Corinthians tem atitude gigante contra a homofobia em manifesto à torcida

A luta contra a homofobia no futebol é dura. Já explicamos O clube alvinegro mostrou uma grandeza enorme ao divulgar nesta sexta-feira um manifesto contra a homofobia e pedindo que a sua própria torcida pare com o grito de “bicha” toda vez que o goleiro adversário cobra tiro de meta.
Cobramos que os clubes se posicionem contra o preconceito, como foi o caso do Grêmio no episódio com o goleiro Aranha. O envolvimento dos clubes é essencial, porque ele é a razão da paixão das pessoas pelo futebol. É pelo clube que o torcedor pega chuva, enfrenta horários de jogos às 22h, compra ingressos muitas vezes caros e, também, paga caro para ver pela TV assinando a TV a cabo. O clube é a razão do torcedor existir e por isso a sua participação na campanha é fundamental. O Arsenal se envolveu diretamente em uma campanha contra a homofobia que acontece neste fim de semana. Já contamos aqui na Trivela como os clubes tiveram papel fundamental em outros momentos da história. No início do século, o futebol teve um papel importante ao enfrentar as barreiras contra o preconceito racial, incluindo os negros nos times.
A manifestação é um passo muito importante para que essa não seja uma questão discutida apenas em poucos círculos sociais. A homofobia é uma questão séria e muitas vezes não percebemos o quanto isso está enraizado nos gritos que fazemos e no que falamos. Vasco, Bangu e Ponte Preta tiveram um papel importante no combate ao preconceito racial. Aqui, nós questionamos quem serão os clubes que farão esse papel no combate à homofobia. O Corinthians dá um passo à frente nesse sentido, mostrando que se preocupa com isso. Como clube de origem popular e com um histórico tão importante no futebol e na sociedade brasileira, o clube mostra que ainda mantém parte de suas raízes. O Corinthians é um clube de origem popular, que tem a sua sede, e agora seu estádio, na zona leste, uma região historicamente tão cheia de problemas sociais.
O manifesto lembra que o Corinthians tem uma história ligada à busca por igualdade de condições entre as pessoas e por democracia. Que o clube, hoje muito rico, nunca se esqueça da sua origem. E que seja só o primeiro dos clubes a tomar uma atitude como essa. Todo time de massa tem a maior parte da sua torcida entre a população mais pobre e não podem esquecer o importante papel social que exercem. Que o Corinthians dê ainda mais passos nessa direção e que todos os outros acompanhem. Passou a hora de colocarmos em pauta que a sociedade não pode mais aceitar manifestações preconceituosas, sejam raciais, sexuais, sociais ou de qualquer outra natureza. Ainda há muito a se fazer. O futebol, e a sociedade como um todo, é muito machista. Temos que combater e, pouco a pouco, tirar do nosso cotidiano esse tipo de manifestação. A graça do futebol não está em ser preconceituoso. É possível zoar os adversários, tirar sarro e continuar brincando sem precisar de racismo, homofobia nem machismo.
Veja o manifesto do Corinthians:

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