Reforços não elevam nível do time e Cruzeiro vê Z4 bater à porta
Enquanto o Cruzeiro tropeça após o fim da janela de transferências, adversários diretos pontuam melhor e pressionam a Raposa, terceira pior campanha do returno
Tida como determinante para os clubes brasileiros, a janela de transferências do meio do ano ainda não rendeu frutos ao Cruzeiro, diferentemente do que houve com algumas equipes que melhoraram seu rendimento com os reforços contratados. Talvez o melhor desses exemplos seja o Vasco, que desde que o período de transferências acabou, fez 18 pontos de 30 possíveis no Brasileirão. Antes disso, o cruz-maltino havia conquistado nove, metade, em 48 disputados.
O Cruzeiro, por sua vez, viu seu aproveitamento cair — troca de treinador e lesões ajudaram na piora da situação do clube — e o time celeste venceu somente uma vez desde que a janela fechou. Foram sete pontos conquistados pela equipe no período, em 24 disponíveis. Antes disso, a Raposa havia ganho 23 pontos em 51 possíveis.
Se ainda está fora do Z4, o Cruzeiro tem que agradecer ao desempenho conquistado no início do Brasileirão, mas cada vez mais, rodada após rodada, o time celeste vê a distância para a zona de rebaixamento para a Série B diminuir. O fantasma da queda, tão distante durante a maior parte da competição, surge com força.
Atualmente, o Cruzeiro tem 30 pontos em 25 jogos, três acima do Vasco, primeiro do Z4, que tem um jogo a mais, 26. O time celeste ainda não jogou na rodada e enfrentará o Cuiabá, no sábado (14). Um jogo difícil, apesar da proximidade entre as equipes. O Dourado é o 11º, com 32 pontos, e será ultrapassado pela Raposa se perder.
Caso perca para o Cuiabá, o Cruzeiro verá a distância para a zona de rebaixamento se fixar em três pontos, o que se torna um cenário ainda pior se levarmos em conta a sequência difícil que o time celeste tem pela frente até o fim de outubro. São quatro jogos confirmados:
- Cuiabá x Cruzeiro – 14/10 (sábado) – 21h – Arena Pantanal
- Cruzeiro x Flamengo – 19/10 (quinta-feira) – 19h – Mineirão
- Atlético-MG x Cruzeiro – 22/10 (domingo) – 16h – Arena MRV
- Cruzeiro x Bahia – 25/10 (quarta-feira) – 20h – Mineirão
Com tal sequência e vendo os adversários da parte de baixo da tabela pontuando melhor — o Cruzeiro tem a terceira pior campanha do returno até o momento, à frente de Goiás e do próprio Cuiabá — o risco do time de Zé Ricardo descer ao Z4 nas próximas rodadas é iminente. Por isso, vencer o Dourado se torna obrigação para o time celeste.
Reforços precisam melhorar rendimento
A janela de transferências de inverno dá a possibilidade dos times brasileiros suprirem as carências de seus respectivos elencos, identificadas nos primeiros meses de Brasileirão, sendo um período importantíssimo para que equipes em baixa possam trabalhar visando a recuperação na tabela.
Apesar das sete contratações feitas no período, o Cruzeiro não parece ter elevado o nível de seu elenco e os novatos que chegaram pouco acrescentaram até o momento. É importante ressaltar que a grande contratação da Raposa na janela, o meia Matheus Pereira, que estava no Al-Hilal da Arábia Saudita, se lesionou em seu segundo jogo, ainda no início de agosto, e não atuou depois disso. Seu retorno pode acontecer contra o Cuiabá, sendo essa a maior esperança cruzeirense para melhores dias no Brasileirão.
Outros seis nomes chegaram na janela: o lateral-direito colombiano Helibelton Palacios, o zagueiro João Marcelo, o volante Lucas Silva, os pontas Paulo Vitor e Arthur Gomes, sendo o segundo a única compra de jogador no período — o camisa 19 custou 3 milhões de euros (cerca de R$ 16 milhões) junto ao Sporting-POR —, e o atacante Rafael Elias.
Destes, somente Lucas Silva tem feito a diferença no time e, ainda assim, com claras limitações. Muito técnico e com excelência no passe, o camisa 16 deu um melhor trato à bola no time do Cruzeiro, mas jogando ao lado de Matheus Jussa e Mateus Vital acaba sendo obrigado a ter funções defensivas mais importantes, algo que não consegue entregar com a qualidade necessária, o que desequilibra o time e sobrecarrega Jussa.
Palacios quando jogou, foi mal, João Marcelo praticamente não atuou e Paulo Vitor, vindo do Valladolid B-ESP, que disputa a quarta divisão espanhola, após um empréstimo frustrado ao modesto Rio Ave-POR, demonstrou não ter nível de Série A do Brasileirão. Arthur Gomes estreou com dois gols mas depois acumulou más atuações. Rafael Elias melhorou o ataque do Cruzeiro, o que não era tarefa das mais difíceis, vide a fase de Gilberto, mas mais perdeu gols que marcou (fez apenas um em cinco jogos), e se lesionou em seguida.
Para efeito de comparação, o veterano argentino Pablo Vegetti resolveu o problema do ataque do Vasco, que sofria com a má fase de Pedro Raul. Já são sete gols e uma assistência do jogador em apenas dez partidas. Os artilheiros do Cruzeiro no Brasileirão são Bruno Rodrigues e Wesley, com quatro gols em 23 e 22 jogos, respectivamente. Na temporada, só Bruno fez, pela Raposa, mais gols que o reforço vascaíno nesta Série A. O camisa 9 celeste marcou nove vezes em 37 encontros.
Com isso, pode se relacionar diretamente o momento do Cruzeiro com o desempenho ruim, até o momento, no mercado de meio da temporada. Algumas carências latentes, um zagueiro e um volante de nível, não foram supridas. O ataque melhorou, mas não o suficiente, e, assim, Matheus Pereira se torna a esperança da torcida por dias melhores, de Zé Ricardo, para um time mais competitivo, e da diretoria de futebol, para que o balanço das negociações de meio de ano não seja tão negativo.
🚨ATENÇÃO
Está no ar a parte final da entrevista com Fabrício, ídolo do Cruzeiro. Aqui, ele fala sobre as goleadas sobre o Atlético, abandono de campo contra o Corinthians, sua saída conturbada do clube e muito mais.
Clique na foto e leia na @trivela: https://t.co/ERRVB3MtiD
— Maic Costa (@omaiccosta) October 5, 2023