Leila Pereira pode se tornar uma das maiores dirigentes da história do Palmeiras, se abrir mão de ser patrocinadora
A presidente do Palmeiras pode vir a se tornar ainda mais marcante se deixar de lado o patrocínio e se concentrar só em administrar

A oposição à presidente Leila Pereira, do Palmeiras, ainda não definiu um candidato para as eleições presidenciais do fim desse ano. Mas, por conta também disso, é difícil vislumbrar alguém capaz de bater a dirigente no pleito. Desse modo, falar de um segundo mandato de Leila no clube é tratar de algo bastante palpável.
Sua reeleição, no entanto, não precisa significar uma renovação do patrocínio com a Crefisa e a FAM, empresas que ela preside. O contrato das empresas de Leila com o Palmeiras terminam juntamente com o atual mandato da dirigente. E talvez seja abrindo mão de ter sua marca – ou apenas sua marca – na camisa do time, que ela vai entrar para a história.
Hoje, analisando os valores recebidos por outros clubes, ja está claro que o patrocínio pago ao Palmeiras pela Crefisa esta defesado. Aliás, só o simples fato de não ter havido correção no montante do patrocínio pela inflação já deixaria clara tal dimensão.
Leila garante que fará uma concorrência com empresas interessadas em patrocinar o Verdão no fim do ano. E que vai escolher aquela que tiver a melhor proposta. O atual contrato permite que Leila iguale qualquer proposta feita ao clube na tal concorrência. Mas não deveria.
Ótima administradora
Já está mais do que comprovado que a empresária Leila Pereira é excelente administradora. Não apenas pela maneira como conduz a Crefisa e a FAM, mas também pelo modo como administra o Palmeiras.
Uma outsider até outro dia, ela se senta à mesa com homens do futebol como Julio Casares, Rodolfo Landim e Ronaldo Fenômeno sem dever nada a eles. Lidera as negociações da Libra com a Globo e soube bater duro na CBF e em dirigente rivais, como John Textor, quando necessário.
No que toca ao Palmeiras, foi quem renovou os contratos de jogadores-chave, como Weverton, Gómez, Zé Rafael, Veiga e Rony. Sem contar a habilidade para estender, já por duas vezes, o contrato de Abel Ferreira com o clube, por exemplo.
A Era Leila
Uma das obsessões de Leila Pereira no Palmeiras é fazer da Era Crefisa (desde 2015) algo tão ou mais memorável que a Era Parmalat (1992-2000).
O tempo de duração do atual patrocínio já superou a permanência da multinacional italiana no clube alviverde. Em termos de conquistas, falta muito pouco – embora o simples fato de o clube ter ganhado duas Libertadores na fase atual já devesse ser suficiente para desempatar a questão.
Mas em vez de buscar fazer da Crefisa a maior patrocinadora a passar pelo Alviverde, Leila talvez devesse focar em fazer de si mesma uma das maiores dirigentes palmeirenses.
E, para isso, ela não precisa necessariamente seguir investindo o dinheiro de suas empresas na sociedade esportiva que preside. Basta tratar com a mesma responsabilidade e qualidade administrativa o caixa que ela hoje ajuda a abastecer.
Única mulher a ser a mandatária máxima do Verdão em 110 anos, seria muito saudável para o Palmeiras e para o machista mundo do futebol que Leila Pereira ficasse marcada menos pelo dinheiro que colocou do que pelos títulos que trouxe.