Casares toma posse e assume desafio ainda maior em segundo mandato na presidência: manter o São Paulo protagonista
Reeleito, Julio Casares assume oficialmente como presidente do São Paulo para o triênio 2024-2026

Julio Casares tomou posse para o seu segundo mandato como presidente do São Paulo em solenidade na noite da última segunda-feira, primeiro de janeiro de 2024. Na reunião do Conselho Deliberativo do clube, o mandatário não só assumiu oficialmente a gestão do clube para o triênio 2024-2026, como deu o tom daquele que será (e na verdade já é) o seu grande desafio nos próximos três anos.
Após a conquista do título inédito da Copa do Brasil em 2023, Casares sabe que agora ele e seus pares no comando do clube terão de fazer o mais difícil: manter o São Paulo protagonista ao longo dos próximos anos. Nos últimos dias do ano passado, a diretoria costurou acordos importantes de naming rights e exploração do Morumbi que apontam um caminho correto nesta direção. Resta, agora, a árdua missão de seguir nos trilhos ao longo deste período.
– Há três anos eu dizia que a preocupação não era apenas deixar um quadro na parede, mas deixar um legado. Acho que nesses três anos nós encontramos um caminho. Nós assumimos com uma dificuldade da pandemia, uma incerteza quanto às dívidas, mas o futebol respondeu. Em 2023, o torcedor compareceu, quebrou todos os recordes de bilheteria e nos deu a cumplicidade. Quero cumprimentar todas as áreas e diretorias. A gestão continua e tenho convicção de que o São Paulo tem muito a percorrer – disse o mandatário.
Além de Casares como presidente, também foram empossados o vice-presidente Harry Massis e mais quatro integrantes do Conselho de Administração: Leandro Alvarenga, José Alberto Rodrigues dos Santos e Vinícius de Medeiros como representantes do Conselho Deliberativo e Paulo Amaral, indicado pelo Conselho Consultivo.
A reeleição de Casares
A reeleição de Julio Casares foi apenas mero protocolo em sessão do Conselho Deliberativo da noite de 8 de dezembro. O presidente não enfrentou candidato de oposição na votação com a participação de um total de 234 conselheiros.
Casares foi reeleito com 82,9% (194) dos votos. A eleição teve ainda mais 12,7% (30) votos em branco e mais 4,2% (10) de nulos. O pleito também confirmou a reeleição de Olten Ayres de Abreu Júnior como presidente do Conselho. Ele também foi candidato único, com 81,6% (191 votos). Foram mais 12,3% (29) votos em branco e outros 5,9% (14) de nulos.
A eleição para presidente no São Paulo é indireta, apenas com votos dos conselheiros. Recentemente, uma proposta para alterar o sistema de votação por meio dos sócios, foi negada no Conselho. Ainda no ano passado, os associados do clube aprovaram uma mudança no estatuto que autorizou a reeleição de Casares.
Julio Casares é empossado para segundo mandato na presidência do Tricolor
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— São Paulo FC (@SaoPauloFC) January 1, 2024
E esta reeleição virou realidade, de fato, na semana passada. O prazo de inscrições para o pleito ia até o dia 28 de novembro. Apenas Julio Casares registrou a candidatura da chapa. A oposição não inscreveu candidato. De acordo com o artigo 108 do estatuto do clube, os candidatos devem realizar a inscrição até dez dias antes da eleição e publicar no site oficial do São Paulo um resumo de suas propostas.
Casares foi eleito presidente do clube no final de 2020 com 66% dos votos. O atual mandatário fez 155 votos, contra 78 de Roberto Natel, seu opositor na eleição. Ele substituiu Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, à frente do clube. Sob seu mandato, o São Paulo foi campeão paulista em 2021 e acaba de conquistar o título inédito da Copa do Brasil. O clube ainda amargou um vice-campeonato estadual para o Palmeiras e um vice na Sul-Americana para o Independiente Del Valle em 2022. Em 2024, o Tricolor volta a disputar a Libertadores depois de três anos. A última participação foi no ano de 2021.
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Por que a oposição não lançou candidato?
A ausência de um candidato opositor a Casares mostra como os o movimentos de oposição do clube estão enfraquecidos e perderam relevância ao longo do atual mandato. Prova disso é que a oposição só decidiu não lançar candidato por entender que a derrota na eleição é certa. A avaliação é de que não valeria à pena escolher um nome para ser derrotado por Casares apenas para firmar posição e mostrar que há uma corrente oposta à do atual mandatário no Conselho Deliberativo. Marco Aurélio Cunha e Sylvio de Barros eram cotados para ser os representantes opositores no pleito – o que não irá acontecer.
O atual presidente já havia dado um passo importante para ser reeleito no sábado, 25 de novembro, quando os sócios do clube elegeram cem novos conselheiros para o mandato do triênio 2023-2026. Na Assembleia Geral Ordinária realizada no Morumbi, a chapa Juntos Pelo São Paulo, liderada por Casares, elegeu 88 novos integrantes do Conselho Deliberativo. A Chapa Salve o Tricolor Paulista, da oposição, elegeu apenas 12. Ao todo, 2.742 associados votaram.
De acordo com o estatuto do clube, 75 conselheiros foram eleitos por terem sido os mais votados na eleição. Outros 25 nomes entram em vagas ocupadas por candidatos com matrículas de sócio mais antigas, mas respeitando a proporcionalidade de eleitos pelas duas chapas inscritas.
Como funciona a eleição do São Paulo?
Eleger a (imensa) maioria de conselheiros basicamente já havia garantido a vitória de Julio Casares, mesmo que ele enfrentasse um candidato nas urnas, porque a eleição para presidente do São Paulo é indireta. Apenas membros do Conselho Deliberativo têm direito a voto, e não os sócios, como em outros clubes do Brasil.
Além dos 100 novos integrantes, o Conselho do São Paulo é composto por 160 conselheiros vitalícios. Mesmo assim, o plenário é considerado amplamente favorável à chapa da situação, liderada por Casares.