A beira do gramado do Independência virou palco perfeito para Alexandre Pato desabafar. Foi no último domingo (27), minutos após marcar o gol de honra do São Paulo na derrota por 2 a 1 para o lanterna América-MG, no último domingo (27), pelo Brasileirão. E o atacante fez um pedido sincero, que parecia vir do fundo da alma.
– Cria alguma ansiedade de jogar, queria mais minutos também, mas quem decide é o professor. Tenho que aproveitar minhas chances. Tenho trabalhado forte para estar ali quando as oportunidades aparecerem – disse o jogador, em entrevista ao canal Premiere.
Quatro meses após ser anunciado como reforço do São Paulo, a realidade de Pato no clube é feita de lampejos em campo. São apenas 141 minutos, espalhados por oito jogos, com dois gols marcados, conforme números do portal Ogol. O atacante foi titular uma única vez, no empate em 1 a 1 com o Flamengo, e costuma ser opção de Dorival Júnior apenas nos minutos finais das partidas.
Pato tem menos minutos que James
Pato estreou pelo São Paulo no empate em 0 a 0 com o Red Bull Bragantino, em 16 de julho. Desde então, quase todos os companheiros de ataque jogaram mais tempo do que ele. A exceção é Erison, que convive com problemas musculares e está lesionado.
Até mesmo o recém-chegado James Rodríguez já esteve mais tempo em campo pelo São Paulo na temporada do que Pato. O colombiano atuou em quatro partidas, por um total de 153 minutos (sem contar acréscimos), conforme o portal Ogol.
Pato pelo São Paulo em 2023
- 8 jogos
- 1 jogo como titular
- 2 gols marcados
- 141 minutos em campo
A exemplo do que ocorreu com Pato – guardadas as devidas proporções –, a comissão técnica também adotou cautela com a entrada de James na equipe. Isso, porque o colombiano chegou ao clube após quase quatro meses sem atuar, desde que havia deixado o Olympiakos, da Grécia, em abril. Dorival Júnior e seus auxiliares, inclusive, traçaram uma estratégia para que o meia entre em campo e ganhe minutos para chegar o mais rápido possível à forma física ideal.
Por que Pato joga pouco?
O caso de Pato era bem mais complicado, e isso ajuda a explicar por que o atacante tem sido uma opção remota do treinador. O atacante ficou longos 11 meses afastado dos gramados em recuperação de uma grave lesão no joelho direito. Antes de entrar contra o Bragantino, ele não atuava desde agosto, quando ainda defendia o Orlando City, dos Estados Unidos, e sofreu o problema.
A comissão técnica sempre tratou a entrada de Pato com cautela, sem criar expectativas. A avaliação era – e ainda é – de que o atacante precisaria – e ainda precisa – de tempo até conseguir atingir os níveis físicos “ideais” para suportar a intensidade do futebol brasileiro. Por isso que ele ganha poucos minutos em campo e fica fora dos jogos mais decisivos.
Pato foi recebido de braços abertos pelo clube para tratar da lesão no Reffis do CT da Barra Funda. Foi o início da reaproximação que virou reforço. O São Paulo anunciou a contratação do atacante em 26 de maio deste ano, com um contrato de produtividade que vai até o final de 2023.
O jogador só viria a fazer sua reestreia pelo clube mais de um mês depois da oficialização. Mas desde sempre, o discurso de Dorival Júnior é de que era preciso dar tempo ao atacante. Isso, mesmo após ele fazer a sua melhor partida pelo clube.
– Temos que ter essa tranquilidade em relação ao Alexandre. É um jogador que está voltando e vocês conhecem muito bem e sabem o potencial que tem – disse Dorival após a goleada por 4 a 1 sobre o Santos, em que Pato marcou um dos gols.
Aos 33 anos, Pato está em sua terceira passagem pelo Tricolor. Ao todo, ele marcou 49 gols e deu 17 assistências em 141 jogos pelo clube. Seu contrato com o São Paulo vai até o final do ano.
