Brasileirão Série A

Excesso de coragem? Álvaro Pacheco explica mudanças no Vasco no clássico contra o Flamengo

Quando já perdia para o Flamengo e tinha um jogador a menos, Álvaro Pacheco optou por manter o time buscando o gol adversário e acabou goleado por 6 a 1, no Maracanã

Nas duas primeiras entrevistas como técnico do Vasco, Álvaro Pacheco repetiu, mais de uma ou duas vezes, uma dos seus “lemas” no futebol: coragem para jogar. Para o português, seus times devem refletir a sua personalidade. E uma das características já apontadas pelo próprio treinador seria a ambição. O Vasco até mostrou isso em determinado momento da estreia do comandante, mas acabou sucumbindo e foi humilhado pelo Flamengo por 6 a 1, no último domingo (2), no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, na maior goleada sofrido para o rival na história.

No intervalo, com um jogador a menos após a expulsão do zagueiro João Victor e já com 3 a 1 para o Flamengo no placar, o técnico Álvaro Pacheco teve a chance de tentar ajustar a fraca marcação do seu time. No entanto, ele apenas trocou o garoto Rayan pelo atacante Rossi. Depois da partida, o português mostrou, em entrevista coletiva, que havia alguma confiança de que o Vasco buscasse o empate no Maracanã.

– O que senti é que com uma linha de quatro, e foi o que eu falei aos nossos jogadores, era muito importante, em uma primeira fase, para nos mantermos estáveis, não permitir que o Flamengo conseguisse fazer mais um gol. Porque se conseguíssemos nos manter estáveis, depois aproveitar os espaços que podia haver, principalmente em transições, e fôssemos capazes de fazer um gol, podíamos entrar novamente no jogo. Essa foi a minha intenção, mas é evidente que quando você entra em uma segunda parte com menos um jogador e depois o Flamengo consegue logo marcar um gol, eles ganharam uma confiança – afirmou Álvaro Pacheco.

No entanto, o Vasco acabou sofrendo o quarto gol do Flamengo logo aos 5′ do segundo tempo, colocando um fim em qualquer chance de reação do time, que já sofria para conseguir sair do campo de defesa. Só então, aos 13′, o português fez mais alterações, ainda sem mexer tanto na estrutura do time. E não deu outra: com um sistema defensivo muito abaixo, o Cruz-Maltino ainda sofreu mais dois gols.

Linha de cinco defensores segue frágil

Além das demoradas mudanças durante o segundo tempo, Álvaro Pacheco já havia feito alterações importantes no time, voltando a escalar o time com uma linha de cinco jogadores na defesa, sendo três zagueiros. A ideia, segundo o próprio português, era dar mais qualidade de vida e segurança para o time. E isso, de fato, aconteceu, mas por apenas pouco mais de 20 minutos.

— Aquilo que notei, e posso dizer, foi a capacidade de organização defensiva. Sabia que o Vasco tinha jogado com linhas de 4 e de 5. Pelo que treinamos, senti que a equipe ficaria mais protegida com cinco. Esse foi o meu grande objetivo e acho que isso foi bem alcançado nos primeiros minutos – disse Álvaro Pacheco.

Antes da sua estreia, no último domingo, no Maracanã, Álvaro Pacheco teve apenas nove treinos com o elenco. Assim, é claro, o português aposta em uma maior sequência de trabalho para colocar em prática as suas ideias com o Vasco.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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