Arábia Saudita tem janela longa e ainda vai assombrar clubes por muito tempo
Arábia Saudita tem levado alguns destaques do futebol europeu e agora foca no futebol brasileiro
A janela de transferências da Arábia Saudita ainda vai assombrar os clubes por muito tempo. Isso porque o período para contratações no país vai até 20 de setembro, tempo bem maior do que ocorre no Brasil e na Europa, por exemplo. Os times brasileiros têm até o dia 2 de agosto, enquanto os europeus podem fechar com reforços até 1º de setembro.
Na Arábia Saudita, a janela fica aberta por 81 dias, entre 1º de julho a 20 de setembro. Com a ingestão de dinheiro do Public Investment Fund (PIF), fundo de investimento controlado pelo governo do país do golfo, os clubes passaram a seduzir jogadores que atuam no Brasil e na Europa.
Vários destaques do futebol brasileiro receberam propostas. A Arábia Saudita já tirou o técnico Luís Castro, que comandava o líder Botafogo e aceitou a oferta do Al Nassr, time de Cristiano Ronaldo. Com a indicação do português, a diretoria do clube saudita analisa a contratação do zagueiro Gustavo Gómez, do Palmeiras, e do meia Arrascaeta, do Flamengo.
Outro técnico português com passagem pelo Brasil, Jorge Jesus fechou com o Al Hilal e também passou a indicar jogadores que conheceu no país. É o caso do atacante Pedro, que teria recusado salário seis vezes maior do que recebe no Flamengo.
O líder do Brasileirão, Botafogo, não passa ileso do assédio da Arábia Saudita. O clube recusou proposta de US$ 7 milhões (R$ 33 milhões) pelo centroavante Tiquinho Soares, artilheiro do campeonato nacional, com dez gols marcados., e também viu o meio-campista Eduardo despertar interesse. Já o Corinthians teme perder Róger Guedes.
O Róger Guedes vai sair do Corinthians? Veja o que ele falou ?
? @Vessoni / Meu Timão pic.twitter.com/irvCtPCE2T
— Meu Timão (@MeuTimao) July 19, 2023
Jogadores que atuam no Brasil cotados na Arábia Saudita
- Gustavo Gómez, do Palmeiras
- Róger Guedes, do Corinthians
- Luciano, do São Paulo
- Pedro e Arrascaeta, do Flamengo
- Tiquinho Soares e Eduardo, do Botafogo
- Walisson e Bruno Rodrigues, do Cruzeiro
De onde vem o dinheiro dos clubes da Arábia Saudita?
O governo da Arábia Saudita resolveu agir de forma ainda mais evidente para fortalecer a liga de futebol profissional do país. O Public Investment Fund (PIF), fundo de investimento controlado pelo governo do país do golfo, assumiu os quatro maiores clubes do país: Al Ahli, Al Ittihad, Al Hilal e Al Nassr. A ideia é fortalecer esses clubes e a liga como um todo, em mais uma tentativa de fazer manchetes e usar o futebol como soft power para ganhar força – incluindo aí os planos de sediar futuramente uma Copa do Mundo, em projeto de sportswashing muito maior.
Segundo o governo saudita, os planos de assumir os quatro clubes foram feitos para “promover oportunidades de investimento e um ambiente de investimento atrativo no setor esportivo; promover o profissionalismo, a governança e a sustentabilidade financeira dos clubes esportivos; e aumentar a competitividade e infraestrutura dos clubes”. Leia-se: vamos despejar dinheiro para atrair alguns dos melhores jogadores possíveis e tentar obrigar o mundo a nos assistir.
Até agora, grandes estrelas já foram para clubes de lá, como Cristiano Ronaldo, Benzema, Mendy, Kanté, Roberto Firmino e Koulibaly, além de jogadores que rejeitaram ofertas milionárias, como Lionel Messi. Entre os treinadores, os portugueses Luís Castro e Jorge Jesus e o inglês Steven Gerrard aceitaram propostas dos clubes sauditas.
Propostas milionárias da Arábia Saudita mexem com jogadores
Técnico do Palmeiras, o português Abel Ferreira disse que recusou oferta para “ganhar o dobro” do que recebe no clube alviverde. O treinador também admitiu que as propostas milionárias da Arábia Saudita mexem com os jogadores.
“Tive ofertas para ganhar o dobro do que estou a ganhar aqui, para onde foram patrícios meus a treinar, é normal que alguns jogadores meus também tenham sido. E não foi um, foram vários. É normal que em determinados momentos se mexam com a cabeça dos jogadores”, afirmou Abel Ferreira.
Esses são os principais jogadores que foram para Arábia Saudita
- Rúben Neves – 55 milhões de euros – Wolverhampton para Al-Hilal
- Sergej Milinkovic-Savic – 42 milhões de euros – Lazio para Al-Hilal
- Jota – 29,1 milhões de euros – Celtic para Al-Ittihad
- Kalidou Koulibaly – 23 milhões de euros – Chelsea para Al-Hilal
- Seko Fofana – 19 milhões de euros – Lens para Al-Nassr
- Edouard Mendy – 18,5 milhões de euros – Chelsea para Al-Ahli
- Marcelo Brozovic – 18 milhões de euros – Internazionale para Al-Nassr
- Karim Benzema – custo zero – Real Madrid para Al-Ittihad
- Roberto Firmino – custo zero – Liverpool para Al-Ahli
- N'Golo Kanté – custo zero – Chelsea para Al-Ittihad
- Joel Robles – custo zero – Leeds para Al-Qadsiah