Contra o São Paulo, Flamengo e Sampaoli podem ter visão diferente do ‘inferno’
Elenco e comissão técnica estarão sob muita pressão neste domingo (13), o primeiro compromisso depois da eliminação para o Olimpia

Neste domingo (13), o Flamengo reencontrará sua torcida pela primeira vez desde a eliminação precoce para o Olimpia, nas oitavas de final da Libertadores. O duelo também marcará a chegada de Dorival Júnior, ex-treinador e campeão da Libertadores e da Copa do Brasil pelo clube, vestindo as cores do São Paulo. Todos esses ingredientes colocam todos na equipe de Sampaoli numa visão diferente do ‘inferno' protagonizado pela torcida no Maracanã.
Como o próprio Gabigol assinou antes do jogo de volta contra o Atlético-MG, o Maracanã pode ser um verdadeiro inferno aos adversários. Naquela eliminatória, válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, a torcida fez a diferença e guiou o elenco a uma vitória que ficou marcada em um ano vitorioso. Como as coisas podem mudar de uma temporada para a outra, não é?
Enredos que destoam no Flamengo
No ano passado, a vitória contra o Atlético-MG fez com que a simbiose entre torcida e time se tornasse imbatível no Maracanã, a caminho dos títulos da Copa do Brasil e da Libertadores. A exemplo do que aconteceu nesta temporada, o Flamengo trocou um treinador português no meio da temporada, após início de ano frustrante, mas Sampaoli, em 2023, faz muito menos do que Dorival Júnior, em 2022.
As consequências daquele triunfo no Maracanã são inversamente proporcionais aos da eliminação para o Olimpia na Libertadores, por exemplo. Enquanto a equipe de Dorival ganhou corpo e confiança para buscar títulos no restante da temporada, os comandados de Sampaoli vivem momento de apatia e distância do seu treinador.
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O grande problema, no entanto, é a falta de conexão com a torcida. O alto número de fracassos, além da ausência do brio e da raça que os rubro-negros se acostumaram nos últimos anos, parecem ter minado a relação. Tanto nas redes sociais, quanto em protestos no CT e aeroportos, elenco e comissão técnica são cobrados de maneira constante. E esse mau momento culminará em muitas cobranças no Maracanã.

O inferno invertido
A torcida do Flamengo é uma das mais fanáticas do país. Quando está tudo bem, o clima no Rubro-Negro pode ser um paraíso, com desfiles em trio elétrico para celebrar títulos e apoio incondicional em qualquer canto do país. No entanto, a pressão nos momentos difíceis é grande, talvez acima do que qualquer jogador ou treinador tenha vivido na carreira.
Já vimos protestos logo na chegada da delegação de Assunção, quando cerca de 40 torcedores criticaram – de maneira mais acintosa – o momento vivido pelo elenco na temporada. Até mesmo na capital paraguaia, os torcedores rubro-negros fizeram com que sua voz fosse ouvida. Embora alguns atletas, como David Luiz, Thiago Maia e Pedro, tivessem sido chamados pelo nome, os membros da diretoria, especialmente Landim, foram os mais criticados.
No Maracanã, os protestos devem continuar, totalmente no rumo contrário do “inferno” vivido no ano passado contra o Atlético-MG. A Trivela apurou que diante do São Paulo, neste domingo (13), os rubro-negros preparam faixas de cobrança à diretoria, comissão técnica e jogadores, com a tradicional frase de que “O Brasileiro é obrigação”.

O dilema
A torcida é o maior patrimônio do clube, isso é inegável, e deve ser tratada como tal. No entanto, ela também tem um papel muito importante em como o time se comporta dentro de campo. Com o apoio, as coisas andam, enquanto no “inferno”, o time pode destoar. Esse é o dilema dos torcedores que vão estar presentes no Maracanã durante os 90 minutos do jogo: apoiar ou criticar?
Para o jogo de logo mais, imagino uma torcida fervente, apesar de ser um jogo no dia dos pais, em que mais famílias poderiam estar no Maracanã. Pelo momento da equipe, e horário do jogo, longe do tradicional – domingo, às 16h (de Brasilia) -, é possível que muitos desistam de estar presentes no Maracanã, abrindo caminho para os protestos em massa.
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A equipe, no entanto, terá a oportunidade de ditar o ritmo, de mostrar como a arquibancada pode se comportar nesta noite de domingo. Uma postura diferente e aguerrida, em busca de objetivos maiores, tanto dos que estão dentro de campo quanto daqueles que se posicionam nos camarotes, fará com que a sinergia retorne. Novo revés, contudo, deixa a situação delicada.
É importante, também, que a torcida tenha o “feeling” para analisar a situação, por mais difícil que seja pedir calma a um torcedor que acabou de ver seu time ser eliminado de maneira irritante em Assunção. A violência não vai resolver nada e pode ter consequências acima de qualquer dano esportivo. Vamos ver o que este domingo, dia dos pais, nos reserva no Maracanã.