Após estrear pelo São Paulo com vitória, Carpini mostra que entende o tamanho do cargo que ocupa
Em entrevista coletiva após a vitória sobre o Santo André, Carpini detalha a sua adaptação ao São Paulo
Thiago Carpini vence o último degrau para chegar o gramado do MorumBIS, olha para a torcida do São Paulo no último anel das arquibancadas, e a reação é imediata. O técnico se arrepia, e os olhos enchem de lágrimas instantes antes da estreia no comando do clube. Vem a partida, o São Paulo vence o Santo André por 3 a 1 neste sábado (20), pela primeira rodada do Campeonato Paulista… E quase três horas mais tarde, é um treinador centrado e sincero que chega para conceder entrevista coletiva na sala de imprensa do estádio.
Resposta após resposta, Carpini mostra que a vitória na estreia não é por acaso. Ele mostra que o cargo que ele ocupa não é por acaso. O treinador deu uma prova de que sabe muito bem o peso e o tamanho que é ser treinador do São Paulo. Como, aliás, já havia acontecido na apresentação oficial pelo clube.
E mais do que isso. O técnico deu um amostra de compreensão exata do que é ser técnico do São Paulo aos 39 anos de idade. E de assumir este cargo tão pesado como sucessor do atual treinador da seleção brasileira, na temporada seguinte à conquista do título inédito da Copa do Brasil.
– Nível de satisfação fantástico. É uma chegada. Gera uma desconfiança pela minha chegada. Como vai ser o São Paulo do Carpini? Treinador jovem, grandes medalhões. Talvez se não tivesse o resultado, teríamos manchetes já prontas. Não é uma crítica. Eu ainda procurou minha afirmação. São oportunidades que a vida te dá, de fazer história, mostrar sua capacidade. Se a gente não fizer, outras pessoas vão ter oportunidade de fazer – afirma Carpini.
“O dia de hoje foi muito especial. À frente de um gigante como o São Paulo. A gente para para tentar entender o que está acontecendo. Foi momento mágico, eternizado na memória. Esse momento e quando subi a escada do MorumBIS e vi o último anel tomado, festa linda, eu arrepiei. Eu fico emocionado. Os olhos enchem de lágrima” (Thiago Carpini)
Legado de Dorival domina coletiva
Ao longo da entrevista coletiva, Carpini falou muito sobre como aproveitou o legado de Dorival Júnior para fazer o São Paulo funcionar na estreia. As primeiras três respostas tiveram alguma menção ao seu antecessor. E o treinador foi sincero. Disse (como já havia dito) que os conceitos de jogo são muito semelhantes e que a sua ideia é potencializar os pontos positivos deixados pelo antigo treinador e fazer ajustes pontuais na equipe.
– Em relação ao grupo, é um grupo comprometido, homens trabalhadores. Enaltecer a capacidade desses atletas é redundante. A maneira que estamos propondo algumas ideias nesse curto espaço de tempo, sutilmente sugerindo coisas que possam melhorar o nosso jogo. E a herança facilita muito nosso jogo. A gente fica muito feliz com tudo isso, e a oportunidade que foi me dada pela organização que encontrei aqui – disse o treinador logo em sua primeira resposta.
🆕 Que estreia, professor! #VamosSãoPaulo 🇾🇪 pic.twitter.com/nrUHkg0tE2
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) January 21, 2024
Carpini falou em sua entrevista coletiva de apresentação que pretendia implementar um estilo de jogo de imposição, com valorização à posse de bola e intensidade na marcação alta. Neste sábado, o São Paulo fez tudo isso. E só foi possível, porque as ideias anteriores já eram semelhantes.
– Eu acredito que eu e Dorival pensamos parecido em muitos comportamentos. Foi possível aproveitar, porque acreditamos nas mesmas ideias. Esse encaixe de um bloco mais alto de marcação era tudo bem definido, encaixe de saída. O jogo de ter a bola, de gostar do jogo é muito do que o São Paulo já tinha ano passado. O que procurei passar para eles, essa situação de construção de trazer o jogo par ao nosso campo, para a gente poder ter campo. A partir do momento que a gente traz o adversário e ganha campo, é o momento de jogar sem bola nos espaços, espaçar as linhas para usar a capacidade do Lucas flutuar de fora para dentro, do Luciano que fez esse papel brilhantemente entre as linhas. Esse ataque ao espaço, um pouco mais de profundidade, dobras pelos lados. É um trabalho já vitorioso, então facilita tudo – ressalta o treinador.
Carpini também não foge de perguntas sobre Lucas
Neste sábado, Lucas chamou para si a responsabilidade de comandar o São Paulo em campo. Fez o primeiro gol, deu assistência para o segundo… E fez tudo isso atuando em uma posição diferente. A única mudança tática feita por Carpini foi escalar o camisa 7 aberto pela esquerda – e não centralizado, com costumava Dorival Júnior. Uma alteração que vem justamente após o jogador afirmar em entrevista à TV Band que prefere atuar pelo meio.
– Luciano. Eu conversei com o Lucas para ele desempenhar essa função. E desempenhou de uma maneira fantástica. Ele se dispôs a fazer, a ajudar. Eu acho incrível. O compromisso que eles têm com o São Paulo. O São Paulo tem diversos jogadores que podem fazer diversas funções ali na frente. O Lucas é uma dessas situações. Para hoje (sábado), era uma situação em que poderíamos ter vantagem sobre o adversário. Ter dois caras que flutuassem entrelinhas do lado contrário da bola – explicou.
> Os próximos jogos do São Paulo no Campeonato Paulista
- 2ª rodada – Mirassol x São Paulo – terça-feira (23), às 19h30 (horário de Brasília) – Municipal de Mirassol
- 3ª rodada – São Paulo x Portuguesa – sábado (27), às 18h (horário de Brasília) – MorumBIS
- 4ª rodada – Corinthians x São Paulo – terça-feira (30), às 19h30 (horário de Brasília) – Neo Química Arena