Argentina

O River aproveitou o time reserva do Boca e ganhou o Superclássico na Bombonera

O Boca Juniors poupou forças pensando na Libertadores e o River Plate foi melhor mesmo na Bombonera, com o triunfo por 2 a 0 pela Copa da Liga Argentina

A Libertadores foi o grande tempero da rivalidade entre Boca Juniors e River Plate nos últimos anos. Os xeneizes ainda têm mais títulos, mas os millonarios vêm de anos mais vitoriosos no torneio, inclusive desbancando repetidas vezes os rivais. Neste momento, o Boca se concentra nas semifinais continentais contra o Palmeiras, com a volta marcada para a próxima quinta-feira. E isso fez o técnico Jorge Almirón tirar o pé no Superclássico deste domingo, pela Copa da Liga Argentina. Mesmo na Bombonera, os boquenses entraram com reservas e só no segundo tempo acionaram seus principais nomes. Não evitaram o triunfo do River. Os visitantes foram melhores na maior parte do tempo e comemoraram bastante os 2 a 0 no placar.

O Boca Juniors deu prioridade à Libertadores e o único titular escalado pelo técnico Jorge Almirón foi o goleiro Sergio Romero. Apesar disso, a formação alternativa dos xeneizes tinha bons nomes, como Darío Benedetto, Lucas Janson, Jorman Campuzano e Marcelo Weigandt. Já o River Plate alinhou o melhor à disposição. Era uma equipe experiente a de Martín Demichelis, com Franco Armani no gol e Milton Casco como símbolo da defesa. Nicolás de la Cruz e Enzo Pérez formavam a cabeça de área. Mais à frente, um quarteto com Nacho Fernández, Manuel Lanzini, Esequiel Barco e Salomón Rondón.

River começa melhor e depois conta com a sorte

Os primeiros 15 minutos foram totalmente dominados pelo River Plate. Os millonarios controlavam a posse de bola e acuavam o Boca Juniors. Os xeneizes não tinham respiro e contavam com uma boa partida de Nicolás Valentini na zaga. Porém, o Boca também abusava das faltas para brecar os visitantes. Faltava só mais capacidade de conclusão para o River. Romero teve pouco trabalho, no máximo em chute de Rondón que não trouxe grandes dificuldades ao arqueiro.

Com o passar do tempo, o Boca Juniors passou a se soltar um pouco mais. Investia sobretudo pela esquerda, com Janson, e buscava Benedetto. As finalizações vinham de longe, mas a ameaça era concreta. O River Plate passou a encontrar um pouco mais de espaço do outro lado, mas não completava os passes dentro da área. E num momento mais difícil para os millonarios, o gol caiu dos céus, aos 40 minutos. Enzo Pérez arriscou do meio da rua e a bola desviou em Rondón, o que tirou Romero da jogada. Os boquenses reclamaram de uma cotovelada prévia de Paulo Díaz em Weigandt, que não foi marcada.

River administra melhor

O Boca Juniors voltou com três mudanças para o segundo tempo, incluindo a entrada de Valentín Barco. Os xeneizes retornaram com mais intensidade e por pouco Benedetto não conectou um ótimo passe com Janson. O River Plate podia jogar no contragolpe e respondia. Barco exigiu boa defesa de Romero num tiro rasteiro aos nove minutos. Manuel Lanzini testou o goleiro pouco depois. Os millonarios voltavam ao controle e a partida ficou quente, com uma sequência de confusões entre os times. Perder tempo não era bom ao Boca, mas os ocorridos esfriaram os adversários.

Almirón botou seu time para cima aos 25, com as entradas de Exequiel Zeballos e Edinson Cavani nos lugares de Jorman Campuzano e Marcelo Saracchi. As trocas deram gás ao time e quase Cavani marcou logo de cara. Numa disputa com Armani, desviou a bola no travessão e marcou com um voleio no rebote. Todavia, o tento seria anulado por impedimento. Os xeneizes pareciam crescer, mas não sustentaram o momento. A reta final da partida voltou a ficar amarrada, o que beneficiava o River. Os millonarios passaram a rondar o segundo nos contra-ataques, com duas grandes chances desperdiçadas por Facundo Colidio durante os acréscimos. No último minuto, num rebote, Enzo Díaz fechou o placar com o novo tento.

O River Plate agora ocupa a terceira colocação do Grupo A da Copa da Liga Argentina. Soma 13 pontos, atrás do Huracán nos critérios de desempate e um ponto abaixo do Independiente. Já o Boca Juniors faz uma campanha ruim e é o nono no Grupo B, com sete pontos. Além de estar fora da zona de classificação, com os quatro primeiros avançando para os mata-matas, também corre o risco de não ir à próxima Libertadores.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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