Francisco, o Papa boleiro, recebe camisa do Fluminense e ri de vice do Boca na Libertadores
Padre Omar entrega camisa do Fluminense para o Papa Francisco, que ri de vice do 'rival' Boca Juniors na Libertadores
O Fluminense foi campeão da Libertadores com certa dose de ajuda divina. Mas além de ter João Paulo II como padroeiro e a eterna música “A bênção João de Deus” nas arquibancadas, o Tricolor teve a força também de Padre Omar, reitor do Santuário do Cristo Redentor, que anoiteceu com as cores do clube após o título. Sua promessa, inclusive, envolveu o Papa Francisco, o mais boleiro entre os pontífices.
Francisco recebeu das mãos de Omar a camisa do Flu, no Vaticano, e até riu do Boca Juniors, rival de seu time, o San Lorenzo. Mais boleiro dos Papas, Jorge Mario Bergoglio é torcedor fanático do Ciclón, e sempre que possível, provoca o clube bostero.
Antes de um clássico, em 2015, disse que “Os Corvos gostam de Pizza”, falando sobre as origens italianas do time de La Bombonera. No dia seguinte, o clube do seu coração venceu por 1 a 0.
Ver esta publicação no Instagram
As boleiragens de Francisco são conhecidas no Vaticano. Em 2013, seu primeiro ano como Papa, o San Lorenzo saiu da fila na Argentina antes de conquistar a primeira Libertadores da América de sua história na temporada seguinte. O pontífice não se fez de isento e comemorou como nunca, mesmo sem assistir televisão há mais de 25 anos.
Além de camisa do Fluminense, Papa recebe carta de presidente da CBF
Do Rio até lá, o Padre Omar teve a companhia do advogado Pedro Trengrouse, torcedor fanático e ex-candidato a presidente do Fluminense. Ele entregou também uma carta especial do presidente da CBF Ednaldo Rodrigues.
De acordo com o site Vatican News, o texto tinha ideia apresentada pelo secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers. Ele afirmava a possibilidade do esporte ser tema da Campanha da Fraternidade em 2026, em evento realizado em setembro pelo Comitê Olímpico do Brasil, em São Paulo.
Título do Fluminense é futebol que Papa Francisco defende
Também em 2014, o Papa Francisco falou sobre futebol. Para ele, o esporte virara um “grande negócio”, e o seu temor era que o dinheiro contaminasse as disputas.
A preocupação de Francisco era com a função e responsabilidade social do esporte, o que coaduna com as ideias de Fernando Diniz e do Fluminense campeão da Libertadores de 2023, mesmo bem longe de ser um dos clubes mais ricos do país.
— Atualmente, o futebol é um grande negócio, publicitário e televisivo, mas os fatores econômicos nunca podem prevalecer sobre os esportivos, sob o risco de contaminar tudo. O futebol tem uma responsabilidade social. Na Itália, Argentina e em outros países. É um fator social e exige uma responsabilidade da parte dos jogadores, dentro e fora de campo, e dos dirigentes.
Em entrevista exclusiva à CONMEBOL @LibertadoresBR, o técnico Fernando Diniz falou sobre suas maiores preocupações no futebol. E elas estão fora de campo. É sempre muito bom ler e ouvir o que o treinador do Fluminense tem a dizer. Sua visão do esporte é diferenciada. pic.twitter.com/EF4TfDPCGs
— Caio Blois (@caioblois) May 30, 2023
Diniz costuma dizer em suas entrevistas que os clubes de futebol precisam dar à sociedade uma contrapartida na formação humana, suplantando problemas do Estado. Assim como pensa o Papa, que vê no esporte uma forma de modificar a realidade de crianças pelo mundo.
— Vocês são o centro das atenções e muitos dos seus admiradores são jovens e crianças. Levem isso em conta, que o modo como vocês se comportam ganha ressonância, para o bem e para o mal. Tentem ser sempre verdadeiramente esportivos porque o esporte tem um forte valor educacional para o desenvolvimento das pessoas: pessoal, da harmonia de corpo e espírito e evolução social, na solidariedade, lealdade e respeito. Que o futebol possa sempre desenvolver esse potencial.