Arbitragem levou quase três horas para preencher súmula após confusões no Choque-Rei
Após briga, Zé Rafael e Rodrigo Nestor foram expulsos pelo árbitro Raphael Claus
Já eram quase 21h da noite do último domingo (18) quando Raphael Claus e os demais integrantes da equipe de arbitragem deixaram o Allianz Parque após a vitória por 2 a 1 do Palmeiras sobre o São Paulo, pelo Brasileirão.
O árbitro e os seus assistentes permaneceram no estádio por quase três horas depois do apito final para preencher a súmula do clássico.
O motivo para a demora? A confusão que tomou conta do gramado e se arrastou até o túnel de acesso aos vestiários logo após o fim da partida.
Claus e a equipe de arbitragem deliberaram e assistiram às imagens da troca de ofensas e agressões das duas delegações para que registrassem com o máximo de detalhes o que ocorreu no Allianz Parque após a partida.
A equipe de reportagem da Trivela testemunhou a saída do árbitro e de seus assistentes do estádio. Acompanhados por um profissional da CBF, eles entraram em um veículo particular sem dar entrevista.
Questionado sobre a súmula, Claus se limitou a dizer que o documento logo seria publicado no site da CBF. Não quis revelar quais jogadores e integrantes da delegação foram citados.
Funcionários do Palmeiras agredidos e reclamações do São Paulo por 'torcida'
O que explica a confusão no fim do clássico?@DiegoMarada e @eduardodeconto dão todos os detalhes dos dois lados da briga:https://t.co/uNdU2VirJo
— Trivela (@trivela) August 19, 2024
Rodrigo Nestor e Zé Rafael expulsos
A súmula foi publicada nesta segunda-feira (19) com o registro das expulsões de Zé Rafael e Rodrigo Nestor pela confusão. Os dois chegaram às vias de fato no túnel de acesso ao vestiário.
Outros dois nomes na súmula são os de Luciano e de João Martins, auxiliar de Abel Ferreira. Ambos foram expulsos no clássico.
STJD prepara denúncia a envolvidos
A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) irá analisar as imagens da confusão e preparam denúncias aos envolvidos na briga no Allianz Parque. O procedimento é rotineiro em casos como este.
A confusão no Allianz Parque
O jogo mal havia acabado quando as atenções se voltaram para a lateral, quase na linha de fundo, mais para o lado do gol norte, próximo ao banco de reservas dos visitantes.
O São Paulo alega que alguns gandulas passaram provocando os jogadores ao término da partida, especialmente Ferreira e Welington. O relato de palmeirenses é de que Rafinha batia boca com um dos gandulas durante todo o jogo.
🚨 CONFUSÃO
Jogadores de São Paulo e Palmeiras foram para o vestiário numa enorme confusão que começou no campo e seguiu no túnel pic.twitter.com/JkEj7jUxnV
— Eduardo Deconto (@eduardodeconto) August 18, 2024
Logo, André Silva tomou as dores dos companheiros e foi tirar satisfação com um dos gandulas. Richard Ríos e funcionários da comunicação, que iam levar os jogadores para as entrevistas no gramado, protegeram o gandula.
Foi o início da confusão, com uma série de empurrões de parte a parte. Dezenas de seguranças dos dois clubes e funcionários de Palmeiras e São Paulo se envolveram no bolo com os jogadores. Os diretores de futebol Anderson Barros (Palmeiras) e Rui Costa (São Paulo) estavam no meio para conter os ânimos.
Clima esquenta mesmo no túnel de acesso aos vestiários
Na troca de empurrões, o historiador Fernando Galuppo teria provocado os jogadores são-paulinos com gritos de “Desce pianinho, vocês perderam”. Sabino agrediu o profissional.
Além disso, um repórter cinematográfico da TV Globo também foi atingido por um integrante da delegação do Palmeiras enquanto tentava registrar a confusão. Eduardo Silva, gerente de marketing do Palmeiras que levou um soco durante a briga, pediu desculpas ao profissional da emissora.
No túnel de acesso ao vestiário, a confusão virou trocação de golpes dos dois lados. No empurra-empurra, Zé Rafael pegou Rodrigo Nestor pelo pescoço e foi acertado por um soco do meia são-paulino. Mais tarde, Nestor estava com uma marca na região.
Do lado palmeirense, há queixas pelas agressões. Do lado do São Paulo, o relato é de que alguns seguranças do Palmeiras empurraram os jogadores do São Paulo, em vez de apenas tentar conter os ânimos.