Palmeiras entra na briga pelo Brasileirão, mas calendário lotado gera preocupação
Após diminuit vantagem para o líder Botafogo, Palmeiras vê calendário extremamente complicado pela frente

Não há como se perder um jogo no futebol sem sofrer gols. E é calcado nessa máxima simplesmente lógica que o Palmeiras tornou-se um sério postulante ao título de um Campeonato Brasileiro que parecia já estar nas mãos do Botafogo.
O Palmeiras não sofre um gol sequer há um mês e meio, intervalo em que disputou nove jogos, incluindo duas séries eliminatórias na Libertadores: contra o Galo, nas oitavas, e contra o Deportivo Pereira (COL) nas quartas.
No Brasileiro, já são cinco jogos sem ter a meta vazada, dentre os quais, um Dérbi disputado em Itaquera – empate em 0 a 0. O último gol sofrido pelo Palmeiras foi em 5 de agosto, na derrota por 2 a 1 para o Fluminense, no Maracanã.
Desde seus primeiros dias no Palmeiras, Abel Ferreira usa a expressão portuguesa “baliza a zero” para os jogos em que o time não sofre gols. De tanto ser repetida de modo rápido, virou “baliza zero” no Brasil, com o mesmo sentido.
A atual série de nove jogos de baliza zero do Verdão são a maior na gestão Abel. É o mesmo número conseguido pelo Palmeiras de Felipão em 2018, que, vale lembrar, foi campeão brasileiro naquela temporada.
A título de curiosidade, a maior sequência do Palmeiras sem sofrer gols aconteceu em 1987, quando o técnico alviverde era Valdemar Carabina.
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— SE Palmeiras (@Palmeiras) September 19, 2023
Turno de campeão na hora certa
Outro tijolo na construção desse Palmeiras que briga pela taça está em seu desempenho no segundo turno e o momento preciso em que ele ocorreu.
Com dez pontos conquistados em 12 possíveis, o Verdão tem 83,3% de aproveitamento. O desempenho é quase o mesmo do Botafogo no 1º turno, que fechou as primeiras 19 rodadas com 82,4%.
Já no segundo turno, o desempenho do Fogão não tem nada de glorioso. Com quatro de 12 possíveis, o time tem 33,3% de aproveitamento. E, para seu azar, o momento de baixa botafoguense coincidiu com o ótimo momento palmeirense, derrubando a diferença entre os clubes, que já foi de 14, para apenas sete pontos.
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Administração do elenco
Com um elenco enxuto, o Palmeiras teve de fazer a gestão dos jogadores no que diz respeito ao condicionamento físico. É algo que vai seguir no segundo turno, e em um calendário complicado, pode ser um sapato na chuteira do clube.
Hoje, o Palmeiras tem um elenco diminuto, mas plenamente preparado para encarar qualquer sequência de partidas com 72 horas de intervalo entre elas, que é o tempo recomendado pela Fifa. Ou seja: um jogo, três dias sem jogar, outro jogo. O problema é que a CBF não costuma seguir a recomendação.
A começar por esta quinta-feira (21), quando enfrenta o Grêmio, em Porto Alegre, o Palmeiras vai ter quatro jogos no intervalo de 11 dias.
Os primeiros três jogos não preocupam quanto ao desgaste dos jogadores. Depois do jogo contra o Grêmio, o Palmeiras tem a primeira perna da semifinal da Libertadores, contra o Boca Juniors, em Buenos Aires, somente no dia 28 – intervalo de uma semana.
O jogo seguinte, contra o Red Bull Bragantino, porém, já terá um intervalo menor. Serão apenas dois dias sem jogos até o confronto em Bragança Paulista, em 1º de outubro – para a próxima partida, a volta da semifinal da Libertadores, em 5 de outubro, o intervalo recomendado será obedecido.
Jogar com um intervalo menor que o considerado ideal pela Fifa deve ser a tendência até o fim do ano, com mais duas paralisações para jogos da seleção confirmadas – 9 a 17 de outubro e 13 a 21 de novembro.
A CBF só confirmou as datas das partidas até a 29ª rodada. A partir da volta da janela de outubro, o Palmeiras vai ter três partidas seguidas com intervalo de 48 horas, o mínimo permitido: Atlético-MG (19), Coritiba (22) e São Paulo (25).