Brasil

Braz sai de “entrevero” com torcedor do Flamengo impune, tanto no clube quanto na Justiça

Vice-presidente de futebol, Braz brigou fisicamente com um torcedor em shopping na Barra da Tijuca, mas foi absolvido pelo Flamengo

O imbróglio envolvendo Marcos Braz e o torcedor Leandro Campos, agredido pelo vice-presidente de futebol do Flamengo em shopping na Zona Oeste do Rio, terminou de maneira oficial nesta quarta-feira (07). O dirigente foi absolvido pela comissão jurídica do clube, ou seja, não sofrerá sanções internas e, também, fez acordo com a vítima. Agora, as ações na Justiça Comum não valem mais.

Comissão jurídica vê pedido de exclusão incosistente

A Comissão Permanente de Assuntos Jurídicas do Flamengo absolveu Braz na última terça-feira (06), ao arquivar o pedido de suspensão de cinco sócios por unanimidade. O documento foi entregue ao Conselho Administrativo do clube no dia 31 de janeiro, quando as imagens do imbróglio entre o vice-presidente de futebol e Leandro Campos vieram à tona, via GloboNews.

Walter de Oliveira Monteiro, Júlio Hofacker James, Rodrigo Gustavo Rötzsch, Rubem Ricardo de Azevedo e Thiago Graça Ramos foram os responsáveis pela ação. No pedido, os sócios afirmam que Braz quebrou os seguintes artigos: 39 (ir às vias de fato) 50 (ato de grave indisciplina social) e 51 (ato delituoso).

Marcus Antônio de Souza Faver, ex-presidente do TJ-RJ, Marcio Mattos Carneiro, Luiz Fernando Fragoso Machado, Mario Alberto Pucheu e Eduardo Bezerra Carreirão da Silva são os membros da Comissão Permanente. Todos viram o pedido dos sócios como inconsistentes e o encaminharam o arquivamento para Luiz Eduardo Baptista, o BAP, presidente do Conselho de Administração. Assim, Braz não sofreu qualquer tipo de sanção.

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Defesa de Leandro Campos faz acordo com Braz

Braz conseguiu o que queria tanto internamente quanto na Justiça Comum. Nesta quarta-feira (07), a defesa do vice-presidente de futebol fez acordo com os advogados que representavam Leandro Campos, para que o torcedor não levasse adiante às ações. Dessa forma, o rubro-negro renuncia à representação criminal contra o dirigente do Flamengo e terá direito à indenização extra-judicial.

— O Leandro compareceu acompanhado de mim e da mãe dele e teve um pedido de desculpas do Marcos. O Leandro aceitou e houve uma conversa para entrar em consenso. Por isso não vamos dar continuidade ao processo e também não daremos início à ação na área cívil (com pedido de indenização) — disse Ani Luizi de Oliveira, mãe e advogada da vítima.

Impunidade é retrato interno do Flamengo

No dia em que a tragédia do Ninho do Urubu completa cinco anos, a impunidade de Braz é vista como “mais do mesmo” para os torcedores do Flamengo. Landim, e o restante da alta cúpula da diretoria, demonstrou apoio ao vice-presidente de futebol desde que as imagens da briga foram divulgadas. Não era o esperado pela torcida, mas também não surpreende nem um pouco.

A agressão ao torcedor, que deveria ser tratado como maior patrimônio do clube, é só mais um capítulo de um ano que promete ser bastante agitado nos bastidores. 2024 é de eleição no Flamengo, e diversos grupos já estão se movimentando para tentar ganhar o poder, já que Rodolfo Landim, presidente nos últimos dois triênios, não pode mais se reeleger.

Braz tem apoio total de Rodolfo Landim, mesmo que as circunstâncias sejam nebulosas (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

O vice-presidente de futebol permanecerá no cargo até, pelo menos, dezembro, quando a nova chapa assumirá o comando do Flamengo. A boca de urna ainda é bastante nebulosa, visto que restam alguns meses de campanha, mas o grupo que envolve Landim (e Braz), não está tão unido. São duas as vertentes: Rodrigo Dunshee de Abranches, vice-presidente jurídico, e Luiz Eduardo Baptista, o BAP.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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