Corinthians gosta de depender de Renato Augusto, e isso não vai mudar

As dúvidas do Corinthians vêm e vão, mas Renato Augusto é sempre a resposta mais óbvia. A vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, na semifinal da Copa do Brasil, foi mais um lembrete de como o time adora depender do meia, que sempre responde à altura quando está saudável.

Os problemas do Corinthians são muitos, e Renato Augusto não necessariamente é uma solução para eles, mas é, com certeza, uma compensação à altura. O clássico na Neo Química Arena evoluiu como se o São Paulo quisesse dar as cartas, mas foi o camisa 8 quem desequilibrou e decidiu o jogo de ida. Até mesmo Dorival Júnior, o técnico rival, reverenciou o craque.

Já tinha sido assim nas quartas de final, quando Renato fez um gol e participou de outro na classificação sobre o América-MG, e também na fase anterior, quando deu uma assistência contra o Atlético-MG. A Copa do Brasil virou o torneio modelo para Renato Augusto, que tem sofrido com lesões a temporada inteira, mas mesmo assim é decisivo. Até mesmo na Sul-Americana deu assistência recentemente, contra o Universitario (PER).

Luxemburgo já disse publicamente que a chamada “Renato-dependência” não é uma coisa ruim, mas boa. Perguntado novamente sobre o assunto na última terça-feira (25), o técnico preferiu não ir tão longe desta vez.

– É um jogador diferente e faz diferença no jogo. Um jogador como o Renato você não tira do jogo. Ele pode estar de bengalinha, que mesmo assim às vezes decide o jogo para você. Você vai deixando, porque daqui a pouco ele pode decidir. Só saiu porque estava entre ele e o Róger Guedes, os dois mortinhos, e ele falou que estava mais cansado.

A diferença que Renato Augusto faz no Corinthians

Renato Augusto tem 1.216 minutos em campo nesta temporada e 16 participações em gols, contando os que ele marcou (quatro) e as assistências (cinco), mas principalmente os lances em que ele deu um passe-chave (sete). O meio-campista cria um lance de gol a cada 76 minutos, uma média melhor do que a de Róger Guedes, o artilheiro corintiano em 2023, que joga muito mais e por isso tem uma participação em gol a cada 123 minutos.

Não à toa, a presença de Renato Augusto aparece claramente nos resultados:

Corinthians com Renato Augusto

• 71,4% de aproveitamento;
• 13 vitórias;
• Seis empates;
• Duas derrotas.

Corinthians sem Renato Augusto

• 28,7% de aproveitamento;
• Cinco vitórias;
• Quatro empates;
• 13 derrotas.

Para comparação, se dois times do Brasileirão tivessem este aproveitamento atualmente, um seria vice-líder, e o outro, antepenúltimo colocado.

– Essa Arena tem um negócio especial para mim. Fico até arrepiado, porque passei por momentos complicados desde a minha primeira passagem, mas com volta por cima com muita ajuda dos profissionais. Ficar de fora do time é chato, a família sofre, você sofre, mas o carinho do torcedor é absurdo. Poder retribuir em campo este carinho não tem preço. É um lugar mágico, e tento aproveitar cada jogo porque a atmosfera é diferente e vai ficar gravada na minha memória.

Corinthians decidiu jogar por Renato

Renato Augusto jogou menos da metade das partidas do Corinthians nesta temporada (21 de 43), mas mesmo assim o time é montado para ele. Quando ele se lesionou, ainda sob comando de Fernando Lázaro, a tentativa não foi criar um modelo de jogo alternativo para ser usado sem o camisa 8, e sim trocar uma peça por outra, pura e simplesmente.

Adson, Giuliano e Matheus Araújo não deram conta de fazer a função de Renato Augusto, os técnicos passaram, e quando o camisa 8 voltou o Corinthians vivia uma crise enorme com Luxemburgo. Eram sete jogos sem vencer. Ele pisou em campo, as vitórias voltaram, com classificações seguidas e uma boa fase que aumentou um pouco mais com os dois gols marcados no clássico. É um reinado de “Reinato”, como o próprio clube brinca nas redes sociais.

O REI, O CORINTHIANS E A FIEL! ?⚽

? Guaraci Neto#DiaDeCorinthians#VaiCorinthians pic.twitter.com/gLH9zZx6iJ

— Corinthians (@Corinthians) July 26, 2023