Frustração em negociação por Deivid Washington não ofusca ótima janela do Flamengo
Clube carioca demorou para engrenar, mas, no geral, fez um mercado bem interessante para dar mais robustez ao elenco
O Flamengo não conseguiu completa sua quinta e última contratação nesta movimentada janela de transferências. O alvo era Deivid Washington, atacante formado nas categorias de base do Santos, e pertence ao Chelsea, mas a negociação melou nos últimos estágios. A frustração, contudo, passou rápido.
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Mesmo que não tenha concretizado a sua cartada final, o departamento de futebol do Rubro-Negro entregou um mercado bem interessante, no qual supriu as principais necessidades da equipe. A única crítica fica por conta da demora para se movimentar.
Faltou pouco: Deivid Washington
Braz, Spindel e companhia já sabiam que precisariam de muita força de vontade para fechar com Deivid Washington. O tempo era curto, já que o Flamengo abriu negociações restando apenas dois dias para o fechamento da janela de transferências. O fuso horário não facilitava em nada na troca de documentos, ainda que a vontade do jogador fosse de vestir a camisa rubro-negra.
No fim, o Flamengo também não aceitou o desejo do Chelsea de dividir os salários de Deivid Washington, algo que inviabilizou de vez o negócio. O atacante de 19 anos permanecerá em Londres, como a Trivela, em conjunto com a Premier League Brasil, já havia apurado.
Mercado que melhora o elenco
Apesar da decepção nessa e em outras negociações, como Claudinho e Lucas Paquetá, o Flamengo conseguiu fazer uma janela bem interessante. As contratações de Alex Sandro e Michael abrem um leque de opções para Tite em posições prejudicadas pelas lesões de Matias Viña e Everton Cebolinha.
Gonzalo Plata também chega para suprir a carência na ponta direita, que só tinha Luiz Araújo de origem. Carlos Alcaraz ameniza única função que já era prioridade antes das lesões, no meio-campo, como substituto direto para De La Cruz e Arrascaeta.
Agora, o Rubro-Negro tem pelo menos dois jogadores para cada posição, com alguns curingas, como é o caso de Gerson. Elevou o nível e a profundidade de um elenco que já era considerado um dos mais fortes da temporada, ainda que tenha ultrapassado a meta orçamentária, que era de R$ 160 milhões para as duas janelas.
Ao todo, o departamento de futebol gastou quase R$ 300 milhões, entre os R$ 158 milhões da primeira janela e R$ 137 milhões da segunda. É o maior gasto da gestão Rodolfo Landim, que se estende desde 2019, embora fique em segundo quando luvas, intermediação e direitos econômicos são contabilizados.
Primeira janela
- De la Cruz – R$ 78 milhões – River Plate
- Matías Viña – R$ 42,7 milhões – Roma
- Léo Ortiz – R$ 37,6 milhões – Red Bull Bragantino
- Carlinhos – R$ 3,2 milhões – Nova Iguaçu
Segunda janela
- Carlos Alcaraz – R$ 110 milhões – Southampton
- Gonzalo Plata – R$ 24 milhões – Al-Sadd
- Michael – de graça
- Alex Sandro – de graça
Críticas diminuíram bastante
O cenário desta janela se desenhava exatamente como a do meio de 2023: muita especulação e nenhum reforço anunciado. Até o principal nome — Claudinho, do Zenit — era o mesmo. Em determinado momento, o departamento de futebol chegou a aceitar que não faria grandes movimentações no mercado, passando confiança ao elenco.
Vieram as lesões, e o Flamengo precisou agir, já que o grupo ficou mais frágil. Por isso, a demora do Flamengo para agir, atrelada aos problemas nas vendas de Wesley e Fabrício Bruno, que impediram o clube de faturar alto, deixaram o torcedor nervoso. Naquele momento, Braz, Spindel e companhia viviam seu momento de maior pressão.
Os reforços começaram a chegar, e o barulho diminuiu. Pouquíssimos torcedores rubro-negros vão criticar as movimentações e novos nomes, afinal, como mencionado, o Flamengo supriu todas as carências do elenco. Resta saber se a inércia será fator determinante, levando em consideração a falta de tempo para adaptação dos atletas.
Alcaraz, por exemplo, estreou sem ser apresentado oficialmente pelo Flamengo. Michael também já entrou em campo, enquanto Alex Sandro e Gonzalo Plata estão regularizados no BID da CBF. Em nomes, excelente, em valores, mais ou menos, em planejamento, abaixo da expectativa. Essa foi a janela de transferências dos rubro-negros.