Sul-Americana

Botafogo: Lage pode não gostar de ‘rodar o elenco’, mas isso tem funcionado

Em recente entrevista, Bruno Lage recusou a ideia de "rodar" o elenco do Botafogo, mas, na prática, isso vem sendo feito e tem dado certo

Mesmo usando times “alternativos” nos dois jogos contra o Guaraní (PAR) e saindo atrás na primeira partida, o Botafogo conseguiu avançar para as quartas de final da Copa Sul-Americana sem grandes sustos. Apesar de ainda não ter um elenco com nomes de reposição a altura em todas as posições, o técnico Bruno Lage soube rodar o elenco e, assim, seguir vivo na competição continental, sem deixar de lado o foco na busca pelo título do Campeonato Brasileiro.

Nos dois jogos contra o Guaraní, o Botafogo utilizou 21 jogadores diferentes. Apenas o goleiro Gatito Fernández jogou os 90 minutos das duas partidas, no Nilton Santos e no Defensores del Chaco. Na ida, no Rio de Janeiro, o Glorioso entrou em campo sem Lucas Perri, Marçal e Tiquinho Soares. Para o jogo de volta foram oito alterações em relação ao primeiro jogo.

Antes de iniciar os duelos com o Guaraní, o técnico Bruno Lage chegou a dizer a ideia não é “rodar” a equipe. Ao menos, não com esse termo. O português defende sempre a busca por uma equipe ideal para cada partida. E, para isso, se leva em consideração aspectos técnicos, táticos e, claro, físicos. Assim, invariavelmente – mesmo que Lage não goste do termo – o Botafogo acaba rodando o grupo.

Na última quarta-feira, por exemplo, Bruno Lage escalou JP Galvão como titular na lateral-direita. O volante de origem tem apenas sete partidas na temporada e não começava jogando desde o Campeonato Carioca. Por um corte no braço, ele precisou ser substituído ainda no primeiro tempo, mas a oportunidade mostrou que o garoto pode ganhar espaço. O mesmo vale para o meia Lucas Fernandes, que não teve grande atuação, mas que voltou a ser titular depois de mais de dois meses.

Com o segundo turno do Campeonato Brasileiro se aproximando, com o Botafogo disparado na liderança, e a Copa Sul-Americana afunilando, além do susto recente com a lesão de Tiquinho Soares, Bruno Lage deve precisar cada vez mais “rodar” o elenco, por mais que ele não goste do termo. Até aqui, isso tem funcionado.

JP Galvão e Segovinha foram titulares na última quarta-feira (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

Bruno Lage exalta elenco do Botafogo

No entanto, depois do empate em 0 a 0 com Guaraní, na última quarta-feira, no Paraguai, Bruno Lage voltou a reforçar que o Botafogo não tem jogadores titulares. Para ele, o ideal é sempre ter os jogadores em bom nível para ele poder escolher o que tiver de melhor à disposição.

— O Luís Henrique é titular? O Botafogo desde que aqui estou todos já foram titulares. Todos são titulares. Todos já criaram esse compromisso. É um grupo fantástico. Hoje foram 11, amanhã serão outros. Nesses jogos em um curto espaço de tempo todos se envolveram, isso é o mais importante. O Mati (Segovia) foi titular só pela segunda vez, o Diego está tendo seu espaço, teve um jogo interessante… O plano do Botafogo é muito simples, e não é meu: é ter gente com rendimento que está fazendo coisas e depois vir mais pessoas para continuarem fazendo. Temos um Marçal, um cara experiente, que treinei no Wolverhampton, e Hugo, um jovem que está crescendo. É isso. Estou apenas há três semanas e vejo que jogar o Brasileirão e jogar essas partidas é de uma intensidade enorme — afirmou Bruno Lage depois do empate com o Guaraní.

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Ausência de Tiquinho Soares é minimizada

Apesar de valorizar todo o elenco do Botafogo, o técnico Bruno Lage vai ter um grande desfalque para a sequência da temporada. Com uma lesão no joelho esquerdo, o atacante Tiquinho Soares vai ficar cerca de cinco semanas longe do time. A partida contra o Guaraní foi a primeira depois da confirmação da lesão do jogador, sofrida no último domingo, no empate com o Cruzeiro. Assim, Bruno Lage foi perguntado mais de uma vez sobre a ausência do artilheiro do clube na temporada. No entanto, ele preferiu ver o “copo meio cheio”.

— Quero aproveitar para dizer que o Tiquinho está no nosso pensamento. Minhas palavras são para Júnior (Santos), Carlos Alberto, que entrou como ponta de lança, e Janderson, que ainda é um menino da posição. Não é o primeiro jogo que o Tiquinho não faz pelo Botafogo. Todos os jogadores são importantes, olhamos para eles e sabemos da importância que todos têm. Nossa vida é isso. As duas perguntas foram sobre Tiquinho, mas poderíamos falar sobre o Luís (Henrique), que voltou muito rápido de uma lesão, prefiro ver as coisas positivas — disse Bruno Lage.

O que Bruno Lage falou sobre rodar o elenco do Botafogo?

Depois da vitória por 4 a 1 sobre o Coritiba, no Nilton Santos, no dia 30 de julho, pelo Campeonato Brasileiro, o técnico Bruno Lage falou sobre a questão de rodar o elenco – algo que Luís Castro vinha fazendo no clube. Isso porque, poucos dias depois, o Glorioso teria o primeiro duelo com o Guaraní, pela Copa Sul-Americana. E ele não gostou do uso da expressão “rodar”.

—Não vim aqui ensinar nada, mas podemos mudar alguns termos. Não é rodar. Os treinadores querem sempre ter a melhor equipe. Mas a melhor equipe envolve muitas coisas, como os jogadores se recuperam. Temos jogadores que se recuperam em 24 horas, outros demoram 48 horas para treinar. É importante para nós observar os adversários também. Vou olhar para os meus 28 jogadores disponíveis para apresentar uma equipe competente que consiga vencer o próximo jogo — disse Lage há menos de duas semanas.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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