Ásia/Oceania

Após o fracasso na Copa da Ásia, Coreia do Sul demite Jürgen Klinsmann do comando da seleção

Equipe sul-coreana foi derrotada pela Jordânia pelo na semifinal, mas teve futebol sofrível durante toda a competição

O que era esperado por boa parte da crônica esportiva aconteceu nesta sexta-feira (16). Jürgen Klinsmann foi demitido do comando técnico da Coreia do Sul após 12 meses de trabalho. A eliminação para a Jordânia na semifinal da Copa da Ásia foi a “pá de cal” na trajetória do técnico alemão de 59 anos à frente dos Tigres. Contratado em fevereiro de 2023, o treinador tinha contrato junto à seleção sul-coreana até a Copa do Mundo de 2026, mas o mau desempenho até aqui culminou no desligamento antecipado.

Mesmo com Heung-min Son e Kang-in Lee em campo defendendo a seleção da Coreia do Sul, a equipe em si não apresentou um bom futebol durante toda a competição e acabou ficando no caminho, aumentando seu jejum de títulos para 64 anos sem conquistas. Por meio de nota oficial, a Federação Sul-Coreana de Futebol explicou sobre a decisão da demissão de Klinsmann, afirmando que a liderança do treinador sobre a seleção não era boa e que uma mudança de rumo era necessária.

“O técnico Klinsmann não conseguiu demonstrar a liderança que esperávamos do técnico da seleção nacional, incluindo gestão de jogo, gestão de jogadores e atitude de trabalho, que elevam a competitividade da seleção nacional”, disse o presidente da KFA Chung Mong-gyu.

Pressão sobre Klinsmann deixou sua permanência na Coreia do Sul insustentável

O clima nos vestiários da seleção da Coreia do Sul não era bom. Inclusive, um dia antes da semifinal contra a Jordânia, uma discussão entre os jogadores mais velhos e mais novos da seleção culminou na lesão dos dedos da mão de Heung-min Son. Na ocasião, parte dos garotos do elenco não estava focado na concentração e foram jogar tênis de mesa, o que causou certa indignação nos atletas mais experientes. Outros episódios de conflitos internos foram relatados, o que aumentou ainda mais a pressão sobre o trabalho de Klinsmann.

Torcida, mídia coreana e mesmo políticos da Coreia do Sul pediram pela demissão do treinador alemão após a eliminação da seleção na Copa da Ásia. Mesmo com o treinador afirmando que não renunciaria ao cargo, a federação de futebol local optou pela troca de comando.

“Chegámos a um consenso de que Klinsmann não pode exercer a sua liderança como seleccionador nacional por várias razões e que é necessária uma mudança de liderança”, disse o diretor técnico da KFA, Hwangbo Kwan.

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Desempenho abaixo da média e permanência na Califórnia

Klinsmann era uma figura impopular na Coreia do Sul desde que assumiu o cargo. Um dos pontos que fez a torcida coreana se voltar contra o treinador foi o fato do técnico permanecer nos Estados Unidos. Nos seis primeiros meses de trabalho, o comandante alemão passou somente 67 dias no continente asiático, ao contrário de outros profissionais, que ao assumir a seleção, se mudaram para a capital Seul.

A Coreia do Sul estreou na Copa da Ásia vencendo o Bahrein pelo placar de 3 x 1. Este foi o melhor jogo da equipe na primeira fase da competição, já que em seguida empatou com a própria Jordânia por 2 x 2 e na última rodada tropeçou diante da Malásia pelo placar de 3 x 3. Nas oitavas de final, sofrimento diante da Arábia Saudita e vitória nos pênaltis após empate no tempo normal por 1 x 1. Nas quartas, novo sofrimento frente à Austrália e total dependência de Son, que foi o cara da vitória por 2 x 1 de virada.

Porém, com os vários problemas registrados um dia antes da semifinal, o time coreano foi dominado pela organizada Jordânia, o que escancarou a falta de comando da seleção. Mesmo com tantas estrelas na equipe, Klinsmann não conseguiu dar o equilíbrio necessário ao time e só chegou até a semifinal por conta da individualidade de Son, Kang-in Lee e Hwang Hee-chan, astro do Wolverhampton.

Os Tigres eram os favoritos a finalmente levantar uma taça após 64 anos, mas a falta de criatividade e de uma boa gerência de vestiário cobraram seu preço.Durante os 12 meses que ficou à frente da seleção da Coreia do Sul, Klinsmann disputou 17 partidas, vencendo nove, empatando cinco e perdendo cinco.

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
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