Entenda por que o Palmeiras ainda não anunciou Caio Paulista após chapéu no São Paulo
Palmeiras atravessa negócio com o São Paulo e fica perto de anunciar contratação de lateral
O Palmeiras fez, talvez, o movimento mais inesperado (e polêmico) do mercado de transferências até agora ao agir para tirar Caio Paulista do São Paulo. Em uma negociação que gerou uma guerra de versões, o Alviverde fechou a contratação do lateral que pertence ao Fluminense ainda antes do Natal, mas até agora não anunciou o jogador como reforço. E há um motivo burocrático para isso.
Caio Paulista só será oficializado como reforço do Palmeiras após a virada do ano, porque o atleta ainda é jogador do São Paulo. O contrato de empréstimo do Fluminense ao Tricolor paulista vai até o dia 31 de dezembro. A tendência é de que o anúncio ocorra nos primeiros dias de janeiro.
O Palmeiras pagará R$ 18,4 milhões pela contratação do jogador. O valor é R$ 1,5 a mais do que o São Paulo pagaria na opção de compra prevista no contrato, de US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 16,9 milhões). O Tricolor, aliás, já havia informado o Flu que exerceria a opção, mas não fechou o negócio, de fato. Além disso, as condições salariais oferecidas pelo Alviverde a Caio Paulista são mais vantajosas e seduziram o lateral.
Abel Ferreira se interessou pela contratação de Caio Paulista por conta de sua versatilidade. O jogador é atacante de origem e pode atuar tanto como lateral-esquerdo quanto como extrema. O treinador pode, assim, fazer dobras neste setor do campo. Algo que ele já fez do lado direito, com Marcos Rocha e Mayke, dois laterais de origem.
Entenda o chapéu
O São Paulo dava a permanência de Caio Paulista como certa desde a conquista do título da Copa do Brasil, em setembro. À época, a diretoria já falava publicamente que exerceria a opção de compra para permanecer com o jogador de forma definitiva. Inclusive, os dirigentes citavam até que já havia um acordo em andamento com o Fluminense para isso.
E o Tricolor paulista, de fato, chegou a um acordo com o clube carioca. O São Paulo pretendia pagar de forma parcelada, e o Flu sinalizou que aceitava estas condições. Só que mesmo com a preferência, a diretoria são-paulina não depositou o valor estipulado para a primeira prestação em momento algum.
Em dezembro, o negócio esfriou. O São Paulo esperava o Fluminense retornar da disputa do Mundial de Clubes para sacramentar o acordo. Mas o interesse do Palmeiras derrubou o que estava acertado. O agente de Caio, Eduardo Uram, se afastou da diretoria são-paulina, por ter recebido propostas melhores… Como a do Alviverde. O que veio a partir daí foi uma guerra de versões.
🔎 Caio Paulista é o 2º lateral com mais dribles no mundo em 2023! 💨👀
⚔️ 51 jogos (41 titular)
⚽️ 5 gols
🅰️ 2 assistências
🔑 40 passes decisivos
✅ 88% acerto no passe (!)
💨 113 dribles certos (!)
💪 251 duelos ganhos (!)
🦾 266 bolas recuperadas (!)
💯 Nota Sofascore 6.87 pic.twitter.com/SwcxKaG3JS— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) December 23, 2023
Guerra de versões
Enquanto o São Paulo sustenta que o acordo foi derrubado porque Caio Paulista optou por propostas melhores, o empresário Eduardo Uram dá uma versão diferente para o desfecho do negócio. Em entrevista ao ge, Uram afirmou que o Tricolor paulista teve grande responsabilidade no desacerto, por ter tentado mudar os termos da negociação, com o acordo já alinhado.
– O Caio não é um saco de batata, jogador de futebol não é saco de batata. Saco de batata você vende do jeito que quer, o saco de batata não fala onde quer ser colocado, que prateleira ele quer. O mínimo que o Caio pediu, o São Paulo não deu. Parcelamento é o de menos, o São Paulo queria comprar o Caio por escambo – disse Uram.
– O São Paulo tem mérito em trabalhar com obediência orçamentária, com responsabilidade, e eles não tinham como pagar. Não acho que eles tenham errado nessa parte, eles têm direito de refazer proposta, buscar o melhor negócio, repito, tem mérito. Você quer Ferrari, mas não tem como pagar. O que não pode é justificar dessa maneira – revoltou-se o empresário.