Copa do Brasil

Atlético-MG esquece sua maior virtude nas Copas, mas gol improvável mantém sonho vivo

Defesa teve tarde para se esquecer no Maracanã, mas gol no fim manteve sonho do Galo vivo

Na primeiro jogo da grande decisão da Copa do Brasil, o Atlético-MG não fez um bom jogo no Maracanã e saiu derrotado por 3 a 1. Apesar do resultado, um gol improvável nos minutos finais acendeu a chama do “Eu Acredito” na torcida atleticana para o jogo da volta.

O Atlético estava tendo, como sua principal qualidade nos jogos de Copa, uma defesa muito forte. Nos últimos 10 jogos de mata-mata, sofreu apenas quatro gols. O Galo passou ileso, por exemplo, no confronto contra o River Plate, vencendo a ida por 3 a 0 e se segurando com muita firmeza no 0 a 0 da volta.

Mas, logo na final da Copa do Brasil, o Atlético parece ter esquecido como manter um time tão sólido defensivamente.

O Atlético fez um primeiro tempo péssimo, sem conseguir sequer sair da marcação flamenguista, muito menos gerar algum perigo no ataque. Na defesa, que era tão sólida, um show de horrores.

No segundo tempo, deixou menos espaços, mas ainda viu o Flamengo chegar com perigo em algumas oportunidades, principalmente em transições, pegando o Galo desprevenido.

Bagunça defensiva marca o primeiro tempo do Galo

O Galo já mostrou que não estava sólido defensivamente com cinco minutos, quando Michael recebeu sozinho nas costas de Lyanco e bateu pra fora.

Aos 10, o Flamengo abriu o placar depois de Wesley arrancar do meio-campo até a grande área sozinho, sem ninguém ao menos ameaçar marcá-lo. Gabigol parou em Everson, e Arrascaeta pegou o rebote, sozinho na área.

A forma como o Flamengo construiu a jogada, com muita tranquilidade e facilidade, chamou atenção, principalmente pra quem acompanha o Atlético e estava vendo um time muito seguro na defesa.

Para piorar, aos 38, um lançamento despretensioso com um desvio achou Gabigol, que invadiu a área sozinho para ampliar.

Mais uma vez, a defesa do Atlético foi protagonista do lance, já que o camisa 99 estava livre de marcação. O erro, nesse caso, foi de Lyanco, que deixou o atacante em posição legal, sem fazer a linha de impedimento.

Wesley e Alan Franco na final da Copa do Brasil entre Flamengo e Atlético-MG (IMAGO / Fotoarena)
Wesley e Alan Franco na final da Copa do Brasil entre Flamengo e Atlético-MG (IMAGO / Fotoarena)

Erros seguem na etapa final, e castigam mais

O Atlético até voltou melhor pro segundo tempo, inclusive criou duas chances perigosas, com uma delas a bola passando ao lado da trave, mas a tarde no Rio não era da defesa do Atlético, que errou gravemente mais uma vez.

Aos 29, Zaracho, que havia acabado de entrar, jogando uma partida depois de mais de dois meses, errou um domínio, Alcaraz aproveitou e acionou Gabigol, que marcou mais um.

Alan Kardec deixa o sonho do Atlético-MG vivo

Quando o Maracanã explodia em emoção pelo terceiro gol do Flamengo, um gol improvável do lado atleticano calou o estádio.

Alan Kardec, que havia entrado minutos antes e tem cada vez menos minutos no time, com uma saída no fim do ano já certa, apareceu, no seu primeiro toque na bola, para bater no cantinho de Rossi, aproveitando um erro de Léo Ortiz.

O gol calou o Maracanã, pelo menos a parte flamenguista, a atleticana fez a festa como se fosse o do empate ou o da vitória, sabendo que pode ser um gol muito importante, que faz a diferença para o jogo de volta, na Arena MRV.

Atlético x Flamengo na Arena MRV

Com o resultado negativo no Maracanã, o Atlético terá a missão de fazer o resultado no segundo e decisivo jogo, na Arena MRV. Em caso de vitória por dois gols, o Galo leva o jogo pros pênaltis. Mais do que essa diferença de gols, sai como título. Qualquer outro resultado, a taça é o Rubro-Negro.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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