Luxemburgo vê Corinthians maduro pelas dificuldades, não pelas críticas
'Estou igual um pinto no lixo', diz Luxemburgo após vitória que põe o Corinthians em vantagem contra o São Paulo nas semifinais da Copa do Brasil
O Corinthians de Luxemburgo definitivamente vive uma nova fase. A vitória por 2 a 1 no clássico contra o São Paulo abre vantagem na semifinal da Copa do Brasil e aumenta para seis o número de jogos sem perder. É uma sequência boa, algo inédito no trabalho do técnico, que mesmo assim não mostrou muita empolgação na entrevista que deu na Neo Química Arena.
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O que Luxemburgo disse?
- Técnico se negou a fazer uma análise tática do clássico e deixou isso “para os especialistas”;
- Ele falou sobre as críticas, mas disse que o elenco cresceu foi na adversidade em campo;
- Também elogiou o zagueiro Lucas Veríssimo, o próximo reforço do Corinthians;
- Luxa diz estar “igual a um pinto no lixo”, de tão feliz com a boa sequência.
O que faz o Corinthians crescer
Em duas respostas, Luxemburgo apontou o que levou à melhora dos resultados do Corinthians: o trabalho e as adversidades em campo, não as críticas de fora. A lógica pode parecer óbvia, mas não é. O técnico passou dois meses repetindo em entrevistas que enxergava “coisas boas” mesmo em atuações muito ruins do Corinthians, às vezes eram atuações individuais, em outras era o desempenho de jovens da base, mas sempre valorizava algo. Assim Luxa concentrou as críticas nele próprio, serviu de vidraça.
– Não são as críticas que fazem a diferença, só temos que conviver com elas porque pertencem ao nosso meio. O que sempre disse é que via coisas boas mesmo em momentos ruins, porque as coisas estavam acontecendo. Não poderia fazer meu elenco crescer pelas críticas, isso pertence a vocês. Nós temos que saber do que fazemos internamente, sabendo que o elenco pode crescer. Nós não nos baseamos nas críticas, baseamos no nosso trabalho.
Em outro momento, o técnico avaliou que o elenco amadurece bem por tudo o que viveu nas últimas semanas: sequência sem vencer, depois classificações nos pênaltis, um jogo muito hostil no Peru, fase invicta na hora certa e agora mais uma vitória em clássico. Por outro lado, Luxemburgo não se engana. Ele sabe que o Corinthians não pode tropeçar em casa contra o Vasco, o lanterna do Brasileirão.
– Se começar a tomar porrada amanhã, vocês serão os primeiros a dizer que precisa voltar a ganhar. Não é mais ou menos cascudo, o Cássio com a experiência que tem, o Fábio Santos, os mais jovens estão amadurecendo, crescendo na dificuldade e na resistência, no ambiente hostil. Tudo isso é crescimento, até mais os mais experientes. Mas depois, se perder dois jogos aí, já vem porrada de novo, não tem jeito.
O Corinthians agora tem vantagem nas semifinais da Copa do Brasil e vai jogar por um empate no Morumbi, daqui a três semanas, quando reencontrar o São Paulo. Antes disso tem compromisso contra o Vasco às 18h30 (de Brasília) deste sábado (29), na Neo Química Arena, pela 17ª do Brasileirão.
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Não quis avaliar o jogo
– Toda vez que chegar aqui tenho que fazer análise do jogo? Será que não tem analistas para falar sobre o jogo? Você viu o jogo, a interpretação é de vocês, eu sei o que fiz no jogo. A estratégia foi criada, e é vocês que têm que avaliar e prestar atenção nisso. Toda pergunta procede, mas tem uma porção de comentaristas. O jogo está aí para vocês analisarem, criticarem, eu dizer o que falei para o Adson, para o outro, para o outro, não. Não estou brigando contigo nem nada, estou respeitando.
Lucas Veríssimo
– O Lucas Veríssimo ainda não está totalmente concretizado, deixa a diretoria fazer o que ela precisa fazer. Sempre falei que o nosso problema sempre recai sobre a zaga, mas sempre disse que começava lá na frente, no início das jogadas. Hoje fizemos um grande jogo com Gil e Murillo, o último também tinha sido bom, temos bons zagueiros. O Lucas tem alto nível, se chegar mesmo vai somar bem.
Como se sente na boa fase?
– Estou igual pinto no lixo. Chegar na semifinal desta competição é difícil para caramba. É complicado. Fico feliz, mas tenho os pés no chão por saber que nossa vida é injetada por isso, por decisões.
– Fui contratado pelo Corinthians em um momento difícil do clube, mas foi uma honra. Não dá para dizer não ao Corinthians. Já tinha 71 anos, tinha feito tudo, mas não poderia dizer não. Estou muito feliz.