Brasil

Como a seleção brasileira de Carlo Ancelotti deve jogar?

Técnico italiano é multicampeão e está de saída do Real Madrid -- e a CBF será sua nova casa até Copa do Mundo de 2026

Após uma longa novela, a CBF anunciou a contratação de Carlo Ancelotti. De saída do Real Madrid no final da temporada, o técnico chega à seleção brasileira sob grandes expectativas. Multicampeão, o italiano é conhecido por se adaptar a diferentes ambientes.

Com 28 títulos conquistados, Ancelotti chega com a missão de levar o Brasil ao hexa. Para isso, o treinador italiano irá implementar sua filosofia de trabalho, cujo estilo está consolidado há três décadas de carreira nas cinco principais ligas europeias.

Pela primeira vez à frente de uma seleção, Carlo Ancelotti não terá o dia-a-dia para comandar as atividades. Mesmo assim, os jogadores (e torcedores) da Amarelinha já podem imaginar o que os esperam no caminho até a Copa do Mundo de 2026.

Nessa análise, a Trivela mostra como a Seleção de Ancelotti deve jogar.

Conheça o perfil de Ancelotti

O técnico de 65 anos é um camaleão. Diferente de Pep Guardiola, Jürgen Klopp, Diego Simeone (e tantos outros), o italiano não tem uma filosofia pré-estabelecida. Ancelotti, por onde passou, tentou achar formas de encaixar seus times com base no perfil dos atletas à disposição.

O treinador italiano não vê problemas em testar diversas táticas para extrair o melhor de cada um, desde a defesa até o ataque. Contudo, na seleção brasileira, Carlo Ancelotti lidará com uma situação inédita (e positiva): pode convocar os jogadores que quiser ao redor do mundo.

Só que o técnico tem alguns hábitos que devem acompanhá-lo até à Seleção. O italiano costuma montar uma defesa com quatro jogadores, por exemplo. Os laterais ajudam mais na defesa para dar liberdade aos pontas lá na frente.

Já do meio-campo até o ataque, Ancelotti não vê problemas em alterar o desenho dentro de campo. Portanto, o 4-3-3 de Dorival Júnior pode continuar com mudanças pontuais. Ou até mesmo uma seleção brasileira montada em 4-2-3-1 ou 4-4-2.

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Realidade da seleção brasileira lembra ano vencedor do Real Madrid

Ancelotti e Real Madrid foram campeões da Champions League 2023/24 (Foto: Icon Sport)
Ancelotti e Real Madrid foram campeões da Champions League 2023/24 (Foto: Icon Sport)

A comissão técnica do italiano está ciente do atual momento da Amarelinha: boas opções na zaga, mas os alas não são unanimidades; uma meiuca que ainda não encontrou o encaixe ideal; excesso de pontas, mas poucos (ou nenhum) camisas 9 de peso.

Tal cenário carrega semelhanças com a temporada 2023/24 dos Merengues. À época, Carlo Ancelotti tinha uma dupla de zagueiros segura, mas sem laterais extraclasse. O meio-campo era forte, mas não havia um centroavante à altura do Real Madrid.

A saída do treinador foi fazer um 4-4-2, com Vinicius Jr. e Rodrygo com liberdade no setor ofensivo. Jude Bellingham aparecia como elemento surpresa na área. Toni Kroos fazia a transição entre defesa e ataque, enquanto Federico Valverde compensava na marcação e capacidade física.

Ferland Mendy e Daniel Carvajal não subiam tanto e fechavam a primeira linha de quatro do Real Madrid. Com uma formação “simples”, o italiano foi campeão de LaLiga e da Champions League, potencializando Vini Jr. como um dos melhores jogadores do mundo.

O que esperar da Seleção com Carlo Ancelotti?

Provável formação de Carlo Ancelotti na seleção brasileira — nomes com * não são garantidos, mas se encaixam no perfil do treinador Foto: (Trivela/ShareMyTactics)

Ancelotti não deve reinventar a roda na Seleção. Famoso por apostar em atletas de sua confiança e com mais rodagem no futebol, o técnico italiano pode começar sua trajetória na Amarelinha com um 4-3-3, mas sem uma referência fixa no ataque.

Não é nem preciso estender muito para dizer que Rodrygo e Vinicius Jr. têm uma boa relação com Carlo Ancelotti e já sabem suas ideias. Como Neymar enfrenta diversos problemas físicos, Raphinha deve completar o trio ofensivo do Brasil.

Parecido com os Merengues da última temporada, o treinador tende a apostar na versatilidade dos atacantes e suas mudanças constantes de posição para confundir o adversário. Para isso funcionar, o meio precisa de sustentação defensiva.

A Trivela apurou que Casemiro já recebeu contatos do italiano e deve retornar à seleção brasileira. Em alto no Manchester United, o volante não é chamado pela Amarelinha há quase dois anos. Carlo Ancelotti conviveu com camisa 5 no Real Madrid e é fã de suas características defensivas.

Casemiro e Ancelotti fizeram uma parceria de sucesso no Real Madrid Foto: (Imago)
Casemiro e Ancelotti fizeram uma parceria de sucesso no Real Madrid Foto: (Imago)

Para auxiliar Casemiro na marcação, mas sem perder qualidade na saída de bola, Bruno Guimarães parece ser a dupla ideal no setor intermediário. A vaga para o terceiro nome de meio-campo está mais aberta, mas o técnico italiano gosta de atletas com poder de adaptação.

Dos últimos testados, Éderson poderia ganhar sequência sob o comando do novo treinador. Na Atalanta, o volante se destaca pelas valências defensivas, além de qualidade no passe e ótimo físico para ir de uma área à outra.

Por fim, não seria uma surpresa os laterais ficarem mais recuados para fechar os espaços do adversário. O italiano ainda fará testes para escolher os dois titulares, porém, a tendência é que a dupla priorize a defesa em detrimento dos avanços até à linha de fundo.

Vanderson vinha jogando e pode continuar na Amarelinha de Ancelotti. O lateral-direito é o dono da posição no Monaco, onde executa com maestria tarefas na defesa. Já Alex Sandro, do Flamengo, é experiente e também brilha por seu poder de marcação.

Foto de Matheus Cristianini

Matheus CristianiniRedator

Jornalista formado pela Unesp, com passagens por Antenados no Futebol, Bolavip Brasil, Minha Torcida e Esportelândia. Na Trivela, é redator de futebol nacional e internacional.
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