Para bancar Memphis, Corinthians inverte estratégia usada com Ronaldo
Lado empresarial de Memphis Depay não tem sido suficiente para atrair os acordos visados pelo Timão

Quando negociou a contratação de Memphis Depay, o Corinthians propôs um modelo de negócio semelhante ao que viabilizou a contratação do atacante Ronaldo em 2009.
A ideia sempre foi usar o lado midiático e empresarial do neerlandês para incorporar financeiramente o acordo.
Na prática, porém, a estratégia é diferente da usada com o Fenômeno.
Enquanto Ronaldo utilizou as influências que tinha no mercado para atrair parcerias comerciais ao Timão, com Memphis a ideia é explorar somente o impacto midiático.
Segundo apuração da Trivela, o entendimento no clube alvinegro é que mesmo a veia empresarial de Depay não tem sido suficiente para atrair os acordos procurados.
E isso não estaria atrelado ao potencial do jogador nos negócios, mas pela diferença de nicho entre o Corinthians e as empresas que o atleta possui relações.
No entendimento corintiano, a principal desconexão com as marcas parceiras de Memphis é a inclinação da maioria ao mercado interno europeu.
Recentemente, o Timão foi representado em um evento organizado por uma empresa de transportes aéreos da Europa. O convite esteve atrelado à ligação que a companhia possui com Memphis Depay. Não foram fechados negócios, embora o clube classifique a experiência como positiva por conta das relações comerciais construídas.
Corinthians deseja tornar Memphis Depay garoto-propaganda em novos negócios
Ainda que ainda não tenha construído parcerias através da influência empresarial de Memphis Depay, o Corinthians pretende usar do impacto midiático do atleta para amarrar alguns acordos comerciais e incorporar financeiramente a parceria com o jogador.
Na interpretação corintiana, essa linha de trabalho tem muito mais chances de ser bem sucedida do que a exploração de Memphis como homem de negócio. No entendimento do clube, mesmo que o jogador também atue como empresário, a força maior dele está no impacto da marca pessoal.
Neste caso, os acordos buscados vão além dos que a instituição já possui, por exemplo, com os patrocinadores. Entre eles a “Esportes da Sorte”, que é a parceira máster do Timão e também responsável por bancar a maior parte dos pagamentos de Memphis Depay.
O Corinthians possui uma meta para a arrecadação de novos negócios alinhada em contrato com o jogador.
Paralelamente, também há um acordo entre as partes na distribuição de receitas cujo lucro está atrelado a produtos licenciados.
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Corinthians terá que pagar Memphis caso não consiga firmar parcerias para o jogador
O Corinthians precisa levantar pelo menos R$ 5,7 milhões em novos negócios atrelados a imagem de Memphis Depay até junho de 2026, quando encerra o contrato do jogador com o clube.
Essa é a quantia mínima garantida pela instituição ao jogador. O compromisso está registrado em contrato no qual a reportagem teve acesso ao trecho em questão.
Caso não alcance a arrecadação, o Timão precisará pagar o valor proporcional ao atleta.
Até o momento, o Corinthians não fechou novos negócios envolvendo Memphis Depay.
Ainda assim, a diretoria do clube entende que há tempo para que essas parcerias sejam realizadas. E isso não só em 2025, mas também durante o primeiro semestre de 2026.
Há grande expectativa de que Memphis volte a ser convocado à seleção neerlandesa nesta temporada. O que seria um atrativo comercial visando às ações voltadas à Copa do Mundo de 2026.

O próprio jogador está focado em retomar as convocações e o técnico Ronald Koeman tem avaliado positivamente o período do atacante no futebol brasileiro.
Desta forma, há confiança internamente de que o Corinthians não só deixe de ter prejuízo na prospecção de novos negócios para Memphis Depay, como também alcance lucro.
Isso porque o clube tem o direito a 40% dos valores arrecadados acima da margem de R$ 8,5 milhões.
Há otimismo de que a exploração da marca de Memphis Depay além das parcerias que o Timão já possui bata quantias ainda mais elevadas e não só auxilie na incorporação financeira do negócio com o jogador como também seja uma fonte de receita importante para a instituição no decorrer da temporada.