Brasileirão Série A

Sem brilho, mas com resultados, Atlético-MG encerra ‘mês perfeito’ e sonha com G4

Atlético-MG conseguiu os resultados no mês de setembro, mas deixou a sensação de que o time pode ainda mais

O Atlético-MG venceu o Internacional, fora de casa, no último sábado (30) e fechou o mês de setembro com chave de ouro, saindo invicto nos últimos 30 dias. Os resultados vieram e era o que o time de Felipão mais precisava, com direito a uma defesa forte e um ataque certeiro. Apesar disso, o futebol jogado ainda deixa a desejar.

Apesar de todas as discussões do dia a dia, no fim, o que importa no futebol é o resultado. Principalmente para o torcedor, jogando bem ou mal, o que vale são os três pontos no final da partida. Pelo momento que o Atlético vivia, os resultados ficaram ainda mais necessários, independente da forma que o time jogasse. Felipão conseguiu isso, tendo três vitórias e um empate em setembro, e agora tem um tempo mais tranquilo. Mesmo assim, é certo que o Galo pode jogar mais.

Na vitória contra o Inter, por exemplo, o Atlético foi dominado o jogo todo, mas conseguiu a vitória sendo efetivo no ataque. Dois ataques de perigo e dois gols. Simples, levou os três pontos para casa. Contra o Cuiabá, em casa, o Galo fez o gol e sofreu até o fim, mas também conseguiu os pontos. A efetividade do ataque e a consistência defensiva é o que resume o bom mês do time atleticano e essa aproximação do seu objetivo principal, o G4. Hoje, apenas quatro pontos separam o alvinegro de seu sonho.

A consistência defensiva do Atlético

O Atlético nunca teve um problema defensivo na temporada. Mesmo com Coudet, o time não sofria muitos gols e se portava bem, tinha boa média de gols sofridos. Com Felipão, que sempre montou time com defesas fortes, o Galo evoluiu ainda mais no quesito. Aumentando o recorte, foram apenas dois gols sofridos nos últimos oito jogos. No mês, sofreu apenas um, no empate com o Athletico-PR.

No futebol, é certo que, não sofrendo gols, o time fica mais perto das vitórias. Felipão entendeu isso no Galo e conseguiu montar um time que também entendeu isso. A melhora no quesito se deu, principalmente, pela mudança no esquema, que teve a adição de um volante (Otávio), com o time passando a jogar com dois volantes, dando mais proteção para a defesa.

Everson tem grande responsabilidade

Na consistência defensiva do Atlético, todos tem sua parcela de participação, mas quem talvez tenha uma porcentagem a mais que os outros é o goleiro Everson. O goleiro atleticano tem sido pouco exigido, não tem sido necessário ele fechar o gol com cinco ou mais grande defesas por jogo. Mas, quando exigido, ele fez a diferença. Contra o Athletico-PR ele foi o grande nome do Galo, que segurou o empate. Contra o Cuiabá, fez um milagre que garantiu os três pontos e, contra o Inter, novamente fechou o gol com mais duas grandes defesas.

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Ataque pouco criativo, mas efetivo

Se a defesa é o ponto forte do Atlético de Felipão, o ataque é o ponto mais fraco. Com o treinador, o Galo deixou de ser um time que cria muito, como era com Coudet, e passou a apostar mais na efetividade de seus atacantes. É algo, inclusive, que o próprio técnico fala em suas coletivas, de que gosta de aproveitar ter jogadores de qualidade que podem decidir em uma bola.

Em finalizações, o time de Felipão até tem um bom número, foram 37 nas quatro partidas de setembros, o que dá uma média de nove por partida. Mas finalização por finalização não consegue resumir bem a criação de jogadas de um time, já que ela não mostra como essa finalização aconteceu, se foi “de qualquer jeito” ou se levou perigo. É por isso que o expected goals (xG) foi criado, que calcula (de 0 a 1) o perigo de um chute.

Nesse quesito, o Galo teve uma média de 0,9 no último mês, tendo feito cinco gols nesse período (1,25 de média), o que mostra a efetividade do time, que fez mais gols do que levou perigo. Contra o Inter, por exemplo, os chutes dos gols de Hulk e Igor Gomes, de dentro da área, próximo ao gol e sem marcação, tiveram xG alto, o que fez o Atlético terminar a partida com a estatística acima de 1.0.

