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Como foi a única experiência de Ancelotti em uma Copa do Mundo na comissão técnica

Novo técnico da seleção brasileira só esteve em Copa do Mundo como treinador uma vez

Carlo Ancelotti foi anunciado como o próximo técnico da seleção brasileira nesta segunda-feira (12). Seu principal objetivo estar claro: vencer a Copa do Mundo de 2026 com a camisa verde e amarela, encerrando um jejum de 24 anos.

O histórico comandante italiano, no entanto, se tornou um grande nome do esporte por suas conquistas em clubes, não no futebol de seleções.

Por outro lado, o veterano de 65 anos já teve experiência em uma Copa : como auxiliar da seleção italiana na edição de 1994 — e, curiosamente, esteve na final que levou o tetra para o Brasil.

Ancelotti na seleção italiana: primeira e única experiência em Copas

Como jogador, o antigo meio-campista passou 10 anos como um dos jogadores da Azzurra. Foi convocado pela primeira vez em 1981 e, por último, em 1991. No campo, participou de duas Copas do Mundo: em 1986 e 1990.

Sua última convocação veio sob o comando de Arrigo Sacchi, um dos principais treinadores de todos os tempos e que o comandou em um histórico Milan no fim dos anos 1980. Depois de pendurar as chuteiras em 1992, Ancelotti foi convidado para ser auxiliar de Sacchi na seleção.

Ancelotti, de rosa, na esquerda ao fundo, lamenta a derrota na final da Copa do Mundo de 1994
Ancelotti, de rosa, na esquerda ao fundo, lamenta a derrota na final da Copa do Mundo de 1994 (Foto: Imago)

Foram 33 jogos em que o ex-meia esteve ao lado do lendário treinador com a Itália. Entre estes, sete foram na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.

A derrota para o Brasil, na final da Copa, marcou profundamente Ancelotti. Em entrevista enquanto treinador do Real Madrid, durante pré-temporada do clube nos Estados Unidos, ele revelou uma mágoa duradoura com o estádio da final, o Rose Bowl.

“Foi onde perdi para o Brasil”, lamentou.

Durante o percurso da Azzurra, Ancelotti viu a equipe estrear com derrota para a Irlanda por 1 a 0 antes de vencer a Dinamarca pelo mesmo placar. A fase de grupos seria apertada, com empate diante do México em 1 a 1.

Na fase eliminatória, no entanto, as três vitórias vieram por 2 a 1: primeiro contra a Nigéria, nas quartas; depois contra Espanha, nas quartas; e então Bulgária, nas semifinais.

Apenas contra a Bulgária o time italiano começou vencendo e manteve a vitória durante todo o jogo. Diante da Nigéria, só venceu na prorrogação. Contra a Espanha, levou o empate e só venceu com gol de Baggio aos 43 minutos do segundo tempo.

Após o Mundial de 1994, Ancelotti iniciou sua carreira como treinador principal no Reggiana, da segunda divisão italiana, levando a equipe ao acesso à Serie A na temporada 1995/96.

Posteriormente, comandou outros três clubes italianos: Parma, Juventus e Milan — equipe que mais tempo passou na carreira até hoje. Depois, trabalhou no Chelsea, Paris Saint-Germain, Real Madrid e Bayern de Munique. Voltou à Itália para comandar o Napoli e ainda teve uma breve passagem pelo Everton antes de voltar ao Real Madrid.

Curiosamente, apesar de sua vasta experiência e sucesso em clubes, Ancelotti sempre demonstrou certa relutância em assumir seleções nacionais. Em 2018, recusou um convite para treinar a própria Itália, alegando preferir o trabalho diário proporcionado pelos clubes. Sua única experiência em seleções, até então, permanece sendo como auxiliar técnico na Copa de 1994.

Foto de Guilherme Ramos

Guilherme RamosRedator

Jornalista pela UNESP. Escreveu um livro sobre tática no futebol e, na Trivela, escreve sobre futebol nacional, internacional e de seleções. Passagens por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e Premier League Brasil.
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