Brasil

Frustração dá lugar à esperança e resiliência no Flamengo após doída eliminação na Copinha

A derrota para o Cruzeiro trouxe a tristeza, claro, mas ela rapidamente foi ofuscada pela excelência da inesperada campanha do Flamengo na Copinha

O Flamengo perdeu para o Cruzeiro por 2 a 1 na última segunda-feira (22), na Arena Barueri, e foi eliminado da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O resultado frustrou os rubro-negros, que vinham em campanha de superação e queriam muito a vaga na decisão do torneio. Apesar da tristeza inicial, os sentimentos ruins foram rapidamente substituídos pelo orgulho, principalmente da torcida.

A trajetória do Flamengo na Copinha não foi de superação apenas pelo que aconteceu dentro de campo. Sem seus principais jogadores desde a terceira rodada, entregues aos profissionais para a disputa do Campeonato Carioca, o Rubro-Negro contou com o brilho de promessas do sub-17 e do técnico Raphael Bahia para avançar até onde quase nenhum torcedor imaginava. Isso, por si só, já é uma vitória.

O Flamengo está fora da Copinha depois de ter sido eliminado pelo Cruzeiro (Foto: Ale Vianna/Divulgação/CRF)

Sonho (quase) perfeito chega ao fim

Antes do jogo contra o Cruzeiro, o Flamengo estava invicto na Copa São Paulo, com apenas um risco na campanha praticamente perfeita. Seis vitórias e um empate, 13 gols marcados e apenas cinco sofridos. Era um Rubro-Negro que chegava à semifinal com muito a se comemorar, mas diante do primeiro grande teste nesta Copinha.

Se a defesa do Flamengo é forte, a do Cruzeiro é a melhor da Copinha, com apenas dois gols sofridos. O segundo, inclusive, veio no chute de Welinton, logo depois que o time mineiro abriu o placar. A Raposa acabou tomando a frente novamente, em pênalti reclamado pela torcida rubro-negra, mas que, sinceramente, aconteceu. Cotovelada dentro da área, mesmo que sem intenção, é infração.

A pressão no fim não deu resultado, e o Flamengo se despediu da Copinha a um passo da decisão. Claro que o sentimento de frustração foi o primeiro a aparecer, mas, depois de agradecer o carinho da torcida presenta na Arena Barueri, ele deu lugar à gratidão e esperança.

Garotos se destacam

Na ausência de nomes como Diegão, Lorran, Werton e Petterson, todos destaques do sub-20, o Flamengo teve que se desdobrar para encontrar soluções. Essa é a vantagem de ter uma base forte em todas as categorias, já que o Rubro-Negro pôde contar com uma maioria de sub-17, incluindo o técnico Raphael Bahia, que treina o sub-16, para comandar a campanha. Deu muito certo.

O impacto de alguns Garotos do Ninho é inegável. A defesa, muito elogiada por Mário Jorge antes do início da jornada, foi uma das menos vazadas do torneio e manteve o Flamengo em jogos que pareciam escapar do controle. O goleiro Lucas se valorizou ao se tornar herói em cobranças de pênaltis, enquanto o zagueiro Iago foi o mais consistente.

As melhores surpresas, no entanto, vieram do meio para frente. Daniel Rogério dominou o meio-campo e marcou gols importantes, Wallace Yan foi o jogador mais insinuante do Flamengo na competição e Welinton comandou o ataque com seis tentos anotados, dois a menos que Djalminha, recordista do clube na competição. Nada mal para quem foi lançado com expectativas baixas, a maioria em sua primeira disputa de Copinha.

Com Filipe Luís, base do Flamengo só tem a ganhar

O contexto das categorias de base do Flamengo nos últimos anos é excelente. Campeão brasileiro no sub-17 e no sub-20, além de outros títulos importantes, como a Copa do Brasil, o Rubro-Negro é protagonista e, por isso, revela grandes jogadores. A safra que jogou essa Copinha é mais uma a animar o torcedor e, inclusive, contará com um novo comandante em 2024: Filipe Luís.

O quanto o ex-jogador pode agregar no Flamengo só o tempo dirá, mas as expectativas são muito boas, especialmente quando unidas aos excelentes trabalhos de Mário Jorge e Raphael Bahia. O Rubro-Negro está em boas mãos, tanto no profissional quanto nas categorias de base.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
Botão Voltar ao topo