Corinthians foi amador com Veríssimo e torcida pode se preocupar com Garro e Matheuzinho
Corinthians vive entrave por documentação do Talleres por Garro e cláusulas no contrato de Matheuzinho com Flamengo
Após ser eleito com uma margem significativa de votos por conta do descontentamento geral com os dirigentes que já estavam a mais de 16 anos no comando do Corinthians, Augusto Melo assumiu a presidência com a grande missão declarada por ele mesmo de fazer um time forte e voltar a brigar por títulos frente a frente com os principais rivais. Ou até mesmo como disse Rubão, seu diretor de futebol: ‘acabar com a farra' de Palmeiras e Flamengo.
Desde o fim da temporada passada o novo presidente corinthiano se movimentou no mercado futebol, visitou clubes pela América do Sul e fechou alguns negócios. E uma característica que parece que Augusto possui ficou clara desde então: colocar o carro na frente dos bois.
Um exemplo é a absurda situação de Lucas Veríssimo, que chegou a ser anunciado – no mesmo dia que novo o patrocinador master – pelo presidente como a primeira contratação da sua gestão, e, na véspera da estreia no Campeonato Paulista deixou o clube para ir rumo ao futebol do Qatar.
Logo depois da partida diante do Guarani, o Augusto Melo, disse que o contrato foi entregue ao staff do jogador nos primeiros dias de janeiro, mas que não foi assinado, além disso, reforçou que clube não serviria mais como vitrine para o mercado:
– O jogador estava contratado, faltava assinar, ficou enrolando para assinar, não assinou, não vamos dobrar o salário dele. A gente iria pagar 8 milhões de euros. Um atleta que colocamos na Seleção Brasileira. Não vamos fazer leilão. O Corinthians não vai servir mais de intermediário para ninguém. – disse o presidente corintiano
Três perguntas, no entanto, ainda pairam no ar: se estava contratado e anunciado, como saiu? Não havia contrato entre Corinthians e Benfica? Como estão sendo feitas as negociações no mercado?
Corinthians ainda não tem um executivo de futebol e isso pode se tornar um problema
Rubão é o diretor de futebol, e tem tomado a frente das negociações do Corinthians desde que foi escolhido por Augusto para ocupar o cargo. O motivo é que, apesar de dizer que contratar um executivo de futebol seria uma das suas primeiras decisões caso fosse leito, isso não aconteceu, já que o plano A, Rodrigo Caetano optou por continuar no Atlético-MG.
Sem essa opção e com Alexandre Mattos fechando com o Vasco, o Corinthians optou por deixar o diretor estatuário comandar as ações para reforços e renovações. E agora, com o caso do Veríssimo, o torcedor se pergunta caso o Corinthians tivesse um profissional gabaritado no mercado do futebol, com experiência de bastidores, se isso não teria sido evitado. Um profissional mais experiente, por exemplo, poderia ter feito pressão com o empresário e jogador para assinar ou não contrato, e não deixando a siutação correr quase 20 dias para depois dizer que não teve resposta, assim evitando o constrangimento do clube.
A situação contratual do zagueiro jogou luz a duas outras que vive um entrave: Rodrigo Garro e Matheuzinho. A preocupação é que o atraso da documentação possa surpreender mais uma vez e tirar os jogadores do Parque São Jorge.
Entrave de Garro e Matheuzinho mostram possíveis problemas contratuais
Garro chegou ao Corinthians no início do ano, foi anunciado como reforço durante a posse de Augusto Melo, e treina com o time desde a sua chegada, mas ainda não foi registrado pelo clube por conta da falta de documentações exigidas e que ainda não haviam sido liberadas pela diretoria do Talleres. O motivo seria a mudança nos valores da negociação: inicialmente o anunciado pelo clube foi que o valor a ser pago pelo meia seria dividido em três parcelas, porém as coisas mudaram e os argentinos pediram o valor de duas, cerca de R$ 20 milhões para fazer a liberação do jogador, aumentando o valor de cada prestação, o que complica a situação para o Corinthians.
A grande dúvida é se está cláusula de valores e parcelamento não estava descrita em contrato, já que ao entender do torcedor isso seria o mais correto, então mesmo que o Talleres usasse mudança do parcelamento como moeda de troca para a liberação dos documentos, o contrato bateria de frente com isso. Mas se o Corinthians se submeter a pagar – o que deve sim acontecer – que contrato foi esse feito pelo clube? O que mais não teria nele?
Outro acordo que chama atenção é com o Flamengo pelo empréstimo do Matheuzinho, que está travado depois do Corinthians se impor a questões que favoreciam mais o rubro-negro do que o próprio clube, como, por exemplo, que o lateral poderia voltar a qualquer momento ao clube carioca durante a temporada, ou seja, mesmo que compondo o elenco do Timão, se o Flamengo solicitasse a volta do jogador, o clube seria obrigado a liberar. Outras novas questões: Como pode integrar um jogador, fazer ele treinar com o time, deixar o treinador pensar e estruturar todo o trabalho com essa opção de banco ou não, antes de bater o martelo contratual?
Fato é que todas essas questões que podem se tornar um problema para o início da temporada, e acarretar dificuldades para o restante do ano precisam ser melhor trabalhar, analisadas e feitas, e obriga Augusto Melo a ir atrás de um executivo de futebol para lidar com essas questão e principalmente não “agir com pressa.”