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Que bom que o Atlético-MG aprendeu a valorizar seus ídolos: Viva Reinaldo, o Rei do Galo

No aniversário de Reinaldo, o Rei do Galo, o Atlético fez belas homenagens ao seu maior ídolo, valorizando quem ajudou a forjar sua história

Há alguns anos, nas duas primeiras décadas do século, o Atlético-MG recebeu muitas críticas por não saber valorizar seus ídolos da forma que merecem. Mas, nos últimos anos, o Galo passou a dar o devido valor que os grandes nomes da sua história merecem. Tanto que nesse dia 11 de janeiro, que marca o nascimento da maior lenda do clube, José Reinaldo de Lima, o Rei, não faltaram homenagens à ele.

Há 67 anos nascia, em Ponte Nova, cidade do interior de Minas Gerais, o ainda José Reinaldo de Lima. 14 anos depois, em um 7 de setembro, o mesmo José, na época o “Zé Caburé”, pisava em Belo Horizonte para se apresentar ao Atlético. Quase 15 anos depois, o José, que virou Zé e depois só Reinaldo, deixava o clube como um Rei, coroado por tudo que fez dentro, como os 255 gols que o tornaram (até hoje) o maior artilheiro atleticano, e fora, como a luta antirracista, de campo com a camisa alvinegra.

Agora, 39 anos depois de entrar em campo pela última vez com a camisa do Atlético, Reinaldo, o “Rei do Galo”, segue sendo exaltado no clube, na forma que deve ser, já que é (e sempre será), o maior nome da história do Clube Atlético Mineiro. No seu aniversário de 67 anos, não faltaram homenagens do Alvinegro ao seu grande ídolo, começando com uma bela carta, que virou um ainda mais belo vídeo.

A carta do Atlético para Reinaldo

Rei, desde que você era menino, no reino de Ponte Nova, nossas histórias já estavam cruzadas. Você sempre foi um de nós. Atleticano de corpo e alma, forjado no nosso mantra: lutar, lutar, lutar. O destino te levou ao Estádio Antônio Carlos, nossa primeira casa. Ali o menino começava a trajetória até ser consagrado Rei.

Mas afinal, o que te fez nosso Rei?

Foram muitos momentos inesquecíveis, de magia, e a certeza que vimos um gênio do futebol com a nossa camisa. Dribles desconcertantes para superar adversários e adversidades. Gols que até hoje te colocam no trono da artilharia histórica do Galo. Aliás, com você, todo gol era de placa. Mas você é Rei também porque foi sempre além do campo.

Reinaldo é Rei por resistência, persistência, por honrar o nosso hino e as nossas cores contra o racismo e a injustiça. Vimos nascer vários Reinaldos no meio da Massa. Uma geração em que muitos nem tiveram a honra de ter ver jogar, mas que fazem parte do seu reinado.

Acompanhamos grandes nomes da nossa história lembrar o seu legado e repetir o seu gesto imortal. Um gesto que também é símbolo da Massa. Por você, a camisa 9 do Galo se tornou lendária, uma honra para quem a veste. E depois de nascer no Antônio Carlos e brilhar no Mineirão, você abriu as portas da Arena MRV, nossa casa, que também é sua. Tudo isso mostra que, no auge dos seus 67 anos, sua história continua viva em nosso coração. E sempre estará.

Parabéns, Rei. Obrigado por tudo!

Visita à Cidade do Galo e mais homenagens

Além das homenagens diversas nas redes sociais do clube, o Atlético também preparou uma bela surpresa para Reinaldo ao convidá-lo para ir à Cidade do Galo, centro de treinamento do clube. Acompanhado do presidente Sérgio Coelho, o Rei recebeu os parabéns de todos, desde o técnico Felipão, passando pelos jogadores e até os funcionários. No fim, em meio ao café da manhã dos atletas, Reinaldo foi surpreendido com um bolo e ouviu todos cantarem parabéns. No fim, ainda recebeu uma camisa com seu nome e número, claro, o 9.

Reinaldo pelo Atlético

  • 475 jogos
  • 289 vitórias
  • 255 gols – maior artilheiros
  • Octacampeão Mineiro

O Atlético aprendeu a valorizar seus ídolos

Como citado no início do texto, o Atlético foi bastante criticado ao longo das últimas décadas por não valorizar da forma correta os grandes nomes da sua história. Ídolo que marcou uma geração, o atacante Marques, por exemplo, se despediu do clube e do futebol em 2010, mas não recebeu nenhuma homenagem relevante. Mas o Galo tratou de mudar isso nos últimos anos. Quando o histórico São Victor do Horto decidiu se aposentar, o Alvinegro fez belas homenagens à ele, o mesmo na saída de Diego Tardelli. Uma pena que, por conta da pandemia, esses “adeus” não tiveram a presença da Massa. Quem teve o torcedor ao seu lado foi Réver, que recebeu uma linda homenagem ao se aposentar no fim de 2023.

Mas o que mais prova como o Atlético passou a valorizar mais seus ídolos foi a escolha do clube para ser o primeiro jogo (não oficial) da Arena MRV, sua nova casa. O evento chamado “Lendas do Galo”, marcou a estreia do estádio, que viu os principais nomes da história do clube atuarem juntos, desde os já citados Reinaldo, Victor, Marques e Tardelli, passando por Ronaldinho Gaúcho, Guilherme e outros ídolos alvinegros. Valorizar o passado e quem ajudou a construir a sua história é, sem dúvidas, um dos principais acertos da atual gestão atleticana, que agora é SAF.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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