Alívio nos cofres? Corinthians revisa orçamento e tem salto nos valores de patrocínio
Gestão de Augusto Melo revisou os registros orçamentários do Timão para a temporada 2024 e apontou importante crescimento em patrocínios
A nova gestão do Corinthians revisou o orçamento de 2024, fechado pelo ex-presidente, Duílio Monteiro Alves, no fim do ano passado. O documento, que continua pendente de aprovação pelos órgãos competentes, aponta um novo faturamento de R$ 935,4 milhões, cerca de 15% a mais do que o previsto anteriormente (R$ 816,6 milhões), com um crescimento significativo em patrocínios. A Trivela teve acesso aos registros financeiros.
No geral, os valores atualizados pela revisão são consideravelmente superiores aos que diretoria anterior apresentou. No entanto, um deles salta aos olhos: R$ 263,2 milhões oriundos de patrocinadores. O montante significa um aumento de 51% em relação aos R$ 173,9 mi apresentados pela gestão anterior.
Os novos acordos de patrocínio farão com que o Timão fature mais R$ 89 milhões no orçamento atualizado. Vale ressaltar que, deste valor, R$ 59,4 milhões de impacto em 2024 continuam em negociação referentes às propriedades em aberto e novos projetos estratégicos.
Além disso, o saldo líquido de arrecadação com a venda de atletas deve ultrapassar os R$ 133,3 milhões. O valor é 21% maior. Vale ressaltar que as negociações de Gabriel Moscardo, Ivan e Roni já totalizam R$ 85,3 mi, ou seja, o Timão ainda tem a expectativa de entrada de outros quase R$ 50 mi em venda de jogadores.
Outro crescimento importante do faturamento do Timão vem dos direitos de transmissão. Segundo o orçamento revisado, o clube terá um crescimento de 6% na arrecadação: de R$ 294,6 milhões para R$ 313 milhões.
VaideBet é carro-chefe dos patrocinadores
Em janeiro, o Corinthians fechou um patrocínio com cifras inéditas no Brasil. O acordo com a casa de apostas VaideBet, que pagará R$ 360 milhões em três anos de contrato pelo patrocínio máster da camisa, foi o grande responsável pelo crescimento significativo nas receitas do clube alvinegro.
O valor anual a ser pago pela VaideBet ao Corinthians é de R$ 120 milhões — quase seis vezes mais do que o contrato com anunciante anterior, a Hypera Pharma. Em 2021, quando fechou negócio com a gigante farmacêutica, o Timão recebia R$ 17 milhões por temporada. Depois do reajuste, as cifras subiram para R$ 22 milhões. Mesmo assim, o número não chega nem perto do atual patrocínio.
Além disso, o acordo colocou a equipe na primeira prateleira de patrocínios máster do futebol brasileiro. Flamengo e Palmeiras, clubes que até então tinha a maior arrecadação na área, ficaram para trás.
Porém, a multa rescisória com a Pixbet também entrou na nova conta de gastos do clube. O rompimento de contrato com a casa de apostas custará R$ 44,1 milhões aos cofres alvinegros.
Dívidas também cresceram
Se por um lado há crescimento de faturamento, por outro as dívidas também saltaram. Boa parte dos gastos acrescidos no novo orçamento tem relação com multas rescisórias, além da quebra de contrato com a Pixbet. A saída da comissão técnica de Mano Menezes custou mais de R$ 12 milhões. Já a saída de António Oliveira do Cuiabá custou outro milhão ao Corinthians.
No tópico Neo Química Arena e Caixa Econômica, o Corinthians planeja amortizar cerca de R$ 91,1 milhões. Do total da dívida com o banco — cerca de R$ 686 milhões — mais a aplicação de 2% juros nas parcelas trimestrais e das despesas com a Arena, o Timão irá despender R$ 175,5 milhões. Em uma visão consolidada, o orçamento da Arena (R$ −39,4 milhões) somado ao orçamento revisado (+17,6 MM) resultado em déficit líquido de R$ −21,8 mi.
O endividamento do Corinthians, com a adição da Neo Química Arena à conta, alcançou o valor total de R$ 1,6 bilhão.