Atlético-MG caminha para ter melhor defesa e pior ataque de sua história no Brasileirão
Se mantiver a média de gols marcados e sofridos, Atlético-MG vai terminar o campeonato com recorde negativo e positivo, respectivamente
O Atlético-MG vive um bom momento no Campeonato Brasileiro depois de passar por uma fase bem turbulenta. Um dos motivos para a melhora do time é a consistência defensiva, com o clube hoje sendo a segunda melhor defesa da competição. Por outro lado, o número de gols marcados diminuiu. Se manter as médias nas duas extremidades do campo, o alvinegro vai fazer história positiva e negativamente.
Defensivamente, o Atlético tem sido um primor. Foram apenas dois gols sofridos nos últimos oitos jogos. São três jogos seguidos sem a defesa ser vazada, somando mais de 320 minutos nesse quesito. Com apenas 19 gols sofridos em 25 jogos, o Galo só perde defensivamente para o líder Botafogo, que sofreu 16.
Por outro lado, o ataque atleticano não tem funcionado tanto. Tem sido eficiente e feito gols para vencer os jogos, o que é importante, mas não costuma balançar muito as redes. Com apenas 29 gols marcados no Brasileirão, o Atlético tem o pior ataque entre os 10 primeiros colocados. Se o clube mantiver a média de gols sofridos e marcados até o fim da competição, vai ter sua melhor defesa e seu pior ataque no formato atual do Brasileiro (pontos corridos com 20 times), que começou em 2006.
Melhor defesa da história do Atlético
O Atlético tem um ano, no geral, de uma defesa segura e que sofre poucos gols. Independente do treinador, o sistema defensivo nunca foi um problema. Nos 10 jogos do Brasileiro com Coudet, o Galo sofreu seis gols. Já nos 15 jogos até aqui com Scolari, foram 11. A média com o técnico brasileiro é maior (0,6 x 0,73), mas o melhor momento defensivo do time é agora, com ele. A média maior é explicada pelo péssimo início que Felipão teve no time, sofrendo nove gols em sete jogos, mas que melhorou muito, sofrendo apenas dois gols nas últimas sete partidas.
Com 19 gols sofridos em 25 jogos, o Atlético tem uma média de 0,76 por jogo, a melhor da sua história no atual Brasileirão. Se mantiver essa média até o fim da competição, com 13 jogos restantes, o Galo vai sofrer somente mais 11 gols, terminando com 30 gols sofridos. Esse número é menor do que o melhor resultado que o alvinegro já alcançou no quesito, que foi no mágico ano de 2021, quando terminou com 34 gols sofridos. A média histórica atleticana é de 47,6 gols sofridos.
Gols sofridos pelo Atlético em Brasileiros (2006-2022)
- 2006: Estava na Série B
- 2007: 51 gols
- 2008: 61
- 2009: 56
- 2010: 64
- 2011: 60
- 2012: 37
- 2013: 38
- 2014: 38
- 2015: 47
- 2016: 53
- 2017: 49
- 2018: 43
- 2019: 49
- 2020: 45
- 2021: 34
- 2022: 37
- 2023*: 19 em 25 jogos
Pior ataque da história atleticana
Se a defesa do Atlético merece muitos elogios, o ataque nem tanto. Não que seja ruim e não faça gols, até porque, com um sistema defensivo sólido como o atleticano é, geralmente um gol basta para vencer as partidas, e isso o Galo tem feito. No Brasileiro, com Coudet ou Felipão, a média é baixa. O time comandado pelo argentino fez 14 gols em 10 jogos, enquanto o de Scolari 15 gols em 15 jogos.
Com os 29 gols em 25 jogos, a média do Atlético no Campeonato Brasileiro é de 1,16 gol por jogo. Se mantiver nessa linha, o Galo vai marcar mais 15 gols nos próximos 13 jogos, chegando a 44 no total, um a menos do que a pior marca que o sistema ofensivo já atingiu em Brasileiros, em 2022 e em 2019. A média geral do time atleticano é de 55,5 gols.
Gols marcados pelo Atlético em Brasileiros (2006-2022)
- 2006: Série B
- 2007: 63 gols
- 2008: 50
- 2009: 55
- 2010: 52
- 2011: 50
- 2012: 64
- 2013: 49
- 2014: 51
- 2015: 65
- 2016: 61
- 2017: 52
- 2018: 56
- 2019: 45
- 2020: 64
- 2021: 67
- 2022: 45
- 2023*: 29 em 25 jogos
Dupla pode mudar essa história, mas Felipão precisa contribuir
Para não terminar o Campeonato Brasileiro com o pior ataque de sua história, o Atlético tem uma missão “simples”: fazer mais gols. Quem pode ajudar o Galo nessa situação é a dupla Paulinho e Hulk. Na competição, eles têm 10 e oito gols, respectivamente, ou seja, marcaram 62% dos gols atleticanos.
Mas não é só da dupla que o Atlético depende para melhorar ofensivamente. Essa questão passa muito também pelas mãos do técnico Felipão. O treinador tem, historicamente, times que defendem bem e atacam pouco, sendo efetivos, como o caso do momento atual do Galo, mas sem serem letais ao ponto de marcarem muitos gols e vencer de goleada. Nos últimos jogos do alvinegro, é perceptível que o time recua ao abrir o placar, perdendo a chance de marcar mais gols. Tem funcionado, mas o potencial do ataque atleticano é muito maior, podendo marcar mais vezes se o time ajudar a criar mais e ser mais ofensivo.
Ontem foram só flores com Felipão na coletiva. Questionei o treinador sobre o Atlético marcar poucos gols e o que ele acha que falta pro time ter uma vitória mais tranquila.
Inicialmente ele até brincou, mas depois respondeu: “A gente sempre sofre até o fim. Mas sofre e vence”. pic.twitter.com/DlwrLpraMq
— Alecsander Heinrick (@alecshms) September 24, 2023