Santos: Paulo Turra volta a pedir reforços e admite time abatido em campo
O Santos deixou escapar uma vantagem de dois gols, mas Paulo Turra prefere valorizar o ponto conquistado no 2 a 2 contra o Botafogo na tarde deste domingo (23), na Vila Belmiro. O técnico admite que o time se abateu com os gols sofridos, mas diz tomar o cuidado de não fazer disso um problema maior.
O que Paulo Turra disse na entrevista?
- Treinador valorizou o empate mesmo após o Santos ceder dois gols em três minutos;
- “Tenho que valorizar este empate, a dedicação e o comprometimento”, disse;
- Os jogadores “ficam sensibilizados com esta situação”, afirmou Turra;
- Ele voltou a pedir reforços, mas evitou falar de Soteldo mesmo perguntado diretamente.
Santos baixou a guarda antes de tomar o empate
O Botafogo estava há seis rodadas sem sofrer gol no Brasileirão, e o Santos conseguiu fazer dois, mas a vantagem virou pó em apenas três minutos. Paulo Turra admite que o time “baixou a guarda” antes da hora e sofreu o impacto emocional dos gols sofridos.
— Como treinador, tenho que valorizar este empate, a dedicação, o comprometimento e o futebol que os jogadores tiveram. Tenho certeza que o torcedor do Santos está orgulhoso. É uma questão muito mental. É uma fase difícil: você faz 2 a 0 no líder do campeonato e dá aquela piscada de olho. Mas o líder do campeonato não é líder à toa. Você baixa a guarda, perde um pouquinho da concentração e toma o baque. Quando toma o primeiro gol, automaticamente vem aquela carga [negativa] novamente.
Não foi a primeira vez que o Santos deixou uma vantagem como esta escapar. Há duas semanas o time também teve dois gols de vantagem sobre o Goiás e sofreu o empate, mas daquela vez Mendoza resolveu a vitória por 4 a 3 convertendo um pênalti nos acréscimos.
– Damos muita atenção a isso, mas temos que cuidar para não virar mais uma neura na cabeça deles [jogadores]. Eles são seres humanos e passíveis de todos os processos, ficam sensibilizados com esta situação. Depois do segundo gol [do Botafogo], realmente nos abatemos bastante, mas prefiro valorizar que conseguimos segurar o empate contra o líder. Nos dois jogos prefiro ver por este lado. Tenho que salientar isso para o lado psicológico dos atletas não ficar mais afetado do que já está. Aqui não tem coitadinho, todos temos os nossos deveres, mas somos seres humanos e passíveis da questão mental – falou Turra.
Turra volta a pedir reforços e evita Soteldo
O técnico recebeu Jean Lucas nesta semana, colocou para jogar e viu o estreante dar uma boa assistência para Marcos Leonardo abrir o placar. Mas só um não é o suficiente, diz Turra.
– Nós estamos esperando de três a quatro jogadores para acrescentar qualidade ao nosso plantel – resumiu o treinador quando questionado sobre o tema. Ele já tinha dito algo parecido após a vitória por 4 a 3 sobre o Goiás, há duas semanas, quando pediu “muito mais reforços” para que o Santos pudesse fugir do rebaixamento.
– Sobre a questão do Soteldo não me pronuncio porque, se alguém tiver que se pronunciar, é a direção – disse Turra. O técnico evita alimentar a polêmica envolvendo o camisa 10, que está afastado após caso de indisciplina, não deve mais jogar pelo Santos e nesta semana foi procurado para jogar a Série B. Soteldo treina separado do elenco e recentemente foi protagonista de indiretas nas redes sociais.
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Empate poderia ter sido melhor
– Lógico que não estamos felizes pelo contexto do que aconteceu no jogo, principalmente pela situação dos dois gols que tomamos em um intervalo de quatro ou cinco minutos. Porém, dentro deste processo que estamos conversando e da partida que fizemos hoje, tenho que parabenizar os nossos jogadores. Se nos fosse proposto este ponto [antes do jogo], com certeza a maioria dos torcedores aceitaria.
– Dentro do processo que estamos, que é doloroso e não vem no estalar de dedos, fizemos uma boa partida contra o líder do campeonato. Nossos jogadores lutaram, duelaram, ganharam a maioria das brigas individuais, e fizemos dois gols que tínhamos trabalhado bastante durante a semana. Lógico que o empate, pela circunstância, poderia ter sido melhor. Temos um longo campeonato pela frente e é como eu disse a eles [jogadores]: se mantivermos este nível de jogo, com certeza vamos sair desta situação e brigar por algo maior.
Como é o ambiente interno do Santos?
– Faço uma aposta com vocês de que nosso ambiente no Santos é bom, é muito bom. Juro pelos meus pais, nosso ambiente é muito bom e vai ficar ainda melhor, a cada dia, porque temos uma comissão técnica que eu trouxe e outra que já estava aqui, com estafe, até as tias da cozinha que são espetaculares. Nosso ambiente é espetacular. Com isso, com este ambiente de treinos e concentrações, isso vai fortalecendo e faz parte do processo de recolocar o Santos onde ele merece estar. Nosso ambiente é muito, muito, muito bom, com jogadores que estão assimilando mais a nossa metodologia de trabalho, envolvidos com o processo, interessados. Com a chegada de colegas para ajudarem eles [reforços, no caso], estamos no caminho – defende o treinador do Santos.