Provável saída de Braz deixa incógnita para o futuro do futebol do Flamengo
Vice-presidente de futebol deve deixar o cargo ao fim da gestão Landim, para cuidar mais da carreira política

Mais uma semana em que os bastidores do Flamengo fervem. A notícia da vez é a saída em definitivo do vice-presidente de futebol, Marcos Braz, após o fim da gestão Rodolfo Landim. Martelo batido, e a pasta precisará de um novo líder.
Além disso, o Flamengo também caminha a passos largos para viabilizar a construção do seu estádio, algo que conta a favor de Landim. A eleição, contudo, parece cada vez mais nebulosa. A Trivela conta tudo e não esconde nada sobre os assuntos.
Saída de Marcos Braz
A decisão foi tomada em comum acordo com membros da alta cúpula da diretoria. Landim, atual presidente, e Rodrigo Dunshee de Abranches, candidato da situação, receberam a notícia nos últimos dias e apoiaram. A informação foi publicada primeiro pelo UOL Esporte.
O vereador está no comando do departamento de futebol desde 2019 e colecionou títulos importantes, assim como algumas polêmicas. Na última temporada, por exemplo, o dirigente se envolveu em briga física com torcedor na Barra da Tijuca e poderia ter respondido criminalmente, caso não tivesse costurado acordo com a vítima.

Os motivos para a saída são simples. Braz já acumula cargo público na Câmara dos Vereadores e pleiteia reeleição em outubro. A carreira política se estende à Brasília, onde o vice-presidente de futebol acumula a suplência do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados. Esse é o foco para os próximos anos.
Ciclos chegam ao fim, e o de Braz no Flamengo não é diferente. Internamente, poucos acreditam que Braz possa ser convencido a mudar de ideia.
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Quem pode substituí-lo?
Essa é uma grande questão para Landim e Dunshee pensarem nos próximos meses. Difícil encontrar um nome com a força de Braz nos bastidores, fora o entendimento e vivência do dirigente, que já viveu muito no futebol. A busca por um substituto ainda não começou e só deve ascender em caso de vitória da chapa apoiada pelo atual presidente.
Isso não impede, contudo, que alguns nomes apareçam no radar. Bruno Spindel e Diogo Lemos compõem o departamento de futebol com Braz e possuem experiência prévia, embora o primeiro tenha ingressado no Flamengo com ajuda de Luiz Eduardo Baptista, o BAP, principal concorrente de Dunshee nas eleições. O segundo, por sua vez, ganhou força nos últimos meses, acumulando cargos no Gabinete da Presidência.

Como mencionado, o cenário ainda é um pouco nebuloso. As peças se movimentam no Flamengo, que já tem Dunshee e Maurício Gomes de Mattos, que também fazia parte da gestão Landim, como únicos candidatos oficiais à presidência. BAP, embora ativo nos bastidores, ainda não oficializou a candidatura.
Projeto de estádio avança
Se a eleição gera burburinho e divisão na base aliada, um assunto é unanimidade: a construção do estádio no Gasômetro. Depois do anúncio da desapropriação do terreno, o Flamengo aguarda o dia 31 de julho, data estipulada do leilão, para adquirir os mais de 100 mil metros quadrados em definitivo.
Dois dias antes, o Conselho Deliberativo do Flamengo votará a liberação da verba para arrematar o terreno. A questão é que, ao contrário de outros momentos, a diretoria pretende pagar valor muito menor do que o estipulado inicialmente.
Se as primeiras conversas apontavam R$ 250 milhões, o Rubro-Negro busca acordo por mais de R$ 100 milhões a menos. Quem disse foi o próprio Dunshee, em entrevista ao Canal Paparazzo Rubro-Negro.
Eduardo Paes indica reunião tranquila com a Caixa via Instagram. Prefeito do Rio acompanhado de Carlos Vieira, presidente do banco estatal, e Pedro Paulo, deputado federal.
Mais um passo dentro do projeto de estádio do Flamengo. pic.twitter.com/Ny7OEqja1d
— Gui Xavier (@GuiVXavier) July 16, 2024
Veja o pronunciamento completo
“O Flamengo nunca quis pagar 250 milhões no terreno do Gasômetro. Nossa intenção, afinal, foi sempre de pagar 146 milhões, no máximo. Para se chegar a esse valor, utilizamos o valor que foi pedido pela própria Caixa Econômica Federal para o metro quadrado no processo do Terminal Gentileza. Lá, eles pediram R$ 2 mil pelo metro quadrado, já a prefeitura pagou 1.500. Ou seja, oferecemos mais do que a prefeitura pagou a eles pelo mesmo terreno
Do valor final do terreno, deve ser descontado 17%, porque o terreno é foreiro à União. Assim os 88 mil m² x 2000 reais o metro daria = 176 milhões, menos os 17% do foro, 146 milhões. Fica aqui o esclarecimento de que nunca houve proposta de 250 milhões. A intenção do Flamengo sempre foi pagar o preço que foi pedido para a Prefeitura no Terminal Gentileza, subtraindo os 17% do foro da União, totalizando R$ 146 milhões. Esse seria o valor máximo que o clube admitiria pagar pelo terreno”, disse Dunshee.