Dorival Júnior volta ao palco da revolução tática que mudou o ano do São Paulo

Exato um mês atrás, o São Paulo erguia a taça da Copa do Brasil pela primeira vez em sua história, diante de mais de 60 mil almas são-paulinas que tomaram as arquibancadas do Morumbi. Aquela ensolarada tarde de domingo, 24 de setembro, já é eterna para o clube. Mas a conquista do título inédito começa muito antes e passa obrigatoriamente pelo dia 13 de julho de 2023.

Passa também pelo Allianz Parque, palco do Choque-Rei desta quarta-feira (25), às 20h30 (horário de Brasília), pela 29ª rodada do Brasileirão. Pois foi neste mesmo Allianz Parque, em um mesmo Choque-Rei, que Dorival Júnior consolidou uma revolução tática que mudou os rumos do São Paulo na temporada. Foi na vitória de virada por 2 a 1 sobre o Palmeiras, no duelo da volta das quartas de final da Copa do Brasil, que o treinador transformou o Tricolor em um time candidato a ser campeão – como de fato ocorreu meses mais tarde.

O jogo que consolidou Alisson como volante

Foi neste duelo decisivo, após vencer a ida por 1 a 0 no Morumbi, que Dorival consolidou a transformação de Alisson em um segundo volante. O treinador não pôde contar com Pablo Maia naquela partida, devido ao falecimento do pai do jogador. A opção do técnico foi usar um meia-atacante na função mais recuada. E ela causou estranheza imediata, em especial porque o parceiro no meio-campo era Gabi Neves, com menos poder de marcação e mais vocação para construir jogadas.

– O Alisson tem se especializado nessa função. Espero que ele se dedique ainda mais. Tem qualidade para desenvolver essa posição – disse Dorival à época.

Deu certo, mas tão certo, que Alisson ficou volante, inclusive com o retorno de Pablo Maia. Dorival optou por usar o jogador mais recuado em uma dupla de muita combatividade para dar segurança aos meias e a Calleri mais à frente. Primeiro, Luciano atuava como meia central, com Nestor e Rato pelos lados. Depois, chegou Lucas Moura.

O título da Copa do Brasil mostra como as coisas funcionaram até melhor do que o esperado. Mas tudo começou bem antes daquela partida decisiva. Ainda em 2022, o jogador já havia atuado na posição com Rogério Ceni. Mas a mudança definitiva veio a partir de uma percepção do próprio atleta.

A reinvenção de Alisson inicia com uma conversa reservada com o auxiliar técnico Lucas Silvestre. O jogador não se sentia mais à vontade atuando como extrema pela direita – função que exercia desde o início da carreira. A sua avaliação era de que havia outros companheiros que executavam melhor a função. Foi aí que veio a ideia de aproveitar o lado combativo do atleta em uma nova faixa do campo.

– Tive conversa com o Lucas (Silvestre), auxiliar, dizendo que tinha dificuldade de jogar pela direita, onde joguei quatro anos no Grêmio, mas de forma diferente. Deixei bem aberto, falei que tinha jogadores que poderiam fazer melhor a função. Ele me deixou bem à vontade – contou Alisson, em entrevista na metade da temporada.

Dorival deve reeditar dupla de volantes

Das muitas coincidências do futebol, Dorival não contará novamente com Pablo Maia para enfrentar o Palmeiras. O volante está suspenso, após ter recebido o terceiro cartão amarelo. A dupla no meio-campo será a mesma da vitória por 2 a 1 pela Copa do Brasil: Gabi Neves e Alisson. Dessa vez, porém, será o uruguaio que entrará no time como substituto – e não o contrário.

As dúvidas na equipe estão mais à frente. James Rodríguez e Rodrigo Nestor disputam posição no meio-campo. No ataque, Luciano e David brigam pela vaga que costuma ser de Calleri. A tendência é de que o camisa 10 seja o titular.

Escalação provável do São Paulo

Rafael; Rafinha, Diego Costa, Beraldo e Caio Paulista; Gabi Neves, Alisson, Wellington Rato, Lucas Moura e James Rodríguez (Rodrigo Nestor); Luciano (David).

O São Paulo enfrenta o Palmeiras no Choque-Rei desta quarta-feira (25), às 20h (horário de Brasília), pela 29ª rodada do Brasileirão. O Tricolor é o 10º colocado na tabela, com 38 pontos. São oito de vantagem para o Vasco, primeiro time no Z4.