidades para ir à semifinal.  Só que dessa vez, não deu. Rafael até defendeu o pênalti de Lucca. Mas Michel Araújo isolou a sua cobrança, e Diego Costa também mandou longe, sobre o gol, já nas alternadas. Coube a Renato converter seu pênalti, e o Tigre fez história no MorumBIS lotado.

O adversário na próxima fase

Classificado, o Novorizontino espera o resultado do duelo entre Santos e Portuguesa para saber quem enfrentará na próxima fase. Caso o Peixe avance, o Tigre será o semifinalista com a pior campanha e terá pela frente o Palmeiras, melhor equipe da competição até aqui. Se a Lusa se classificar, o adversário será o Red Bull Bragantino.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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