Lucas adia conversas sobre renovação e atrasa planejamento do São Paulo para 2024

A derrota por 2 a 0 para o Goiás, na última quarta-feira (18), mostrou que o São Paulo ainda precisa se preocupar com o Brasileirão antes de começar a planejar 2024, especialmente pela perigosa de distância de apenas cinco pontos para o Z4. Mas foi uma declaração de Lucas Moura ainda na Serrinha logo após a partida que mais teve impacto no que o Tricolor projeta para a próxima temporada.

A renovação do atacante é a prioridade máxima do clube para o ano que vem, em que voltará a disputar a Libertadores. Na festa do título inédito da Copa do Brasil, o camisa 7 afirmou com todas as letras que tem “muita chance” de ficar no São Paulo para 2024. Mas após o tropeço em Goiânia, o discurso foi bem mais cauteloso.

“Eu estou procurando não pensar nisso agora, eu quero focar nesse restante de campeonato. Quero alcançar a pontuação necessária pra escapar dessa zona desconfortável. Estou focado nisso. Depois vou aproveitar as férias e decidir com calma. Não quero decidir nada na empolgação, nada na emoção. Quero decidir com a cabeça fria pra tomar a melhor decisão”. (Lucas Moura)

Adiar renovação atrasa todo o planejamento do São Paulo

Antes de mais nada, Lucas quer acabar com os riscos de rebaixamento em uma temporada que até agora é histórica para o clube. As conversas sobre renovação só devem ocorrer depois que o São Paulo alcançar uma situação confortável na tabela do Brasileirão.

O grande problema é que adiar a negociação para bater o martelo atrasa também todo o restante do planejamento do São Paulo para 2024. Dorival Júnior já afirmou em entrevista recente que a sua ideia é buscar apenas dois a três reforços a nível de titularidade – como Lucas, diga-se. Mas isso, desde que o Tricolor consiga manter a maioria de seus jogadores.

Uma eventual saída de Lucas é tratada como uma perda muito, mas muito difícil de repor. Por mais que o clube abra uma boa lacuna em sua folha salarial com a saída, a diretoria sabe que é praticamente impossível encontrar um jogador do mesmo nível do atacante e nas mesmas condições que o negócio foi feito para repatriar o camisa 7. Além disso, o Tricolor só fará uma movimentação neste sentido em caso de frustração na renovação. Um fator que pode atrasar a investida e limitar ainda mais as opções.

São Paulo mantém otimismo sobre renovação

A declaração não muda em nada o otimismo da diretoria são-paulina. O camisa 7 que voltou para ser campeão após 11 anos tem contrato até o final da temporada. A permanência já foi tratada como “impossível” pelo clube. Hoje, ela é vista como “muito provável” por fontes da diretoria consultadas pela Trivela. A declaração de Lucas na festa do título respalda esse sentimento.

– Estou feliz, me sinto muito acolhido no clube, é um lugar que conheço bem, me dou bem com todo mundo. Eu amo estar ali. Faço o que eu amo no clube que eu amo. Acordo com muita alegria para ir treinar, encontrar meus colegas de time, os funcionários do clube. Tem muita chance de eu ficar, agora vai depender do projeto – disse Lucas.

Mas para que todo este desejo mútuo de permanência vire realidade, São Paulo e Lucas ainda precisam sentar para negociar o novo contrato. Muito antes disso, a diretoria são-paulina já trabalha com um plano pronto para que o atacante siga em 2024 – e por ainda mais tempo no clube.

Contrato longo, projeto e Libertadores são trunfos

Lucas falou mais de uma vez que a sua permanência dependerá do projeto que o clube irá apresentar para o futuro. E o clube já tem este projeto desenhado. A ideia da diretoria é oferecer um contrato por mais três temporadas ao camisa 7, com um salário considerado compatível a qualquer oferta que o jogador receber do futebol do exterior.

– Se o Lucas quiser, nossa intenção é renovar com ele por três anos. Lucas tem pensado muito mais onde ele tem prazer de jogar. Vamos tentar que ele fique – disse o diretor de futebol Carlos Belmonte.

Desde que voltou, Lucas fez juras de amor ao São Paulo reiteradas a cada entrevista. Não foi diferente nesta terça-feira. O Tricolor é o clube do coração do atacante, que foi campeão da Sul-Americana em 2011, campeão da Copa do Brasil em 2023… Mas ainda tem o sonho de disputar a Libertadores com a camisa são-paulina.

Lucas Moura diz que tem “muita chance” de ficar no São Paulo pra 2024

Conversas só ocorrerão mais para frente. Libertadores, ambiente do clube e projeto para a próxima temporada pesam na decisão pic.twitter.com/0gekdnPPw9

— Eduardo Deconto (@eduardodeconto) October 4, 2023

O São Paulo já está garantido na fase de grupos da competição continental. E isso pesa muito para que Lucas fique no ano que vem. Só que esse desejo é acompanhado de uma condição. O camisa 7 voltou ao clube para brigar por títulos, e isso é imperativo para 2024.

Na reunião, o atacante quer conversar com a diretoria para entender qual será o projeto não apenas para ele, mas de todo o clube para a próxima temporada. Lucas quer que o São Paulo monte um elenco ainda mais competitivo para disputar não apenas um título no ano que vem, mas para brigar em todas as frentes de competições ao longo de 2024.

– Se for para ficar, eu quero brigar por títulos. Quero brigar pelo Brasileiro, pela Libertadores, novamente pela Copa do Brasil. Vai depender muito do projeto que o clube tem, ver o que eles têm na cabeça. A gente vai sentar com calma no momento adequado para conversar sobre isso – ressaltou o jogador.

O dia a dia de trabalhos no CT da Barra Funda também teve influência direta para que a permanência de Lucas fosse do “impossível” para o “muito provável”. O camisa 7 garante estar muito à vontade e feliz no ambiente do clube, e isso também se reflete para além das dependências do São Paulo.

Um ponto fundamental para Lucas retornar ao clube foram o bem-estar e a felicidade da família. O ídolo tem recebido ondas de carinho de torcedores por onde passa desde que voltou à capital paulista e fala com orgulho sobre como todos de seu entorno estão muito felizes com o retorno ao Brasil.

Todos nos bastidores do clube tratam a permanência de Lucas com um otimismo que antes parecia irreal. O único temor é de que uma proposta irrecusável do exterior surja nos próximos dias para atravessar a renovação que hoje parece inevitável.