Após rebaixamento do Santos, Gallo pede desculpas à torcida e diz estar ‘p…’
Coordenador de futebol do Santos, Alexandre Gallo concedeu entrevista coletiva após o rebaixamento no Brasileiro

Responsável pela coordenação de futebol do Santos, Alexandre Gallo, concedeu entrevista coletiva já na madrugada desta quinta-feira (7) e se disse totalmente indignado com o inédito rebaixamento do clube no Campeonato Brasileiro. À frente do departamento há 117 dias, o representante da diretoria afirmou que encontrou muita coisa errada desde que chegou ao clube e pediu desculpas à torcida pela queda.
O rebaixamento do Santos se confirmou após o Peixe ser derrotado pelo Fortaleza, por 2 a 1, o Vasco ganhar do Red Bull Bragantino e o Bahia derrotar o Atlético-MG. O time da Vila Belmiro vai à Série B junto com Goiás, América-MG e Coritiba.
– Primeira coisa que temos que externar é pedir desculpas ao nosso torcedor. Porque somos um clube desse tamanho, com essa camisa, com esse peso. Uma coisa que marca muito. Não esperávamos que isso fosse acontecer. Fizemos o que estava ao alcance do possível. Tudo que foi possível dentro da legalidade do futebol nós fizemos. Infelizmente não foi a pontuação necessária. Peço desculpas ao torcedor. A mágoa é muito grande. Além de gostar muito desse clube, estivemos em um processo que já era difícil. Recuperamos pontos importantes, em jogos fora de casa. Para chegar até aqui e termos condições dependendo somente de nós – iniciou Gallo.
Na sequência, Gallo explicou porque o técnico Marcelo Fernandes não compareceu à coletiva e externou indignação com o desfecho do Santos no Brasileirão e com o excesso de vazamento de informações de dentro do clube.
– O Marcelo Fernandes não veio por ser um momento trágico e importante. Eu fiquei muito puto com o que aconteceu. Muito puto! Com todo mundo que estava no vestiário. O Santos não pode ter um Santos dentro de Santos. Muita coisa errada está acontecendo. Tem muita coisa errada. Em todos os segmentos. Estou preparado pra isso, vou defender o Santos sempre, porque pra sacanear tem um monte de gente. Eu não podia tomar qualquer outro tipo de situação que não fosse o campo. Focar no campo e dar conforto ao treinador. Conforto aos atletas. Para que eles pudessem ter condições de fazer escolhas. Tudo que os grandes clubes dão, nós demos. Pagamos premiação que nenhum outro clube no Brasil pagou. Fizemos voos fretados para dar descanso de dois dias. Fizemos ações psicológicas. Pegamos uma equipe com o avião embicando pra baixo. E a tendência depois de setembro é uma queda física. Muito difícil com 15, 16 atletas. O que eu vi no vestiário foi jogadores estarrecidos. Eu tô realmente muito puto porque essa camisa não merece isso. É gigante. Sem transferir responsabilidade, todos temos que assumir e seguir em frente – acrescentou.
Questionado sobre quais situações erradas encontrou no clube, Gallo decidiu não revelar.
– Eu vasculhei tudo que tem dentro do Santos, tenho relatório pronto. Alguns até já saíram. Hoje eu entendo como o Santos está, o que está acontecendo nos departamentos. Não tomei nenhuma atitude. Eu precisei focar 100% no campo. Fizemos de tudo para a evolução acontecer. E nos faltou dois, um ponto para que saíssemos. Tem que existir correções importantes e mudanças importantes. Isso tudo, claro, respeitando a eleição, entender que a gente pode conversar e explicar os fatos levantados. Tenho tudo em mãos. Mas é interno por uma melhoria geral. Essa questão de sexta-feira (1º), quando Marcos Leonardo e Jean Lucas chegaram atrasados no CT, me incomodou muito, não era hora de acontecer e não era hora de vazar. No Santos vaza-se tudo – falou o dirigente.
Outras respostas de Alexandre Gallo
- Atrasos de Marcos Leonardo e Jean Lucas
- Permanece no comando do futebol do Santos?
- Como será a próxima temporada do Santos?
Gallo se posiciona sobre atrasos de jogadores
– É atípico dois atletas chegando atrasados. Em nenhum momento tivemos algum tipo de indisciplina. Sem dúvidas teve um abalo. Os jogadores chegaram atrasados, foram multados. E vida que segue. Mas tem situações internas que não queremos externar. Aconteceu um erro e uma correção de imediato. O Marcos Leonardo não me xingou, sempre foi respeitoso. Não teve problema nenhum em relação a isso.
Alexandre Gallo segue no Santos para 2024?
– Inicialmente sou um profissional do futebol. Me preparei para estar aqui. Sem dúvidas não era um planejamento. Fiz minha parte, o planejamento. Evidente que a gente tem que respeitar. A eleição é absoluta e eu respeito todos os concorrentes. Tenho um contrato firmado até o final do ano que vem. Estou há 117 dias e se existe alguma coisa é que tentei fazer, nesses 42 anos, o possível para sairmos dessa situação. Tenho certeza que nesse sentido minha consciência tranquilo.
Gallo quer ver o Santos brigando pelo Paulistão?
– O futebol é feito de escolhas. Se eu falo que tecnicamente temos problemas e a avaliação de vocês também seria essa: melhorar as escolhas. O Santos tem que ganhar o Campeonato Paulista. Tudo é feito em cima de escolhas. Sinto muito pelo entorno, lógico que a situação é triste. Eu entrei no vestiário chutando tudo, muito puto. Lamento muito pelo que aconteceu.