Brasileirão Série A

Milito assume responsabilidade, mas alega necessidade da existência de dois Atléticos

Atlético tem desempenhos completamente diferentes no Brasileiro e nas Copas, e isso é fruto das mudanças no time

Em um jogo vexatório em Goiânia, o Atlético-MG foi derrotado pelo Atlético-GO, lanterna do Campeonato Brasileiro, por 1 a 0. O time alternativo do Galo teve atuação constrangedora, e o técnico Gabriel Milito assumiu a responsabilidade pelo clube ter dois times completamente diferentes nas competições.

Enquanto nas Copas o Atlético coleciona grandes atuações e momentos, sendo finalista tanto da Copa do Brasil quanto da Libertadores, no Brasileiro, a história é completamente diferente.

Jogando boa parte da competição com um time longe do ideal, seja por inúmeros desfalques ou por poupar os titulares, o Atlético faz um Brasileiro muito abaixo do esperado, e a derrota em Goiânia reflete isso.

Pela primeira vez, o técnico Gabriel Milito assumiu a existência de dois Atléticos com posturas e qualidades completamente diferentes na temporada.

Claramente somos dois times diferentes, um de Copas e outro do Brasileiro. Valorizo o esforço de todos, mas a única realidade é essa. Quando fazemos muitas modificações, o time sente, e cada erro custa caro — afirmou Milito.

Milito assume responsabilidade, mas pondera necessidade

Milito se colocou como principal responsável pelo Atlético não estar com o desempenho esperado no Brasileiro, já que é ele quem opta por não colocar os titulares em várias partidas. No entanto, destacou que, sem isso, não teria levado o time às finais.

— No Brasileiro, não podemos ter os resultados que tivemos nas Copas. Queria trabalhar para isso, para ter essa realidade, mas não foi possível. Sei que, se jogássemos sempre com o mesmo time, não estaríamos nas finais. Jogar três competições tem o desgaste físico e mental. Somos obrigados a fazer mudanças. É o necessário. — disse o treinador.

O argentino garantiu que, se jogasse sempre com o mesmo time, o Atlético estaria melhor colocado no Brasileiro. No entanto, não teria tido o mesmo desempenho nas Copas e não estaria nas finais.

Atlético no Brasileiro x Atlético nas Copas

O Atlético soma apenas 41 pontos em 31 jogos realizados no Brasileirão. São 10 vitórias, 11 empates e 10 derrotas. O Galo ainda sofreu mais gols (46) do que marcou (42). Longe do G6, seu objetivo principal, corre o risco de ficar fora da próxima Libertadores, o que seria um desastre.

Brasileiro Serie A
# Seleção J V E D +/- Pontos
1 Botafogo

Botafogo

37 22 10 5 29 76
2 Palmeiras

Palmeiras

37 22 7 8 28 73
3 Flamengo

Flamengo

37 20 9 8 19 69
4 Internacional

Internacional

37 18 11 8 20 65
5 Fortaleza

Fortaleza

37 18 11 8 11 65
6 Sao Paulo

Sao Paulo

37 17 8 12 11 59
7 Corinthians

Corinthians

37 14 11 12 6 53
8 EC Bahia

EC Bahia

37 14 8 15 -2 50
9 Cruzeiro

Cruzeiro

37 13 10 14 1 49
10 Vasco da Gama

Vasco da Gama

37 13 8 16 -14 47
11 Vitoria

Vitoria

37 13 7 17 -7 46
12 Gremio

Gremio

37 12 9 16 -3 45
13 EC Juventude

EC Juventude

37 11 12 14 -10 45
14 Atletico Mineiro

Atletico Mineiro

37 10 14 13 -8 44
15 Fluminense

Fluminense

37 11 10 16 -7 43
16 Athletico Paranaense

Athletico Paranaense

37 11 9 17 -5 42
17 Bragantino

Bragantino

37 9 14 14 -8 41
18 Criciuma

Criciuma

37 9 11 17 -15 38
19 Atletico GO

Atletico GO

37 7 9 21 -27 30
20 Cuiaba

Cuiaba

37 6 12 19 -19 30

Para não ficar fora da Libertadores 2025, o Atlético precisa vencer uma das copas, onde tem desempenho bem diferente. São 21 jogos ao todo, com 12 vitórias, 5 empates e apenas quatro derrotas.

O desempenho em mata-mata é ainda melhor sob o comando de Milito. Somando as finais do Campeonato Mineiro, ele tem 16 jogos, oito vitórias, seis empates e três derrotas, marcando 23 gols e sofrendo apenas 13. Com Gabi, o Galo venceu os oito duelos de mata-mata que teve até o momento.

Depois desse vexame em Goiânia, o Atlético vai tentar se recuperar justamente na final da Copa do Brasil. No próximo domingo (10), às 16h, precisa reverter o 3 a 1 que o Flamengo conseguiu na ida, no Maracanã, para sair com o título.

Se conseguir, garante vaga na Libertadores 2025. Caso contrário, terá que ganhar a edição deste ano no dia 30 de novembro, quando encara o Botafogo em jogo único, em Buenos Aires.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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