R$ 2 bilhões e brasileiro como mais caro: Arábia Saudita domina mercado da bola
O mercado da bola desta temporada girou em torno da Arábia Saudita, que gastou milhões de euros em contratações de impacto

O mercado da bola está bastante diferente nessa janela de transferências do verão europeu. Estávamos acostumados a ver apenas times da Europa gastanto milhões e milhões de euros e duelando entre si para terem os melhores reforços. Mas a entrada de um “novo velho” player neste mercado está mudando todas as perspectivas: com seus petrodólares, a Arábia Saudita tem mudado bem a geopolítica do futebol ao longo dos últimos meses.
Cristiano Ronaldo mudou patamar do futebol na Arábia Saudita
Ainda no começo do ano, na janela de transferências do inverno europeu, o mundo todo se chocou com a ida de Cristiano Ronaldo para o Al-Nassr, da Arábia Saudita. O que parecia um movimento um tanto quanto inexplicável naquele momento acabou se tornando o começo de um fluxo cheio de grandes atletas — e grandes cifras.
A chegada do português, um dos melhores jogadores de todos os tempos, chamou atenção, mas era só o começo. O próprio Cristiano, em uma entrevista recente, nada humilde, afirmou que era ele o responsável por todo aquele movimento: “Onde Cristiano Ronaldo está, todos vêm”, afirmou o craque ao comentar o grande número de jogadores que deixaram a Europa rumo à Arábia Saudita.
Apesar de nada humilde, o que é praxe, convenhamos, Cristiano tem certa razão ao marcar sua chegada como uma virada de chave. Mas, é claro, não foi exatamente a chegada do português que fez com que os sauditas abrissem o bolso e fossem, pela primeira vez na história, tirar jogadores de clubes de elite da Europa. Há um plano muito maior por trás dessas movimentações, e nele Cristiano Ronaldo é só mais uma peça — importante, mas só mais uma.
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Arábia Saudita quer sediar Copa e virar centro do futebol
Por trás dessa mudança de perfil do futebol saudita está o desejo do país em ser um dos grandes centros do futebol nos próximos anos. E neste plano, sediar uma Copa do Mundo é a prioridade principal na lista criada pelas autoridades sauditas. E para que isso aconteça, ter uma liga forte e que demonstre o interesse do país pelo futebol é um passo que pode ajudar muito na concorrência.
E, além dos milhões de euros gastos fortalecendo sua liga, a Arábia Saudita tem feito diversas movimentações políticas em torno do futebol. Por exemplo, abriu mão de disputar o direito de sediar a Copa do Mundo de 2030, afirmando que irá apoiar a candidatura tripla de Espanha, Portugal e Marrocos. Com isso, os sauditas acreditam que ganharão três aliados de peso para serem a candidatura mais forte para sediar o Mundial em 2034.
Como os clubes da Arábia Saudita têm tanto dinheiro?
O governo da Arábia Saudita resolveu agir de forma ainda mais evidente para fortalecer a liga de futebol profissional do país no começo de junho deste ano.
O ministro do esporte saudita anunciou que o Public Investment Fund (PIF), fundo de investimento controlado pelo governo do país do golfo, vai assumir o controle dos quatro maiores clubes do país: Al Ahli, Al Ittihad, Al Hilal e Al Nassr.
A ideia é fortalecer esses clubes e a liga como um todo, em mais uma tentativa de fazer manchetes e usar o futebol como soft power para ganhar força.
Quase R$ 2 bilhões gastos e brasileiro no topo da lista: a janela da bola da Arábia Saudita
E no topo da lista dessas contratações que mostraram o poderio financeiro do futebol da Arábia Saudita está um brasileiro. O atacante Malcom, formado nas categorias de base do Corinthians, deixou o Zenit, da Rússia, para se transformar na contratação mais cara dessa janela — e da história — no futebol saudita. Veja o top 10, que sozinho já movimentou cerca de R$ 2 bilhões.
- Malcom (Al Hilal) – 60 milhões de euros
- Rúben Neves (Al Hilal) – 55 milhões
- Fabinho (Al Ittihad) – 46 milhões
- Milinkovic-Savic (Al Hilal) – 40 milhões
- Mahrez (Al Ahli) – 35 milhões
- Jota (Al Ittihad) – 29 milhões
- Saint-Maximin (Al Ahli) – 27 milhões
- Fofana (Al Nassr) – 25 milhões
- Koulibaly (Al Hilal) – 23 milhões
- Mendy (Ah Ahli) – 18,5 milhões