Marcelo Teixeira, candidato à presidência do Santos, afirma: ‘teremos um time para honrar as tradições do clube’
Representante da Chapa 5 nas eleições do Santos, Marcelo Teixeira quer montar um elenco com jogadores de qualidade e não de quantidade

Nesta sexta-feira (7), a Trivela dá continuidade à série de entrevistas com os cinco candidatos à presidência do Santos. A eleição para comandar o próximo triênio alvinegro ocorrerá no próximo sábado (9), na Vila Belmiro. O quinto entrevistado é o empresário Marcelo Teixeira, que tem o empresário e advogado Fernando Bonavides como vice-presidente, e lidera a Chapa 5 do pleito. Na segunda-feira (4), Ricardo Agostinho revelou suas propostas, na terça-feira (5) foi a vez de Wladimir Mattos, na quarta-feira (6) Rodrigo Marino, e, na quinta (7), Maurício Maruca.
A eleição para a escolha do novo presidente do Santos FC neste sábado (9) terá 16.602 sócios aptos a votar. Destes, 8.940 de forma presencial, votando no Ginásio Athiê Jorge Coury e no Salão de Mármore, no Estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro), e 7.662, no on-line, pelo site… pic.twitter.com/phbNMjgPXD
— Santos FC (@SantosFC) December 5, 2023
O Santos vive um dos piores momentos da sua história com seguidas brigas contra o rebaixamento. Por que o senhor entende que está pronto para administrar o clube nesse momento?
Pela experiência adquirida durante os meus mandatos. Além disso, pela vivência e atualização permanente. Nossa conexão com o mundo do futebol é diária, a vida é uma evolução constante.
Qual é a sua principal prioridade como presidente, caso seja eleito?
Temos cinco pilares de atuação: Gestão profissional/Futebol Vencedor, Base Formadora, Nova Arena e CT, Marca mais Forte e Futebol Feminino.
A construção da nova Vila é o sonho do torcedor santista. Como o senhor pensa em agilizar o processo para o início das obras?
O início e a aprovação do projeto com a W. Torre ocorreram durante a minha gestão enquanto presidente do CD (Conselho Deliberativo). A prioridade será dar andamento ao projeto com a W. Torre, e, para isso, já conversamos com o prefeito da cidade, Rogério Santos, e o CEO da W. Torre. Ambos estiveram na Universidade, no intuito de agilizar o projeto, tanto na Prefeitura, quanto nos demais órgãos. E enquanto a nova arena não fica pronta, o Santos mandará os seus jogos no Pacaembu, no interior de São Paulo e também em outros estados.
Qual será a postura do Santos no mercado em busca de reforços, caso o senhor seja eleito? O que será feito para que o planejamento visando a temporada 2024 não fique prejudicado em razão da mudança de presidente?
Temos bons jogadores, mas é inegável que precisaremos reduzir o número atual de atletas que chega a cerca de 50. O critério tem que ser qualidade e não quantidade. E teremos um time competitivo para honrar as tradições do clube. Ao assumir, faremos uma avaliação mais minuciosa com os profissionais envolvidos e adotaremos as medidas necessárias com muita responsabilidade e transparência.
Se eleito, o senhor irá manter a atual comissão técnica do elenco profissional ou está decidido a contratar um novo treinador? O coordenador de futebol Alexandre Gallo dará continuidade ao trabalho que vem sendo feito?
Em respeito ao Santos não é o momento para especular possíveis saídas e contratações. O momento, agora, é de união e dar apoio total ao Marcelo Fernandes e a comissão técnica, que já demonstraram competência e capacidade para realizarem um bom trabalho.
A diferença do Santos para os principais rivais de São Paulo em termos de arrecadação com bilheteria é muito grande. O que fazer para melhorar esse cenário?
Um choque de gestão no futebol do Santos. Depois de um amplo diagnóstico da atual situação do clube, após ouvir os responsáveis de cada setor, vamos agir para corrigir esse e outros problemas do Santos.
Qual o futuro do departamento de futebol feminino? O senhor seguirá com Aline Xavier na coordenação do futebol feminino, uma vez que o departamento acumula polêmicas envolvendo até casos de abuso psicológico?
Um departamento e um time forte, como o masculino. Eu que instituí a categoria de base feminina no Santos. Atraí patrocínio e tornei viável financeiramente o projeto Sereias da Vila. Como membro da FIFA homologamos a Copa Libertadores Feminina, cuja primeira edição foi em Santos. Formamos a equipe que foi bicampeã da Libertadores, campeã Mundial Interclubes e bicampeã Paulista. O fortalecimento da modalidade é fundamental para impedir retrocessos neste segmento. Inclusive, o futebol feminino faz parte dos nossos cinco pilares de trabalho. Sobre as acusações de assédio sexual e psicológico, tudo tem de ser apurado de forma rigorosa. Qualquer tipo de assédio é inadmissível!
Recentemente o Santos apresentou um projeto para a construção de um novo para os Meninos da Vila em Praia Grande. Qual a sua opinião sobre o assunto?
Como já havia dito, antes, é preciso fazer um amplo diagnóstico da atual situação do clube. Depois, avaliar o que é bom ou não para o Santos.
Qual a sua avaliação sobre as categorias de base do Santos e o que pretende fazer para melhorá-la? A base das Sereias, por exemplo, sempre foi referência, mas passa por uma fase de poucos investimentos. Cuidar das Sereinhas também será uma prioridade?
Na minha segunda gestão, regularizei a área da entrada da cidade e construímos campos de treinamento para as divisões de base. Infelizmente, não deram sequência. Lamentavelmente, toda a estrutura permanece igual desde a minha saída. Naquela época, o Santos era uma referência. Agora, muitos clubes, até de menor expressão, ultrapassaram o Santos. Nossa proposta é investir e modernizar a estrutura existente pelas exigências do futebol atual. É preciso, além de cuidar do menino e da menina, assistir à família. Base Formadora e Futebol Feminino fazem parte dos meus cinco pilares de atuação.
O tema SAF divide muitas opiniões entre os torcedores do Santos. Está nos seus planos transformar o clube em SAF?
Eu sou a favor da SAF, mas desde que sejam cumpridas algumas condições. SAF não é decisão do presidente, mas sim dos sócios. A SAF por si só não é garantia de modernidade. Não se faz uma SAF para reduzir dívidas, o que seria um atalho. E boa gestão não permite atalhos. SAF é vender parte do futebol do clube. E vender o ativo desvalorizado é uma estratégia equivocada. Se for para um dia virar SAF, o correto é fazer uma gestão responsável, valorizar os ativos do clube e negociar em patamar de valor condizente com o que o Santos vale. Mas com um detalhe importantíssimo: jamais vender o controle do futebol. Autonomia é algo inegociável.