Golpe na Libertadores mudou vestiário do Corinthians e foi crucial por título
Derrota dura para o Barcelona de Guayaquil expôs problemas internos, mas levou elenco de volta ao foco em ser campeão estadual

O Corinthians fez da grande frustração do primeiro semestre, a eliminação ainda na fase preliminar da Libertadores, o combustível para conquistar o título paulista.
Foi a primeira grande frustração de um elenco que criou corpo em praticamente seis meses e que, no fim do ano passado, foi capaz de arrancar de uma luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro à classificação à principal competição da América do Sul.
Promoção à Libertadores interrompida precocemente e que tirou o clube das nuvens, levando novamente à terra fértil.
– O que aconteceu com o Barcelona foi uma coisa muito forte para nós. Entendemos que vínhamos de nove jogos bons. O Corinthians estava na Disney e isso não é a realidade. Depois da pancada, colocamos o Corinthians de volta com os pés no chão – revelou o auxiliar técnico Emiliano Díaz em entrevista coletiva concedida após o título estadual.
E foi com base sólida que o Timão rapidamente virou a chave.
E antes que isso acontecesse em campo, foi essencial que o grupo voltasse ao foco e se fechasse novamente pelo bem maior.
Brigas que poderiam explodir o vestiário do Corinthians serviram para recuperar o foco
Desde o início da temporada, alguns casos isolados minaram o elenco corintiano. Em especial, envolvendo a grande estrela do clube: Memphis Depay.
O estopim desses problemas aconteceu justamente na partida que encaminhou a eliminação corintiana na Libertadores.
Pela segunda fase preliminar, o Timão perdeu por 3 a 0 para o Barcelona (EQU), em Guayaquil. E nem o triunfo por 2 a 0 em São Paulo, na partida de volta, foi o suficiente para a recuperação.
O vestiário corintiano no Equador ficou quente, com uma série de desentendimentos. Em especial entre Memphis Depay e o zagueiro Gustavo Henrique.
O clima do grupo já não era o mesmo do fim da temporada passada, quando a boa relação entre os atletas era evidente e foi capaz até mesmo de segurar Yuri Alberto no clube em meio a investidas internacionais.

Porém, o que parecia o estopim para uma crise interna resultou no fortalecimento do elenco corintiano antes da final do Paulistão.
Capitão corintiano, Ángel Romero foi o primeiro a se posicionar para controlar o vestiário, ainda no Equador.
Os dias seguintes foram de bastante cobrança interna, envolvendo até mesmo comissão técnica, departamento de futebol e diretoria.
Houve diversas conversas em tons mais sérios para se recuperar, ao menos, a determinação pelo bem maior que era o título paulista.
– Depois do Barcelona, o grupo começou a sentir outra coisa no CT: a harmonia, o sangue no olho que tivemos lá atrás, quando estávamos no Z4 – destacou Emiliano Díaz.
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Com chão sólido, caminho pelo título do Corinthians foi pavimentado de dentro para fora
O objetivo em comum do elenco corintiano, que era ser campeão, também foi moldado em frustrações.
Mesmo lutando contra o rebaixamento no Brasileirão, o plantel do Timão tinha grande expectativa de, além de se livrar da situação incômoda, terminar a temporada passada com, pelo menos, um título.
A equipe bateu na trave duas vezes, sendo eliminada nas semifinais da Copa do Brasil e Sul-Americana.
Para jogadores, comissão técnica e diretoria, o grupo que disputava para não cair à segunda divisão do Campeonato Brasileiro não era o que levou o time para aquela condição. E que o elenco formado no meio do ano tinha, na verdade, condições de escrever o nome na história do Corinthians com título.
Mesmo animados com a sequência de vitórias na reta final da temporada passada, os jogadores encerraram o ano carentes de algo: ser campeões.
No vestiário, o discurso era de manutenção do trabalho pela conquista estadual, confirmada três meses depois.
Coube aos atletas serem levados novamente ao ponto de partida. E talhado em frustrações, foi necessária uma nova para que eles voltassem ao foco do início.