Brasileirão Série A

Atlético-MG tem um livro em branco com a Arena MRV, resta saber como vai escrevê-lo

Com Arena MRV, Atlético não tem só um novo capítulo para escrever, mas sim um livro inteiro

O Atlético-MG finalmente estreou sua casa própria. Neste domingo (27), a Arena MRV recebeu seu primeiro jogo oficial, e o Galo bateu o Santos por 2 a 0 com festa nas arquibancadas. Essa foi a primeira página de um livro inteiro em branco que o alvinegro tem para escrever, com potencial de best-seller, só depende de quem vai escrever.

O Atlético já escreveu alguns livros na sua história. Alguns bem bonitos e especiais, como o do ano de 2021 ou das temporadas de 2012 a 2014. Mas também já escreveu alguns bem ruins, como o de 2005, quando foi rebaixado. Com a Arena MRV, o Galo recebe um novo livro em mãos, totalmente em branco e pronto para ter suas páginas escritas.

Na primeira página do livro, que começa com a inauguração da Arena MRV, a bela história da festa da torcida, que se emocionou com a sonhada casa própria, e também uma boa partida em campo, que retribuiu a festa nas arquibancadas.

Responsabilidade grande. Sempre que vamos para um jogo do Galo a responsabilidade é gigante, mas hoje mais ainda. Somos todos privilegiados por estarmos vivendo isso. Era um jogo tenso para nós. Fazer o primeiro gol da Arena, vencer o jogo, não tomarmos gol. Só não foi mais perfeito pois não fizemos um resultado mais elástico. Que através dessa vitória a gente consiga deixar enraizado aqui esse espírito, de que realmente é nossa casa e tem um significado diferente”, disse o diretor de futebol Rodrigo Caetano.

Quem vai escrever as próximas páginas e capítulos do Atlético?

Esses livros dos clubes podem ter vários escritores e vários protagonistas. Muitas vezes, os escritores também são os protagonistas. No Atlético, quem tem grande poder de escrever os próximos capítulos desse livro são os donos da SAF do clube. O Galo aprovou recentemente sua transformação em clube-empresa e agora o futebol estará a cargo de empresários atleticanos, que já estavam à frente do clube nos últimos três anos, mas agora estão oficialmente nesta posição.

Depende desses empresários traçar o rumo do livro atleticano. Eles podem não necessariamente escrever, mas são os responsáveis por contratar quem pode acabar escrevendo. São eles que vão montar a base da direção, como um diretor de futebol. Rodrigo Caetano vai ficar? E no comando do time em campo? A caneta do experiente Felipão ainda tem tinta para escrever boas páginas do livro atleticano com a Arena MRV?

Em campo, os protagonistas, que muitas vezes se tornam também escritores, como o caso de Hulk, também são responsabilidades desses empresários. Eles vão contratar mais protagonistas/escritores? Mais coadjuvantes? Vão reforçar esse time para, quem sabe, conseguirem colocar mais estrelas nessas páginas? Todos esses, são questionamentos que eles terão que fazer para tentar acertar no escritor perfeito.

Torcida mais próxima fez (e fará) a diferença

Uma das coisas mais citadas da Arena MRV é a proximidade da torcida com o campo. O torcedor do Atlético agora está praticamente dentro de campo. Com isso, ele, que sempre foi escritor e protagonista em todas as histórias do clube, consegue passar ainda mais energia para os jogadores. Pelo menos foi o que Hulk e Paulinho garantiram.

Autor do primeiro (e do segundo) gol da Arena MRV, Paulinho falou da sensação de jogar no estádio do Galo pela primeira vez: “É o nosso terreiro, nossa casa. Foi maravilhoso sentir essa energia. Contagia bastante, ainda mais agora que é bem pertinho. Faz com que a adrenalina suba e a gente não perca a vontade de buscar a vitória”.

Já Hulk, que deu assistências para os dois gols de Paulinho, falou que estava muito ansioso para estrear “a nossa casa” e agradeceu a torcida atleticana por mais uma vez fazer uma grande festa.

Hulk explicou que chama a Arena MRV de “nossa casa”, pois se considera muito mais do que um jogador no Galo: “Não me acho só um jogador do Atlético, sou torcedor mesmo, que torço e sofro. É um clube que vai estar sempre no meu coração, pensamentos, orações e torcida”.

Mas não garante a vitória

Apesar do fator torcida ter sempre feito muita diferença para o Atlético, e agora parece que vai fazer ainda mais, ela não entra em campo para de fato jogar e ganhar os jogos. Rodrigo Caetano falou que a Arena é sim um “diferencial”, que o clube enfrentou arenas com essa configuração e sofreu, mas agora tem a própria.

– Tenho muita esperança que essa conexão torcida, Arena e atletas tem tudo para dar certo. Mas é jogo a jogo. Não pensem vocês que pelo fato de jogar na Arena o resultado estará garantido.

A próxima página do novo livro do Atlético

O Atlético volta a campo no sábado (02), para encarar o Athletico-PR, em Curitiba. O Furacão está há três pontos do Galo, ou seja, é uma briga direta. Mas a próxima página na Arena MRV acontece apenas no dia 16 de setembro, quando o Galo recebe o líder Botafogo, às 21h. Vencer o líder, que é um rival historicamente “chato” para o clube, seria mais uma bonita folha escrita nesse começo de livro atleticano.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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