Entenda as polêmicas com a arbitragem nas finais de Mineiro e Gauchão
Batalha entre Grêmio e Inter começou cedo, enquanto origem de árbitro é polêmica em Minas Gerais

Enquanto São Paulo e Rio de Janeiro ainda não chegaram a seus finalistas, os outros dois principais estaduais do país — Mineiro e Gaúcho — já estão em suas decisões. E os dois têm mais uma grande semelhança: polêmicas de arbitragem muito antes da bola entrar em campo.
Neste sábado (8), às 16h30 (horário de Brasília), Atlético-MG e América-MG começam a decisão do Campeonato Mineiro, enquanto às 17h45 (horário de Brasília), Grêmio e Internacional fazem o primeiro jogo da final do Campeonato Gaúcho.
Pensando nisso, a Trivela conta como as discussões de arbitragem pautaram as finais dos estaduais.
Gauchão teve discussões entre Grêmio e Inter desde o início
Desde o começo do Campeonato Gaúcho deste ano, Grêmio e Internacional travam discussões nos bastidores, e também com falas públicas, sobre a arbitragem no Estadual. Com a possibilidade do Tricolor conquistar o oitavo Gauchão seguido, igualando o recorde do Inter, o Estadual ganhou ares de Copa do Mundo, com muitas polêmicas entre os dois clubes.
Durante o Gaúcho, dirigentes de Grêmio e Inter, em momentos diferentes, reclamaram da arbitragem, especialmente do VAR, e insinuaram um possível favorecimento ao rival. Em algumas ocasiões, até com acusações mais graves.
Após o Gre-Nal da primeira fase do Gaúcho, no começo de fevereiro, Andrés D'Alessandro, diretor esportivo do Inter, disse que ábritro Daniel Nobre Bins, que foi o VAR da partida, favorece o Grêmio. O Colorado também protocolou um ofício na FGF questionando a arbitragem e solicitando o áudio do VAR.
– Coincidentemente, quando tem o Daniel Bins, sempre há um lado favorecido. E não só contra o Inter. Ano passado teve Grêmio e Juventude e ele não chamou para ver a falta do goleiro no Gilberto. Abrimos os olhos para saber o que está acontecendo. Que as decisões sejam justas. Não queremos ser favorecidos – disse D'Alessandro.
Na época, Guto Peixoto, diretor de futebol do Grêmio, afirmou que o Inter estava tentando “condicionar” a arbitragem contra o Tricolor.
Depois, foi a vez do Grêmio reclamar da arbitragem. A diretoria do Tricolor ficou na bronca por um possível pênalti não marcado na vitória sobre o Juventude no primeiro jogo da semifinal. Foi esta partida que fez a diretoria do Grêmio solicitar arbitragem de fora do Rio Grande do Sul no mata-mata do Estadual.
No entanto, mesmo com a utilização de árbitros de fora do RS no VAR, as polêmicas seguiram. No último sábado (2), o presidente do Inter reclamou de uma possível falta no gol do Grêmio contra o Juventude, que levou o duelo para os pênaltis.

— A narrativa que se criou é que nós tínhamos falado tantas coisas horríveis quanto foram ditas por outros. Nesse sentido, há um desequilíbrio. E esse desequilíbrio precisa cessar. Aí acontece o que aconteceu hoje (sábado). Muito claramente ficou um desequilíbrio. Hoje existe uma equipe que está na final do Campeonato Gaúcho graças à arbitragem — afirmou Alessandro Barcelos.
Agora, na semana em que Grêmio e Inter iniciam a disputa pelo título do Gaúcho, os ânimos se acalmaram pelo menos um pouco. De acordo com a imprensa gaúcha, a Federação local monitorou a situação para tentar esfriar os nervos.
Por fim, a FGF optou por escolher uma arbitragem inteira de fora para o primeiro jogo da final. Ramon Abatti Abel, de Santa Catarina, será o árbitro principal, com os auxiliares Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa, do Rio de Janeiro, e Bruno Boschillia, do Paraná. Até o VAR será de fora, com Daiane Muniz, do Mato Grosso do Sul, no vídeo.
Arbitragem local ou “estrangeira” em Minas Gerais?
Não é nenhuma novidade que os principais times de Minas Gerais se incomodam com a arbitragem do estado. A discussão aumentou no clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG durante a primeira fase do Campeonato Mineiro.
As atuações do árbitro Felipe Fernandes de Lima e do árbitro de vídeo Rodolfo Toski Marques foram bastante questionadas pelo clube celeste, que reclamou da falta de revisão em um pisão de Lyanco em Dudu e a expulsão de Gabigol minutos depois. Após a partida, o CEO do Cruzeiro, Alexandre Mattos, foi até a porta do vestiário xingar Fernandes.
O Cruzeiro fez uma reclamação formal na Federação Mineira de Futebol (FMF), solicitando arbitragem de outros estados nos futuros clássicos do campeonato estadual.
Após um acordo com o América-MG, a semifinal teve dois árbitros “estrangeiros”: Anderson Daronco, do Rio Grande do Sul, foi o responsável pela primeira partida e Wilton Pereira Sampaio, de Goiás, apitou o segundo jogo.
Para o primeiro jogo da final, entre América e Atlético, com mando do Galo, a Federação Mineira de Futebol anunciou arbitragem local, com Vinícius Gomes do Amaral comandando o confronto. De acordo com a “Itatiaia”, a escolha de Gomes do Amaral seria um “voto de confiança à arbitragem local”.

Para o jogo de volta, com mando do Coelho, a discussão ainda está em aberto. É esperado que a grande decisão tenha um árbitro de fora, seguindo a lógica do pedido do América na semifinal.