Pulgar completa um mês afastado do Flamengo; especialista explica lesão

Contratado pelo Flamengo em meados de 2022, o volante Erick Pulgar teve um salto de produção grande nesta temporada e ganhou a confiança do técnico Jorge Sampaoli. Ele vinha em excelente sequência no time titular com o treinador argentino, antes de sofrer um incômodo muscular, antes da partida contra o Athletico Paranaense, pela Copa do Brasil. O problema se tornou uma lesão grave, e o chileno não joga desde então.

Apesar de se tratar de uma lesão muscular na posterior da coxa direita, muitos acreditavam que o jogador estaria à disposição para os jogos decisivos das oitavas da Libertadores e semi da Copa do Brasil. No entanto, ele ainda não iniciou a transição para os gramados e só deve retornar aos gramados no fim deste mês. A Trivela apurou, conversou com especialista e explica tudo sobre o problema que tirou a boa sequência de Pulgar.

Lesão muscular grau 3 = problemas

Antes de falar sobre a lesão muscular, vale destacar que Pulgar já perdeu mais de dois meses por problemas físicos nesta temporada. Em fevereiro, durante a disputa do Campeonato Carioca, o volante chileno sofreu uma fratura no quinto metatarso do pé direito e só retornou em maio, quando o Flamengo já era comandado por Jorge Sampaoli. A partir daí, veio em grande sequência até a contusão atual.

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— Flamengo (@Flamengo) February 28, 2023

O chileno sofreu uma lesão “grau 3” no bíceps femoral da coxa direita, que pode ser considerada uma das mais graves possíveis no local. A Trivela conversou com pessoas ligadas ao dia a dia do Flamengo, que explicaram que o estiramento abriu bastante o músculo de Pulgar, que precisa passar por um período grande de fisioterapia antes de iniciar a transição.

Fontes também confirmaram que a lesão é semelhante a que Arrascaeta sofreu, também nesta temporada. Na ocasião, o uruguaio ficou afastado dos gramados por cerca de 60 dias, em dois momentos distintos. A opção do departamento médico de manter a cautela foi bem sucedida, pelo menos no caso do camisa 14, já que ele voltou “voando” aos gramados e não teve mais problemas graves desde então.

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O que dizem os especialistas

Para entender de maneira mais didática como funciona a lesão de Pulgar, a Trivela convidou o médico e especialista em fisioterapia, Matthews Taveira, que já trabalhou com atletas de clubes como Vasco, Botafogo e Bahia, para elucidar a questão. Segundo ele, é muito importante que o diagnóstico seja preciso, para que o tratamento seja feito no caminho certo.

Sobre o tempo de recuperação, Matthews foi sucinto ao afirmar que varia de caso para caso, de acordo com o tratamento escolhido. Para a lesão de Pulgar, o natural é que ele retorne entre um e dois meses de fisioterapia e transição para o campo.

— O tempo de recuperação irá variar de acordo com o grau da lesão como explicado anteriormente, mas que são preconizados de acordo com os estudos científicos que uma lesão Miofascial (A), o tempo médio de cicatrização é de 3 semanas, já as Miotendineas (B), o tempo de cicatrização é de 4 a 8 semanas, já as lesões tendinea (C), o tempo de cicatrização é de 2 a 4 meses. Existem alguns aparelhos que podem acelerar esse reparo tecidual e acelerar o retorno de forma segura do atleta. Mas cada caso deve ser avaliado de forma isolada e para a partir daí, montar o plano de tratamento do atleta de acordo com os achados clínicos.

Entenda melhor a classificação* das lesões musculares

• Grau 0 – Lesão muscular Focal sem achados na Ressonância magnética
• Grau 1 – Lesão muscular com achados na ressonância maior que 10% de lesão das fibras
• Grau 2 – Lesão muscular com achados na ressonância entre 10% e 50% de lesão das fibras
• Grau 3 – Lesão muscular com achados na ressonância maiores que 50% de lesão das fibras
• Grau 4 – Lesão muscular com ruptura completa das fibras

*Segundo a British Athletics Muscle Injury Classification

O momento de Pulgar

Como mencionado, Pulgar ainda não iniciou a transição. Ele até faz trabalhos de fisioterapia no gramado, mas são exercícios específicos e não configuram a última fase antes de retornar aos gramados. Existe a expectativa de que ele inicie a reta final na próxima semana, mas o plano do departamento médico é de extrema cautela com lesões deste tipo.

Não existe uma data confirmada para que ele retorne efetivamente, mas é possível que Pulgar – que é desfalque há oito jogo – esteja em campo o Flamengo no fim deste mês. Com isso, além da Libertadores, ele também ficaria de fora da semifinal da Copa do Brasil, diante do Grêmio. O Rubro-Negro, no entanto, já tem situação encaminhada no torneio, por ter vencido o jogo de ida por 2 a 0, em Porto Alegre.

O próximo desafio do Flamengo será neste domingo (13), diante do São Paulo, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na vice-liderança da competição, com 31 pontos, o Rubro-Negro entra em campo do Maracanã às 18h30 (de Brasília).