Mudança de estádio prova mais uma vez que o Atlético-MG não sabe se antecipar ao caos
Jogo contra o Fluminense acontecerá no Mineirão devido a péssima condição do gramado da Arena MRV
Como tem sido o habitual da gestão, o Atlético-MG esperou até mais um caos acontecer para tomar uma atitude: o clube mudou o local da partida de sábado (24), contra o Fluminense, saindo do péssimo gramado da Arena MRV, que é um problema grave há meses.
O gramado da Arena MRV nunca esteve em boas condições, nem mesmo na estreia do estádio, há quase um ano. Nos últimos meses, o estado do campo estava terrível, gerando revolta até dos jogadores atleticanos.
O clube decidiu, então, trocar cerca de 60% do piso, e o resultado foi algo ainda pior. Logo no primeiro jogo, as críticas dos jogadores do Galo aumentaram e foram ainda mais ríspidas, com Paulinho chegando a falar de jogar em outro lugar.
A diretoria ouviu os jogadores e mudou o local da partida contra o Fluminense, pelo Brasileiro, da Arena MRV para o Mineirão.
No entanto, os jogadores ainda terão que jogar no péssimo campo da casa do Galo nesta terça (20), no decisivo jogo das oitavas de final da Libertadores contra o San Lorenzo.
Diretoria do Atlético não sabe se antecipar ao caos
Não é a primeira vez que uma situação no Atlético tenha que chegar ao limite (ou passar dele) para a diretoria tomar uma atitude.
Nesse ano, por exemplo, o Galo teve um planejamento de elenco com várias falhas, e só foi se mover de fato quando o time chegou a jogar com 12 desfalques e ter cinco atletas no banco de reservas.
Agora, mesmo com o gramado sendo um tema recorrente desde a estreia do estádio, e passando por um momento de ainda mais críticas recentemente, o clube esperou o Brasil e o mundo todo falarem da péssima condição do campo para tomar um atitude drástica.
Ninguém é profeta do acontecido
A diretoria do Atlético não tem nem a desculpa de falar que não tinha como prever os problemas que lhe assombra em 2024. Boa parte da torcida e da imprensa já citavam as chances desses problemas acontecerem.
Todo mundo apontava o elenco cheio de falhas desde o início do ano, que só foi corrigido agora no meio. O Atlético não sabia que Mariano não dava mais conta de atuar em grande nível? Não sabia que precisava de volantes sendo que só tinha três no elenco? Não sabia que precisava de um centroavante de área sendo que não tinha nenhum?
Tudo isso foi tema na torcida e na imprensa desde o começo da temporada. Mas a diretoria, aparentemente, achou que tudo ia dar certo como que tinha. Quando deu errado (como a maioria avisou), foram correr atrás do prejuízo.
E agora, com o gramado da Arena, a mesma história. Todos falavam dos problemas. Os próprios jogadores citaram que estava ruim antes. A diretoria, então, depois de tanto se falar, revelou que ia fazer a troca parcial do campo.
O problema é que, como troca parcial se praticamente o gramado todo estava ruim? E em 10 dias apenas? Por que acelerar o processo sendo que há dois outros estádios em BH que podem te acolher enquanto você faz com calma e corretamente o que precisa ser feito?
Isso também foi falado pela torcida. Muita gente falou sobre colocar os jogos desta semana em outro estádio para cuidar corretamente do gramado da Arena. A diretoria, de novo, ignorou, e mandou o jogo em um campo torto, cheio de falhas, com lombadas e que virou alvo de críticas duras dos jogadores e piada em todo o Brasil.
Se quem está de fora e é um mero torcedor ou um simples jornalista conseguiu identificar que o Atlético teria os problemas que teve, por que a diretoria, que é quem deveria antecipar isso, não conseguiu?
Não foi surpresa para ninguém que o gramado da Arena receberia menos sol que o habitual por conta da estrutura do estádio. Ou seja, era algo que dava para se preparar desde antes do estádio ser construído, mas a diretoria não conseguiu arrumar uma solução, mesmo com mais de cinco anos para se planejar.