Missão Libertadores: Atlético-MG só precisa doutrinar em casa para alcançar objetivo
Se conseguir manter o aproveitamento de 100% na Arena MRV, Atlético alcançará o objetivo de conseguir uma vaga para a Libertadores

A vitória do Atlético-MG no último sábado (30), fora de casa, contra o Internacional, deixou o time comandado por Felipão com a possibilidade de apenas vencer os jogos que ainda vai realizar como mandante para conseguir atingir seu objetivo na temporada: se classificar para a Copa Libertadores de 2024.
No início da temporada, o Atlético já havia estabelecido como meta terminar no G4 do Campeonato Brasileiro. É claro que o clube sonhava em disputar o título, assim como das outras competições, como a própria Libertadores e a Copa do Brasil, mas o caminho traçado teve tropeços e hoje o Galo só tem o Brasileirão pela frente, com foco total em atingir o objetivo. No fim do primeiro turno, a Trivela fez as projeções do alvinegro, e agora atualiza a história.
O início bem ruim de Felipão, com nove jogos sem vencer, fez o time despencar na tabela, do G4 para o 13° lugar, e deu uma sensação de quem a vaga na Libertadores o time iria conseguir. Mas as coisas mudaram. O Atlético se recuperou e teve ótimos resultados nos últimos dois meses de Brasileirão, fazendo o time se reaproximar da parte de cima da tabela. Hoje em sétimo, o Galo está apenas um ponto do G6 e quatro do G4.
Para alcançar seu objetivo final, que é a classificação para a Libertadores, o Atlético precisa “apenas” vencer todas as partidas que tem como mandante. Fazendo isso, não será necessário fazer um ponto sequer longe de seus domínios.
Arena MRV é a arma do Atlético
Para este segundo turno do Brasileirão, o Atlético teve o reforço da Arena MRV, seu novo estádio. A ideia do clube era inaugurá-lo antes, mas alguns atrasos fizeram a estreia ser adiada, o que custou caro, já que o Galo fez um primeiro turno muito ruim como mandante, atuando no Mineirão e no Independência. Mas a nova casa atleticano mudou essa história, e o alvinegro têm 100% de aproveitamento nos três jogos que fez até aqui na Arena.
Hulk falando da diferença que faz jogar na Arena MRV, onde a torcida fica muito próxima do campo.@trivela pic.twitter.com/j4wDFV5su3
— Alecsander Heinrick (@alecshms) August 27, 2023
Depois de vencer o Inter fora, o Atlético volta pra casa no próximo domingo (8), para encarar o lanterna Coritiba, às 18h30. Esse será um dos sete jogos que o Galo ainda vai fazer na Arena MRV. Além do Coxa, o alvinegro também encara Cruzeiro, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Grêmio e São Paulo, nessa ordem.
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100% em casa é a receita
Com 40 pontos atualmente, o Atlético ocupa a sétima colocação. Segundo a UFMG, o Galo tem 50,3% de chances de se classificar para a Libertadores (contando o G6). Para conseguir essa vaga, o alvinegro “só” precisa vencer todas as partidas como mandante. Isso porque o Galo chegaria assim aos 61 pontos, pontuação que a própria UFMG calcula como 93% de chance de garantir vaga na próxima edição da competição continental. Esse cálculo sem contar que o time de Felipão não vá fazer mais nenhum ponto como visitante, o que é improvável – vencer todas em casa também é, mas é menos.
Mas não só a matemática que ajuda o Atlético nessa história. Historicamente, desde que o Brasileirão passou a ter 20 times nos pontos corridos, só em uma delas o clube que fez 61 pontos não acabou no G6. Essa exclusividade cabe ao ano de 2019, quando o São Paulo foi o sexto colocado com 63 pontos. Confira a pontuação dos clubes que terminaram em sexto desde 2006:
- 2006: Figueirense – 57 pontos
- 2007: Palmeiras – 58 pontos
- 2008: Internacional – 54 pontos
- 2009: Avaí – 57 pontos
- 2010: Botafogo – 59 pontos
- 2011: Figueirense – 58 pontos
- 2012: Botafogo – 55 pontos
- 2013: Goiás – 59 pontos
- 2014: Grêmio – 61 pontos
- 2015: Sport – 59 pontos
- 2016: Athletico-PR – 57 pontos
- 2017: Flamengo – 56 pontos
- 2018: Atlético – 59 pontos
- 2019: São Paulo – 63 pontos
- 2020: Grêmio – 59 pontos
- 2021: Bragantino – 56 pontos
- 2022: Athletico-PR: 58 pontos
A média histórica nesse recorte do sexto colocado é de 57,9 pontos. Apesar disso, a UFMG dá “apenas” 50,2% de chance de classificação para a Libertadores para os times que terminarem com esse número (58 pontos).
Mais uma grande recepção para o Atlético na Arena MRV.
Estádio hoje visivelmente mais cheio. Sem duvidas estamos perto dos 40 mil presentes! pic.twitter.com/e2tO0Gbwq7
— Alecsander Heinrick (@alecshms) September 24, 2023
G4 não estará distante para o Atlético
Caso o Atlético consiga manter os 100% na Arena MRV, o clube vai estar muito próximo também do seu outro objetivo, o G4. A média do quarto colocado desde o Brasileirão de 2006 é de 63,4 pontos, ou seja, dois a mais do que o Galo terá se vencer todas em casa. Seguindo essa média a rigor, o alvinegro só precisaria de vencer uma das seis partidas que ainda vai fazer longe de seus domínios na competição para alcançar o “número mágico” que garante vaga na Libertadores.
Mas mesmo com os 61 pontos é possível atingir o grupo dos quatro primeiros, foi assim com o Fortaleza em 2021 (58 pontos), o Botafogo em 2013 (61 pontos), o Flamengo em 2011 (61 pontos) e o Fluminense em 2007 (61 pontos). A maior pontuação que um quarto colocado já teve ao fim de um Brasileirão foi de 69, com o Corinthians em 2014.
O que o campo diz em 2023?
A avaliação matemática e histórica é importante para se ter uma ideia do que é preciso fazer em um campeonato para cumprir os objetivos. Mas o mais importante é entender o que está acontecendo na competição do ano em questão.
Em 2023, há um bloco de oito times que disputam as cinco vagas da Libertadores. O Botafogo, líder isolado, no momento está distante desse bloco, assim como os times do 10° lugar para baixo. Estão na briga atualmente, seguindo a ordem da tabela: Red Bull Bragantino, Grêmio, Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Atlético, Athletico-PR e Fortaleza, com uma diferença de seis pontos do segundo para o nono lugar.
Dos times na briga, Palmeiras e Fluminense definem nesta semana se vão para a final da atual edição da Libertadores. Caso eles avancem, um deles seja campeão e esse time se mantenha dentro do G6, teremos então um G7. O mesmo acontece com o Fortaleza, que busca o título da Sul-Americana. Se os dois campeões continentais estiverem dentro do G6, ele passa a ser um G8.
Mas isso são apenas possibilidades. Não se pode contar com nenhum desses cenários na hora de fazer as contas para saber quantos pontos serão necessários para chegar na Libertadores. O cenário atual é de um G6 que vai ter briga até o fim entre esses times citados, o que pode significar que os confrontos diretos podem definir os classificados. Desse grupo, o Atlético ainda encara Palmeiras, Bragantino e Flamengo fora de casa, e Fluminense, Fortaleza e Grêmio em casa.