Brasileirão Série A

Arbitragem levou quase três horas para preencher súmula após confusões no Choque-Rei

Após briga, Zé Rafael e Rodrigo Nestor foram expulsos pelo árbitro Raphael Claus

Já eram quase 21h da noite do último domingo (18) quando Raphael Claus e os demais integrantes da equipe de arbitragem deixaram o Allianz Parque após a vitória por 2 a 1 do Palmeiras sobre o São Paulo, pelo Brasileirão.

O árbitro e os seus assistentes permaneceram no estádio por quase três horas depois do apito final para preencher a súmula do clássico.

O motivo para a demora? A confusão que tomou conta do gramado e se arrastou até o túnel de acesso aos vestiários logo após o fim da partida.

Claus e a equipe de arbitragem deliberaram e assistiram às imagens da troca de ofensas e agressões das duas delegações para que registrassem com o máximo de detalhes o que ocorreu no Allianz Parque após a partida.

A equipe de reportagem da Trivela testemunhou a saída do árbitro e de seus assistentes do estádio. Acompanhados por um profissional da CBF, eles entraram em um veículo particular sem dar entrevista.

Questionado sobre a súmula, Claus se limitou a dizer que o documento logo seria publicado no site da CBF. Não quis revelar quais jogadores e integrantes da delegação foram citados.

Rodrigo Nestor e Zé Rafael expulsos

A súmula foi publicada nesta segunda-feira (19) com o registro das expulsões de Zé Rafael e Rodrigo Nestor pela confusão. Os dois chegaram às vias de fato no túnel de acesso ao vestiário.

Outros dois nomes na súmula são os de Luciano e de João Martins, auxiliar de Abel Ferreira. Ambos foram expulsos no clássico.

STJD prepara denúncia a envolvidos

A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) irá analisar as imagens da confusão e preparam denúncias aos envolvidos na briga no Allianz Parque. O procedimento é rotineiro em casos como este.

A confusão no Allianz Parque

O jogo mal havia acabado quando as atenções se voltaram para a lateral, quase na linha de fundo, mais para o lado do gol norte, próximo ao banco de reservas dos visitantes.

O São Paulo alega que alguns gandulas passaram provocando os jogadores ao término da partida, especialmente Ferreira e Welington. O relato de palmeirenses é de que Rafinha batia boca com um dos gandulas durante todo o jogo.

Logo, André Silva tomou as dores dos companheiros e foi tirar satisfação com um dos gandulas. Richard Ríos e funcionários da comunicação, que iam levar os jogadores para as entrevistas no gramado, protegeram o gandula.

Foi o início da confusão, com uma série de empurrões de parte a parte. Dezenas de seguranças dos dois clubes e funcionários de Palmeiras e São Paulo se envolveram no bolo com os jogadores. Os diretores de futebol Anderson Barros (Palmeiras) e Rui Costa (São Paulo) estavam no meio para conter os ânimos.

Clima esquenta mesmo no túnel de acesso aos vestiários

Na troca de empurrões, o historiador Fernando Galuppo teria provocado os jogadores são-paulinos com gritos de “Desce pianinho, vocês perderam”. Sabino agrediu o profissional.

Além disso, um repórter cinematográfico da TV Globo também foi atingido por um integrante da delegação do Palmeiras enquanto tentava registrar a confusão. Eduardo Silva, gerente de marketing do Palmeiras que levou um soco durante a briga, pediu desculpas ao profissional da emissora.

Confusão generalizada após Palmeiras x São Paulo
Confusão generalizada após Palmeiras x São Paulo Photo: Yuri Murakami/Fotoarena

No túnel de acesso ao vestiário, a confusão virou trocação de golpes dos dois lados. No empurra-empurra, Zé Rafael pegou Rodrigo Nestor pelo pescoço e foi acertado por um soco do meia são-paulino. Mais tarde, Nestor estava com uma marca na região.

Do lado palmeirense, há queixas pelas agressões. Do lado do São Paulo, o relato é de que alguns seguranças do Palmeiras empurraram os jogadores do São Paulo, em vez de apenas tentar conter os ânimos.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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