Além do xG, outra estatística que pode ajudar a entender se um time é criativo ou não é o de grandes chances criadas. Segundo o SofaScore, o Atlético de Felipão teve seis grandes chances de gols no último mês, mais uma vez mostrando que é um número baixo, mas efetivo. Unindo a defesa forte, que não sofre gols, com o ataque eficiente, o Galo chega aos bons resultados que teve recentemente.

Os números ofensivos do Atlético em setembro

vs Athletico-PR

0.42 xG
9 chutes (7 no gol)
1 grande chance criada

vs Botafogo

1.27 xg
13 chutes (6 no gol)
2 grandes chances criadas

vs Cuiabá

0.6 xg
7 chutes (3 no gol)
1 grande chance criada

vs Internacional

1.45 xg
8 chutes (5 no gol)
2 grandes chances criadas

Paulinho e Hulk fazem a diferença

Como Felipão mesmo cita, é importante potencializar os jogadores que tem qualidade para decidir as partidas. No time dele, depois de um início em que afastou Hulk e Paulinho em campo com uma mudança de formação, o treinador reaproximou a dupla e viu a importância disso na prática.

No último mês, Hulk deu uma assistência e fez um gol nas três partidas que fez, enquanto Paulinho marcou três gols nas quatro partidas realizadas. A dupla, além de tudo, mostra um grande entrosamento, sempre se encontrando em campo nas poucas oportunidades de ataque que o time tem. Entre eles, entra ainda o meia Pedrinho, que teve um mês de recuperação pessoal no clube, se afirmando como titular após falta de sequência por lesões.

E se a fase do Atlético passar?

O momento do Atlético é ótimo e os resultados estão acontecendo, principalmente pelos fatos citados, a defesa sólida e o ataque efetivo. Mas e se essa fase passar? E se a defesa deixar de ser sólida? Ou o ataque ficar ineficiente? Ou até as duas coisas ao mesmo tempo? Por isso, alguns torcedores agradecem pelos resultados, mas esperam mais do time, e com razão. O Galo tem material para criar mais durante as partidas. Contra o Cuiabá, em plena Arena MRV, o time fez o gol e recuou, sofrendo até o fim, sendo que tinha capacidade para atacar o adversário e matar o jogo, quem sabe até golear.

Contra o Inter, que usou os reservas, o Atlético foi dominado. Mesmo com a partida sendo fora de casa, o Galo poderia ter se imposto mais. O bom momento ajudou o time a conseguir sair com a vitória mesmo assim. Mas é preciso criar mais, pois vão haver jogos que a defesa não vai funcionar, por exemplo, então marcar dois ou três gols, dominar o jogo, vai ser necessário. O mesmo vale ao contrário, de o ataque não ser tão efetivo, então criar mais chances também vai ser importante, pois ao invés de marcar um gol em uma ou duas chances, vai precisar de cinco ou seis para isso.

Do mesmo jeito que é fato que não sofrer gols te deixa mais perto da vitória, também é fato que quanto mais chance um time cria, mais perto de marcar gols está. Também é verdade que tendo mais a bola, dominando o adversário, o time fica mais perto de vencer. Os resultados estão ótimos e não há do que reclamar nesse sentido, mas o Atlético precisa dar um próximo passo e, além de vencer, também jogar melhor e criar mais, pois tem qualidade para isso.

Sequência do Atlético

Em outubro, o Atlético fará cinco partidas, uma a mais que no último mês. O Galo terá três rivais diretos pelo G4, um clássico e um adversário desesperado contra o rebaixamento. O lado positivo é que três desses jogos acontecem na Arena MRV, onde o alvinegro já se sente em casa e tem 100% de aproveitamento.

  • Domingo (08) – Atlético x Coritiba – Arena MRV
  • Quinta-feira (19) – Palmeiras x Atlético – Allianz Parque
  • Domingo (22) – Atlético x Cruzeiro – Arena MRV
  • Quinta-feira (26) – Bragantino x Atlético – Nabi Abi Chedid
  • Sábado (28) – Atlético x Fluminense – Arena MRV
Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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