Brasileirão Série A

Sobe e desce: quais ciclos podem terminar após queda do Palmeiras na Libertadores?

Baque por eliminação na Libertadores pode culminar em mudanças no Palmeiras, que enfrenta o Santos neste domingo

Ainda tem muito Campeonato Brasileiro. Há nada menos que 39 pontos em disputa para o Palmeiras. A distância para o Botafogo é de apenas oito, e um confronto direto ainda vai acontecer em 1º de novembro. A chance de título ainda existe.

Mas um baque como o de uma eliminação em semifinal de Libertadores – ainda mais tendo sido em muita causada por erros de planejamento e formação de elenco – sempre deixa um legado de mudanças ou, ao menos, de desejo por elas.

O cenário está longe de ser de terra arrasada. Mas existe a percepção de que mudanças precisam acontecer.

A Trivela apurou com fontes do clube, ainda sob efeito da ressaca do adeus à competição pela qual o clube é obcecado, o que pode acontecer com alguns personagens da Academia de Futebol.

Anderson Barros: confiança não se altera

O diretor de futebol do Palmeiras não teve seu prestígio alterado com a eliminação. Embora torcida e conselheiros, inclusive da base aliada, tenham muitas críticas ao trabalho de Anderson Barrros, Leila Pereira não cogita seu desligamento.

Ao contrário do que muitos imaginam, Anderson não tem um contrato por jornada, como os técnicos e jogadores. De modo que seu desligamento não geraria multa para além do que é estipulado na CLT. Assim, sua saída seria simples, se fosse o desejo da presidente. Mas não é o caso.

A avaliação é de que Anderson, junto com o departamento de análise, fizeram o melhor possível para identificar nomes e oportunidades de reforços, tendo sido brecados por valores que assustaram ou reprovação por parte de Abel.

Abel Ferreira: arranhões que ainda não preocupam

A insistência de Abel ao manter em São Paulo uma escalação que não funcionara em Buenos Aires, bem como sua incapacidade de reconhecer tais possíveis equívocos, deixou muita gente descontente e até mesmo perplexa no clube.

Mas com quem manda, Abel segue em altíssima conta. Ao ponto de discussões sobre uma possível extensão contratual para além do fim do próximo ano, quando se encerra o atual vínculo, logo poderem retornar à pauta.

Contudo, a não utilização dos jogadores da base em detrimento de improvisos de nomes e posições, como Mayke no ataque e Artur na ponta esquerda, levantou lebres que anteriormente não saltitavam pela Barra Funda. Em especial junto àqueles que vivem o dia a dia da base mais de perto.

Marcos Rocha: contrato vinha bem encaminhado, mas…

Rocha é homem de extrema confiança de Abel, um dos capitães do time. Mas sua idade, aliada ao fato de que ele perdeu a posição para Mayke, e que Garcia é bem avaliado, podem mudar essa situação.

O camisa 2 tem vínculo até o fim dessa temporada, e as conversas por uma renovação estavam adiantadas. Mas esse cenário pode se tornar menos sólido até o fim do ano.

Jailson: destino deve ser saída

O volante é hoje a quinta opção para cabeça de área de Abel Ferreira. Com contrato apenas até o fim do ano, o camisa 30 não deve permanecer para 2024, a fim de que Ríos e Fabinho ganhem mais espaço.

Luan: Europa ou Oriente Médio à vista

O zagueiro teve sondagens da Turquia na última janela de transferências, e foi convencido pela comissão técnica a permanecer.

Mas Luan quer jogar, e entende que dificilmente conquistará espaço com Murilo e Gustavo Gómez no elenco. O ponto é que a situação do capitão já não é tão segura assim. E, dependendo do que acontecer, o Palmeiras pode perder dois zagueiros de uma vez.

Gustavo Gómez: ,uito dinheiro sobre a mesa

Gómez é o grande capitão da Era Abel, ainda que Felipe Melo tenha usado a tarja muitas vezes ao longo do tempo em que ambos estiveram no clube.

A oferta feita por ele pelos sauditas do Al Ittihad foi astronômica: US$ 30 milhões, mais de R$ 150 milhões no câmbio atual, por um zagueiro de 30 anos.

Leila não quis sua saída e aceitaria apenas o valor da multa para liberá-lo. E Gómez, com o sonho de mais uma Libertadores em mente, não bateu o pé no passado. A ideia do Palmeiras ainda não é negociá-lo. Mas a Trivela apurou que se o ano rumar para um fim melancólico, como se desenha, o cenário tem chances de mudar.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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